quinta-feira, 30 de julho de 2020

MTG e FCG divulgam cartilha para retomada das atividades

Fonte: Assessoria de Imprensa do MTG
     O Movimento Tradicionalista Gaúcho do Rio Grande do Sul e a Fundação Cultural Gaúcha divulgaram, na quinta-feira, 30 de julho, a Cartilha de Orientação para atividades ligadas à arte e à cultura.

     O documento está disponível no site do MTG (www.mtg.org.br) e tem como objetivo apresentar uma sugestão segura para que as entidades filiadas ao MTG/RS possam retomar suas atividades, observando os regramentos estaduais e municipais e tendo como norteador principal o sistema de bandeiras criado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A bandeira preta significa risco altíssimo; a bandeira vermelha, risco alto; a bandeira amarela, risco baixo.

     Segundo César Oliveira, vice-presidente de Administração e Finanças do MTG, durante o período de vigor das bandeiras preta ou vermelha, as atividades e organizações associativas à arte e à cultura terão suas atividades e eventos presenciais suspensas, sendo possível somente a execução de atividades remotas, como por exemplo aulas online. No caso de bandeira laranja ou amarela, haverá a possibilidade de ocupação parcial dos espaços dos estabelecimentos, desde que respeitadas as orientações.

A íntegra do documento pode ser acessada no site do MTG, no link:  http://www.mtg.org.br/wp-content/uploads/2020/07/Cartilha.pdf

Nota de Falecimento - Doença crônica tira a vida de jovem de 33 anos

       É com grande pesar que comunicamos o falecimento do jovem laçador Maicon Fochezatto Andrade, falecido hoje (30/07), aos 33 anos. A doença surgiu há poucos meses, segundo amigos, e foi fatal na vida do jovem campeiro serrano.

      O velório ocorreu na capela mortuária do bairro Fátima e o sepultamento foi às 11h da manhã, na cidade de São Francisco de Paula.

     "A 25ª Região Tradicionalista presta todo seu apoio aos familiares e amigos do tradicionalista Maicon Andrade, que representou nossa região em diversas oportunidades, laçando pela seleção regional".

Deixamos aqui nossa solidariedade aos amigos, familiares e o desejo que o jovem Maicon encontre seu caminho de luz ao retornar ao Lar.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Live do MTG irá tratar do programa Invernadas Culturais

          Nesta sexta-feira encerra o prazo de inscrição do chamamento público de Oficineiros - “Programa Invernadas Culturais” que está sendo realizado pela Fundação Cultural Gaúcha - MTG e Governo do Estado do RS, através Secretaria de Cultura. Disponibilizado no dia 16 de julho, o edital chegou ao dia 24 (há uma semana de seu encerramento), com somente 15 projetos inscritos. Sem dúvida nenhuma, uma grande preocupação.

         Já é de conhecimento de todos que as entidades e artistas, em sua grande maioria, desconhecem os meios de aderir a um edital ou fazer um projeto. Sempre foram os produtores culturais que tomaram a frente e, através de uma entidade, fizeram acontecer. 

        São 30 projetos no valor de R$5.000,00 que serão contemplados levando em conta a coerência entre as ações propostas e as diretrizes do edital, relevância cultural e originalidade das atividades propostas, planejamento do projeto e capacidade técnica, além da democratização do acesso, atividades de formação em favor da diversidade cultural.

       Hoje, as 20h, o MTG faz uma Live com o vice-presidente da FCG, Maxsoel Bastos, o produtor cultural, Fabricio Harden, a Secretária de Cultura do RS, Beatriz Araújo e a secretária adjunta e diretora Geral, Gabriella Meindrad, que será uma oportunidade para se tirar dúvidas. www.mtg.org.br 

Um mito ganha vida - Professor Edison Hüttner | PUC



Sexta Cultural do CTG Fogo de Chão/PR | Tropeirismo parte II


Live: Turismo com Erva-Mate - Chimarrão


Nota de falecimento - Lucinda Correa

Segundo informações de pessoas próximas a ela,
Lucinda já tivera um AVC e faleceu por infarto
   É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Lucinda Correa, 38, ex-diretora do departamento de cursos da Fundação Cultural gaúcha e, depois, do MTG. Os atos fúnebres acontecem no Cemitério da Santa Casa, das 12h às 16h, desta terça-feira, 28.

   Muitos amigos deixaram mensagens no facebook. Destaquei esta, da Suzana  Schuwchow, que trabalhou conosco na Fundação Cultural Gaúcha - MTG e que conta um pouco da trajetória dessa guria, que busquei no 35 CTG, na segunda metade da década passada, para trabalhar conosco:

     "Ao saber da partida da Lucinda Correa fiquei aqui pensando de como ela era, ela tinha pressa, era desafiadora, era um trator... acho que ela não gostava de mim quando trabalhávamos juntas, nunca fomos próximas, mas tínhamos amigos muito próximos como o Rogério e o Nego... neste tempo eramos um time, duvido que neste Rio Grande não tenha quem não a conheça... mas hoje ao saber desta noticia, compreendi quem era essa moça, porque tinha pressa em ser feliz, em casar, em conhecer o mundo, em modificar e ensinar coisas que acreditava...o tempo é muito curto, somos passageiros... em breve todos partiremos, e essa moça foi na frente e com certeza vai organizar umas filas..deve estar uma bagunça em algum lugar... meus sentimentos a todos que de certa forma amaram esta guerreira".
Suzana  Schuwchow

     Descanse em paz...

sábado, 25 de julho de 2020

A gaúcha na rota da missão espacial brasileira - Conheça melhor Loiva Calderan

Loiva Lopes Calderan revela em entrevista exclusiva as principais dificuldades enfrentadas pela equipe, os desafios vencidos e o orgulho de ajudar a escrever um das páginas mais importantes da ciência espacial no Brasil: a da missão que levou o atual Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, ao espaço, em 2006.
          Do berço humilde, em Pelotas (RS), à missão espacial mais importante do Brasil, Loiva Lopes Calderan, percorreu um longo caminho. Aos 65 anos, a geminiana, formada em Matemática pela UniCeub em 1979, tem na bagagem um currículo invejável e uma vida dedicada à ciência, à tecnologia e à cultura. Mesmo morando na capital federal desde 1974, quando deixou o Rio Grande do Sul para se casar com Dorvílio Calderan, nunca rompeu os laços com sua origem gaúcha. Já ocupou vários cargos no tradicionalismo fora do Estado, inclusive o de presidente da Federação Tradicionalista Gaúcha do Planalto Central (FTG-PC), sendo a primeira mulher a exercer a função. Foi também do Departamento de Esportes (uma grande bochófila) da federação e Relações Internacionais da CBTG. Atualmente, é membro do Conselho Nacional de Política Cultural.

     Na profissão, fez da ciência sua paixão e por mais de 20 anos atuou como técnica de projetos no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília. 

     Mesmo aposentada, a mãe de três filhas perseguiu novos desafios, indo parar na, então, jovem Agência Espacial Brasileira (AEB), na qual fez parte da chamada ‘Missão Centenário’ - em referência à comemoração do centenário do primeiro voo tripulado de uma aeronave, o 14 Bis de Santos Dumont, em 23 de outubro de 1906 - que levou o primeiro astronauta brasileiro ao espaço, em 2006. Em 30 de março, a nave  Soyuz TMA-8, da Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos), tripulada por três astronautas – um brasileiro, um americano e um russo - partiu do Centro de Lançamento de Baikonur, no Cazaquistão, com destino à Estação Espacial Internacional (ISS). 

     Na missão, Loiva representou o governo brasileiro e acompanhou de perto a preparação do Tenente-Coronel Marcos Pontes para a viagem. “A coisa era muito séria. Estávamos representando toda a nação. Conosco não tinha jeitinho brasileiro”, revela entre as respostas.

     Com bom humor e muita disposição, a pequena e inquieta gaúcha, que cumpre à risca as medidas de afastamento social – “por ser do grupo de risco”, brinca - junto com o marido e os netos em um sítio no interior do Distrito Federal, driblou as dificuldades de acesso à internet para, em uma chamada de vídeo de quase duas horas, bater um papo descontraído e cheio de revelações. 

Como você foi trabalhar na Agência Espacial Brasileira?

Loiva Calderan - As coisas acontecem e nem sempre a gente faz uma reflexão sobre elas. A gente tinha um trabalho pra fazer, era um compromisso, e a gente foi fazendo. Aparecia, a gente se virava e ia acontecendo. Então, como eu fui parar na coordenação do projeto? Eu era do CNPq, já tinha mais de 20 anos de CNPq (CNPq você conhece, né?) e aí, eu me aposentei. Depois de aposentada, eu fiquei mais dois anos no CNPq e aí pensei que precisava buscar coisas novas. Foi quando um amigo meu, – aquelas coisas que acontecem assim sem explicação – o Paulo, passou e perguntei: “Tá indo pra onde?”, e ele me respondeu: “Eu tô na AEB!”, e eu: “AEB, que é isso?”. Ele respondeu que se tratava da Agência Espacial Brasileira e eu falei: “Então me leva pra lá!”. Foi assim, no corredor, e ele, meio de passagem, disse: “Então tá, vou entrar em contato contigo!”. Mas aquilo era só uma chamada, um papo informal. 

    No outro dia ele ligou dizendo: “Pode vir, a vaga é sua!”. Eu falei: “Eu nem sei o que é AEB!” (risos) e ele me respondeu: “Ah, vem cá que eu vou te explicar. Você vai ser gerente de projeto aqui”. Eu era da área de planejamento, já era técnica em planejamento da Ciência e Tecnologia e daí eu ia ser do Programa Espacial, em uma Agência que era muito nova, que estava apenas começando os programas e tal. E assim, eu fui para trabalhar na Agência, na área de gerência de projetos. 

    Cheguei lá, meu chefe passou um projeto que era exatamente o que o Paulo coordenava. Dali a pouco, tinha mais outro projeto. Então, o projeto inicial era um espaço para desenvolvimento de componentes para a área espacial. O segundo foi o programa de microgravidade, depois veio o de geoposicionamento.

 A nossa era uma unidade pequena, composta pelo nosso coordenador e mais duas pessoas, e nós fazíamos toda a gerência desses projetos da Agência Espacial. 

Como nasceu o projeto do voo do astronauta brasileiro?

Loiva - Surgiu mais um projeto, e um dia o nosso chefe chegou e disse: “Olha, o Ministro mandou uma ordem pra que o Pontes vá voar pela Rússia”. Ficamos surpresos, mas a equipe de pronto aceitou. Ele decidiu dividir as tarefas. Ele ficou com a coordenação, eu fiquei com a parte do astronauta e a colega Marta com a parte dos experimentos. Dividimos as tarefas e fomos descobrir o que era isso. Foi um grande desafio pessoal, porque eu mesma não fazia muita ideia do que era um voo tripulado, o que era trabalhar para que um astronauta fosse ao espaço. Então, nosso dia a dia todo era descobrir como fazer os contatos - porque a essa altura nosso contato não era mais com os EUA e sim com a Rússia - quais eram os compromissos que a gente tinha. Tudo era desafio! Tanto por parte do astronauta, como por parte de voar experimentos. 
Nós tínhamos que selecionar experimentos, preparar os pesquisadores, preparar espaços, o laboratório de São José dos Campos, a parte de integração e testes, tudo precisava ser pensado e preparado, porque era a única unidade que a gente tinha no país com alguma experiência. Mas não tinha experiência pra voar experimentos em voos tripulados. Nossos experimentos voavam nos nossos foguetes que eram pequenos. Nem se pensava em voar experimentos em voos tripulados, pois isso exige que você tenha testes rigorosíssimos com o material que se usa, a tinta, o tipo de material, tudo tem que ser rigorosamente testado e aprovado. 

   Aí começamos o nosso desafio. O voo tinha que acontecer em oito meses. Ninguém acreditava que o Brasil pudesse cumprir o cronograma, já começava por aí. Era um grande desafio porque as agências espaciais levavam, no mínimo, dois anos pra cumprir todos os procedimentos, e a gente só tinha oito meses. Bom, foi um trabalho exaustivo, trabalhando dia e noite, viagens, semanas inteiras em São José dos Campos. A gente parou tudo pra fazer acontecer o voo do astronauta. 

   O primeiro brasileiro a ir ao espaço, uma façanha que estava na hora de acontecer, porque a formação do astronauta fazia parte de um acordo com os Estados Unidos, no qual o Brasil era parceiro na construção da Estação Espacial Internacional. O Pontes já tinha oito anos de formação nos EUA, mas voar com a  Rússia era uma outra novidade. Por isso, fomos trabalhando, correndo contra o tempo para cumprir o cronograma. 

Como foi o processo de preparação da missão?

Loiva - Selecionamos os suprimentos, treinamos os pesquisadores porque, na realidade, tinha um experimento chamado ‘Experimento do Feijão’, cujo objetivo era chamar a atenção das crianças e aproximar a juventude da chamada para o programa espacial e sua importância, porque através da ideia do feijão que ia ao espaço, esse público se identificava com a proposta. 

   Algumas pessoas questionavam a utilidade do experimento, mas foi uma jogada do nosso chefe, porque somente a viagem do astronauta não justificaria o investimento de uma fortuna, se não trouxesse algum legado para o governo brasileiro, para o Brasil e para o Programa Espacial Brasileiro. As coisas tinham que se juntar. Então vieram os experimentos e a chamada para o programa através do experimento do feijão, que era bem popular, mas era exclusivamente um gancho para a divulgação.
   Cada fase, para nós da coordenação – além de sermos somente três e não termos muito apoio, já que a Agência era muito nova, não tínhamos como contar com grandes aportes (na foto que te mandei, você vai ver que estão os três astronautas, mais eu, a Marta e o Dr. Múcio, nosso coordenador e fazia parte das traduções e tudo mais, enquanto nós fazíamos a parte gerencial e administrativa) – era um desafio. 

   Nós tínhamos que fazer o seguro no valor de 5 milhões de dólares para o astronauta brasileiro. Quem vai assegurar um astronauta? Como se faz isso? Quais são os requisitos? Você tem que pagar o voo, então como você vai transferir o dinheiro para uma estação? Tudo, tudo era novidade. E a gente tinha que correr atrás. Vamos na seguradora, no Rio de Janeiro. Vamos procurar como se faz cada coisa. Aí, o Pontes tinha que ir pra Rússia treinar, ele precisava aprender russo, tinha que ser muito bem treinado. Uma loucura!

Como era o astronauta e atual Ministro Marcos Pontes?

Loiva - Ele, tecnicamente, é um cara fantástico. As dificuldades, normalmente, acontecem, como discordar de algumas regras, de alguns processos, isso faz parte. Mas lá, com a gente, não tinha essa de jeitinho brasileiro. Então, até a hora do voo, eu estava lá representando o Governo Brasileiro e fazendo cumprir todos os nossos regulamentos. O Pontes sabia que nada que seria levado ao espaço podia ter marca, fiz ele me mostrar a mochila (risos). Tudo tinha que ser descrito num memorial, algumas coisas não podiam ser levadas, tudo tinha que ser seguido nos mínimos detalhes, tudo muito técnico. Mas ele sempre foi muito profissional.

Quantos experimentos foram enviados ao espaço? Quantos dias os astronautas e os experimentos ficaram em órbita? O feijão brotou?

Loiva - Eram experimentos todos técnicos. Mas como essa não era minha área, eu não mexia com a parte de experimentos, não sei te dizer, especificamente. Além da experiência lúdica do feijão, os experimentos abrangiam engenharias, microeletrônica, saúde e biotecnologia, mas não me recordo especificamente de cada um. Foram oito dias no espaço e, sim, o feijão brotou como na terra (risos), aliás, brotou como no algodão!

Quais foram as maiores dificuldades? 

o Alfabeto para melhor compreensão
Loiva - Primeiro, acho que enfrentar tudo isso num país tão diferente como a Rússia. Te mandei uma foto aí do gelo. Eu nunca tinha visto neve, começa por aí. Eu nunca tinha viajado pra passar 30 dias longe da minha família, isso era um desafio muito grande, deixar as filhas ainda jovens em casa, uma delas grávida em final de gestação. Eu expliquei que estava indo trabalhar, que era uma missão importante, elas ficaram muito orgulhosas – toda a minha família, aí no sul, ficou orgulhosa - porque foi um trabalho histórico para o país e nós, da equipe, tivemos a coragem de enfrentar o desafio, mas era complicado lidar com a saudade. 

   Depois a língua, o russo, a gente não conhecia nada. Então, nós tínhamos um intérprete/tradutor, mas era um pra tudo, para toda a equipe, e ele começou a nos dar umas aulinhas (te mandei o alfabeto que usávamos), nós sentávamos e aprendíamos a transletrar, aí conseguíamos ir reconhecendo algumas palavras, misturando com um pouco de inglês.


     Conhecer o centro de controle também, porque tínhamos que cumprir todas as determinações, tudo com muita atenção, o que nos deixava um tanto tensos, com medo de algum deslize. O povo russo é bastante estranho, eles são fechados, um povo muito fechado que não faz questão de ser sociável. Em compensação, tínhamos no centro de controle, uma senhorinha que fazia a comida e era muito bonitinha, porque ela só falava russo, então na hora das refeições, ela chamava um por um e para que entendêssemos, ela nos dizia: Nham, nham... sinalizando, pra sabermos que devíamos ir comer (risos). 

    A comida, aliás, foi outra dificuldade porque os pratos russos não agradam o nosso paladar. Então, eram aquelas sopas e tal, porque lá faz muito frio. A gente sentia bastante, mas cumpria com tudo que era preciso. 

    Nossa rotina era do hotel pro centro de controle e do centro de controle pro hotel. Nesse interim, ficamos em confinamento durante dez dias no Cazaquistão, no Hotel dos Astronautas, nos quais não podíamos sair pra nada. Sabíamos que estávamos sendo observados. Nessa ocasião um coronel russo, daqueles bem sisudos, chegou pra mim e disse: “Olha, não é proibido de vocês saírem, mas não é permitido”, porque, na realidade, o Hotel dos Astronautas no Cazaquistão é considerado território russo, mas saindo da área do hotel é Cazaquistão, e daí não tínhamos visto para circular. Como não tínhamos autorização para entrar no país, só podíamos andar com a equipe russa, nos ônibus deles, e só para irmos até o Centro de Lançamento. 

Qual a função desse período de isolamento no Cazaquistão?

Loiva - Esse período era a fase final de treinamento dos astronautas. Além da preparação pessoal, dos testes físicos e exames médicos, eles faziam, diariamente, no centro de treinamento, o voo simulado. Lá já estava a famosa cadeirinha, que reproduz o ambiente da nave espacial, na qual eles eram colocados pra se ambientar e se preparar para o voo. Diariamente, eles tinham uma rotina bem rígida de treinamento pra garantir o sucesso da missão. Não podia haver falhas.

Entre quantas pessoas vocês viajaram para a Rússia? 

Loiva - Éramos, na equipe, 14 pessoas. Nós três da AEB, o astronauta Pontes, um médico, um tradutor e mais oito pesquisadores. Esses foram a trabalho. Depois, havia a comitiva que era composta pelo presidente, ministro e outros envolvidos no projeto, aqueles que saem na foto (risos). Aliás, como só tínhamos um tradutor, precisávamos nos virar no inglês, porque ela acabava acompanhando a comitiva de políticos e nós, que precisávamos, ficamos sem. Mas faz parte (risos).

Como o projeto foi custeado?

Loiva - O voo do astronauta foi custeado com dinheiro do Ministério da Ciência e Tecnologia. Na época, até tentamos um patrocínio junto à Petrobrás, mas a estatal não quis apoiar o projeto. Os 15 milhões de dólares que a missão custou foram parcelados e pagos pelo com recursos diretos do Ministério.

Quando aquele foguete explode você começa a pensar: “Ai, meu Deus, será que vai dar certo?”

Qual o momento mais emocionante?

Loiva - O dia do voo. Você ficar perto, acompanhando o lançamento, ver a explosão, o foguete subindo, você sabe que nele estão três pessoas com as quais você convive, é uma emoção, uma coisa inexplicável. Quando aquele foguete explode você começa a pensar: “Ai, meu Deus, será que vai dar certo?”. Dizem que são os oito minutos mais longos da vida de uma astronauta, que é o tempo que demora pra ele chegar em órbita, depois que chegou em órbita, daí tudo bem. No momento do lançamento teve um episódio que me marcou muito. Os filhos e a esposa do Pontes estavam comigo e na hora que o motor de combustão explodiu pro lançamento, a filha deu um grito chamando pelo pai. Aquele grito soou muito emocionado por ver o pai ir pro espaço, mas, ao mesmo tempo, denotava um medo se tudo daria certo. Até hoje essa é uma lembrança muito forte.

   E depois, a volta. No momento do pouso estávamos de volta ao Cazaquistão, eu e o médico brasileiro – eu com a responsabilidade de representação do governo brasileiro, e o médico para acompanhar o Pontes nos primeiros dias depois do pouso – quando um pessoal americano - muito legal - se prontificou a nos acompanhar para ver o retorno, porque com eles nos entendíamos melhor, graças ao pouco de inglês que falávamos. Quando vimos aquela incandescência e depois o pouso, foi uma sensação de alívio. Daí foram os dias de acompanhamento pra ver se estava tudo bem com a saúde do astronauta e voltar ao Brasil pra contar sobre o sucesso da missão. 

   No retorno, foi muito bom encontrar todos que tinham torcido por nós, que torceram para os experimentos darem certo. A alegria de viajar pelo país relatando a experiência. Confesso que foi cansativo, muito tenso em todos os momentos, com muitas dúvidas se tudo daria certo. 

   O meu chefe sempre foi muito organizado, muito didático, e como vínhamos trabalhando juntos há muito tempo, mais de oito anos, um dia, analisando o feito, perguntei pra ele: “Dr. Múcio, poxa-vida, por que a gente tem que fazer isso?”, afinal, as coisas nem sempre davam certo, nem sempre saiam como a gente gostaria, e ele me respondeu: “Loiva, recolha-se a sua insignificância, não nos perguntaram, mandaram fazer e nós vamos fazer” (risos). Ele era muito espirituoso. 

Como tu te sentes em relação a esse trabalho?

Loiva - Eu sinto muito orgulho, realmente muita emoção em falar sobre o voo do astronauta porque acho que é um fato que não vai se repetir nem nos próximos 10 e nem nos próximos 20 anos, de colocarmos um astronauta brasileiro no espaço. Uma pena, porque o Brasil tem tanta coisa boa pra investir na área espacial, mas as políticas nem sempre tratam daquilo que a gente gostaria, que tecnicamente é viável. Às vezes, as questões políticas acabam falando mais alto, e na área de tecnologia, eu - que sempre atuei no segmento de ciência e tecnologia - aprendi que os investimentos não ocorrem porque ciência e tecnologia não dão votos. No Brasil, se não da voto não tem prioridade. 

   Depois da missão ainda fiquei por mais dois anos na AEB, daí achei que já havia dado minha contribuição e que era hora de me dedicar à família, afinal, eu já estava aposentada há 10 anos e tinha dado minha contribuição no Capes, no CNPq e depois na Agência Espacial. Foi quando me desliguei completamente.

"Hoje, falamos pelo celular, 
estamos aqui nos vendo por vídeo,
 graças ao programa espacial".

Tu achas que essa missão espacial cumpriu com o objetivo de divulgar a engenharia espacial e a pesquisa científica no Brasil? 

Loiva - Ajudou muito e como tínhamos um programa chamado AEB Escola, nós conseguimos vincular a missão ao projeto e o AEB Escola pode continuar trabalhando e reforçando a importância do programa espacial como um todo, não só o programa espacial brasileiro. Mas, com o tempo, o programa foi diminuindo e o voo do astronauta brasileiro foi caindo no esquecimento. Entretanto, precisamos pensar que o programa espacial (no mundo), de modo geral, foi o grande responsável por toda essa tecnologia que nós temos hoje. Hoje, falamos pelo celular, estamos aqui nos vendo por vídeo, graças ao programa espacial.

"Na época da missão, vimos tanto interesse em 
fazer parcerias, na transferência de tecnologia. 
O que não aconteceu."

Atualmente, Marcos Pontes é Ministro da Ciência e Tecnologia. Como tu vês o trabalho dele no cargo? Achas que ele poderia aplicar melhor o conhecimento que adquiriu com a missão? 

Loiva - Eu acho que ele poderia, hoje, aproveitar como ministro (e era essa a minha expectativa) realmente todo esse legado, toda essa formação que ele teve como astronauta, como técnico, para trazer mais desenvolvimento para o programa espacial e um melhor aproveitamento para a nossa base de lançamento em Alcântara. 

   Para teres uma ideia, a base de lançamento de Alcântara tem a melhor posição geográfica mundial, porque para um lançamento espacial há uma série de necessidades, entre elas, a questão do clima. Em Alcântara, tem janelas de lançamento o ano inteiro porque não faz frio excessivo, não tem neve, não é tão quente, a velocidade do vento na região do Equador, onde fica a base, é sempre leve, o que oferece uma grande economia de combustível no lançamento. Também não tem cidades muito próximas. Então, a base está em uma localização superprivilegiada e ela poderia trazer muitos recursos para o Brasil. 
Na época da missão, vimos tanto interesse em fazer parcerias, na transferência de tecnologia. A gente ganhou muito em termos de transferência de tecnologia para a preparação do voo, principalmente o INPE e o CTA que ganharam um laboratório bem montado, técnicos especializados, mas nós poderíamos ter trazido muito mais parcerias, o que não aconteceu. 

Por que não aconteceu? Desinteresse do governo brasileiro?

Loiva- Falta de uma política de programa espacial, porque a política tá só no papel, mas no dia a dia ela não existe. 

Como tu vês o posicionamento do presidente Bolsonaro em relação à pesquisa científica, ciência e tecnologia?

Loiva - O presidente procurou colocar ministros bem técnicos, cada um no seu canto. O Pontes, tecnicamente, é uma excelente pessoa, mas politicamente deixa a desejar. O fato de eu ser um ótimo médico não garante que eu vá saber administrar um hospital ou o sistema médico. Na ciência e tecnologia é a mesma coisa. Tecnicamente, o Pontes foi considerado um dos melhores astronautas. 

   Os EUA têm mais de 100 astronautas e a Rússia também possui um número significativo, mas o Pontes se destacou entre todos eles, tanto que ele foi muito bem aceito para voar na Rússia ao lado de um americano e um russo, pela capacidade técnica dele. Mas ele não tem essa mesma capacidade para administrar um cronograma de ciência e tecnologia no país. Ele tem boas ideias, mas daí a conseguir colocá-las em ação tem um distanciamento muito grande. São muitas variáveis, muitas áreas que precisam de apoio e nem sempre é fácil conciliar.

"Nossos cientistas fazem muito 
com o pouco que recebem"

E sobre os cortes financeiros nessa área?

Loiva - Cortes na área de ciência e tecnologia? Se você estudar história, vai ver que sempre o orçamento de ciência e tecnologia foi questionado, porque, como já comentamos, ciência e tecnologia não dão votos, então, ciência não é prioridade. Tem que ter um bom ministro que saiba negociar, que tenha um bom plano e que brigue por recursos. Na minha vida profissional, tanto na Capes quanto no CNPq, sempre enfrentamos dificuldades de não ter dinheiro pra pagar bolsista no exterior.

   É normal você ter uma seleção e não poder mandar o pessoal pro exterior porque não tem liberação de verba. Então, não é uma coisa que aconteceu só no governo Bolsonaro. Sempre aconteceu! Esse é o meu ponto de vista como técnica da área de ciência e tecnologia. Não acho justo. Não é justo. O Brasil tem tudo. Nós temos bons cientistas, temos pessoas que vestem a camisa, tiram do bolso pra desenvolver a ciência. 

   Lembro de uma vez que, em uma prestação de contas, foi glosada uma rubrica porque o pesquisador havia adquirido um número x de caixas vazias de ovos. A equipe técnica questionou a aquisição e cortou a verba. Aprofundando, descobrimos que o pesquisador precisava isolar um estúdio e como não havia recursos para a aquisição da espuma específica, ele acabou utilizando as caixas de ovos que eram muito mais baratas. A ciência brasileira está cheia de idealistas, como em todas as áreas.

   "A área científica brasileira tem pouquíssimos recursos em relação a outros países, mas nossos cientistas fazem muito com o pouco que recebem".
Qual o papel da ciência brasileira nesse momento em que enfrentamos uma pandemia?

Loiva- Temos ótimos pesquisadores e eu tenho muita esperança que o Brasil vai encontrar uma saída, uma vacina, para pelo menos minimizar a médio prazo toda essa situação. Eu acredito muito na ciência e nos cientistas e pesquisadores brasileiros. 

Matéria feita pela Liliane Pappen Bastos para um trabalho de encerramento de curso de jornalismo e publicada no "medium" - conteúdo que fez sucesso com a nossa madrinha Loiva.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Resolução do CEC busca valorizar artistas locais em projetos de eventos de natureza comercial

RESOLUÇÃO N.º 03 /2020 CEC/RS

          Estabelece a valorização dos artistas locais nas dimensões simbólica, cidadã e econômica da cultura em projetos ligados a eventos de natureza comercial.

          O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA, em conformidade com o previsto nos arts. 18 inciso XIV combinado com os artigos 35,36 e § 2º do artigo 43 de seu Regimento Interno,

RESOLVE:

Art. 1º - Será considerado para fins de avaliação de mérito cultural dos projetos ligados a eventos comerciais, tais como feiras de agronegócio, indústria e comércio, a valorização dos artistas locais nas suas dimensões simbólica, cidadã e econômica.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação pelo pleno do CEC/RS.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Aprovada na Sessão Plenária Virtual do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul realizada em 22 de julho de 2020.


José Édil de Lima Alves
Presidente do Conselho Estadual de Cultura

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Agora é lei: ERS-536 passa a se chamar Rodovia Cenair Maicá

     Foi sancionado hoje pelo governador do Estado o PL 457/2019, de autoria do deputado Luiz Marenco (PDT), que denomina a ERS-536, em toda a sua extensão, como Rodovia Cenair Maicá

   Cenair Maicá foi um cantor, músico e compositor, considerado como um dos mais importantes artistas do sul do Brasil, referência da música gaúcha. Oriundo de uma família de músicos e intérpretes, sendo o mais consagrado deles, teve uma trajetória meteórica, uma obra de poucos discos em virtude de sua morte prematura, mas de fundamental importância no cenário poético-musical do Rio Grande do Sul. Gravou com Noel Guarany o compacto Filosofia de Gaudério e o CD Troncos Missioneiros, com Jayme Caetano Braun, Noel Guarany e Pedro Ortaça. Individualmente, registrou mais cinco discos, dentre os quais, Canto dos Livres, o mais consagrado de seus trabalhos, no qual pode expressar sua maturidade artística. 

     Cenair foi cantor das águas, dos rios, das matas e das missões. Suas obras são recheadas de símbolos ecológicos e sociais. Possuem características missioneiras dos dois lados do Rio Uruguai, retratando as vivências do homem civil na sua construção artística. 

     “Tive a grata oportunidade de conhecê-lo, de tê-lo como uma das minhas influências e de agora poder homenagear este grande artista e grande gaúcho. Exaltar o seu nome é buscar fazer com que seu legado esteja, para sempre, eternizado na memória cultural do Rio Grande do Sul e que sua obra e mensagem permaneçam vivas também para as próximas gerações”, diz Marenco.

Para saber: Rodovia Cenair Maicá (ERS-536), em toda a sua extensão de 40,82 km, é compreendida desde o município de Mato Queimado, passando por Caibaté, pela BR 285, com a qual possui trecho coincidente, até município de São Miguel das Missões.

Fonte: Assessoria de Imprensa
do Deputado Luiz Marenco
Mariana Pires

Capitão, árbitro e treinador - Conheça Noel Torquato, de Ijuí

     NOEL TORQUATO RIBEIRO, 55 anos, nascido em Santa Rita do Sapucai/MG, mas residente em Ijuí há mais de 25 anos. “Comecei a participar do GF Chaleira Preta, de Ijuí, em 2009. Atuei como coordenador da invernada artística mirim entre os anos de 2013 e 2014,  diretor cultural e diretor de divulgação da entidade por mais de quatro anos” – conta Ribeiro.

      Nas suas andanças pelo tradicionalismo é Diretor Cultural da ASSOCIAÇÃO TRADICIONALISTA QUERÊNCIA GAÚCHA – ATQG, desde 2017. Na 9ª RT, foi diretor do departamento de prendas e peões nos anos de 2019 e 2020, quando passou , também, a exercer a função de diretor cultural (2020). Faz parte do Conselho Municipal de Cultura (COMUCI) – como membro efetivo, representando o segmento de tradição e o folclore.

     Noel é Pós-graduado em Atualização Pedagógica – UFRJ, tem  curso de especialização em Educação Física – Escola de Educação Física do Exército (é graduado em Educação Física – UNISA) e é capitão do Exército Brasileiro. É, também, treinador de futebol (FPF – 1992), árbitro de natação (FARJ – 1990), árbitro de futebol (FGF – 1997) e árbitro de futsal (FGFsal – 2003). Trabalhou  por mais de 10 anos  na área de arbitragem da Federação Gaúcha de Futebol, cargo de confiança do Presidente, como Delegado da entidade, subsede Ijuí.

 BLOG - O que tirastes de proveito nas atividades que desempenhastes no CTG, ATQG e UETI?

         Dentro do tradicionalismo em geral, seja atuando em minha entidade tradicionalista, na Associação Tradicionalista Querência Gaúcha ou dentro do movimento étnico de Ijuí, acredito que tenha aprendido a aperfeiçoar principalmente meu senso de voluntariado e de trabalho em equipe, aprendendo a lidar melhor com relações públicas e atuar de forma a atingir um bem coletivo e não somente individual, lutar por uma causa maior sem esperar recompensas financeiras ou de status social. Acredito também que dentro de nossas entidades aprendemos a importância de valores como o respeito, convivendo diariamente com a rica diversidade da nossa população e lutando sempre para que esses valores se perpetuem, conjuntamente com as nossas tradições, através das gerações dentro e fora do movimento tradicionalista. 

BLOG - Para desempenhar as atividades públicas, consegues perceber os ensinamentos que tirastes desse meio de convivência sócio-cultural como o tradicionalismo?
        Certamente. Acredito que tudo que aprendi nesses mais de 10 anos dentro do tradicionalismo poderão me auxiliar nessa nova etapa de minha vida. Tudo que pude repassar desde aos pequenos integrantes das Entidades até os mais respeitados integrantes poderei aplicar na vida política pública. Mas o que acredito que tenha mais colaborado para que eu siga para a política local é o fato de ter aprendido no tradicionalismo a defender uma causa coletiva, por amor e por respeito as nossas tradições, sem esperar retorno, e assim também buscarei trabalhar pela comunidade ijuiense, auxiliando para alcançarmos sempre o bem da população e não apenas os interesses de poucos. Acredito que dentro dessa nova etapa poderei usufruir e aplicar o respeito aprendido, praticado e repassado ao nosso associado e seus familiares. Com as experiências que possuo sinto-me encorajado para pleitear uma vaga no Legislativo municipal, colocando o meu nome pelo Partido Liberal (PL) como pré candidato a vereança no pleito de 2020.

BLOG - Acha importante que os pais levem seus filhos para um CTG?

         Certamente, pois dentro do tradicionalismo, além de as crianças terem a oportunidade de aprender mais sobre a cultura e a tradição gaúcha, este ambiente prepara as crianças para vida, através do ensino de valores como o respeito e a humildade e até mesmo coisas simples como se portar em público, perder a timidez e atuar com responsabilidade em qualquer atividade que for realizar, sem falar que dentro das entidades aprendemos a trabalhar em equipe. Nesse sentido, considero o ambiente tradicionalista como uma escola de vida que contribui muito para o currículo de qualquer pessoa, pois é um local em que as crianças aprendem a viver em sociedade, contribuindo tanto para a vida pessoal quanto profissional de cada um. Uma criança, um filho, uma filha que frequenta nossas Entidades são um diferencial em todas as áreas da sociedade civil constituída.

Noel é pré-candidato a ocupar uma vaga na Câmara Municipal de Ijuí. Experiência e liderança não lhe falta. Estaremos torcendo.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Pelotas mais triste. Se despede Dona Mariza Azambuja da Rosa

     É com imenso pesar que registramos aqui a passagem da Dona Mariza Azambuja da Rosa, Conselheira e Mãe do CTG Cel. Thomaz Luiz Osório, da cidade de Pelotas, 26ªRT. 

     Abaixo nota de Luto da patroa Ana Paula Boanova Souza:

"Preciso esquecer 2020!!!

      Te deixei assim hoje, a meio mastro, triste, sem brilho. Foi difícil, muito difícil tanto que passei alguns momentos te observando, relembrando e pensando em tudo que tínhamos planejado para esse ano. E bateu uma raiva... da diabetes, do tal covid, de todos os momentos perdidos, abraços não dados, da falta física das pessoas que fazem parte da minha vida e até de Deus pois eu não acredito que ele possa compactuar com o que acontece...mas olhei pro céu cinzento, e por um momento me pareceu que ele também tava triste e como eu tentado entender 2020.

   Te deixei com lágrimas nos olhos lembrando dos momentos vividos aí dentro com alguém que passou a fazer parte diária da vida...os cafés filosóficos, a tal linguiça sanguinolenta, as risadas, do sempre último comentário " da um beijo no primeiro damo", do bem anônimo "tu não conta pra ninguém mas eu vou ajudar..." da convivência, das caronas, da mensagem no whats: passa aqui eu tô mandando,, do para quieta Mariza que tu vai me arrumar confusão, do vou fazer uma pilcha só pra tua posse, do muda essa cara que tá dando pra ver...

   Foram tantos momentos vividos nesse tempo Mariza Azambuja da Rosa, mas nem uma quarta parte da história dos teus muitos filhos que durante anos conviveram contigo aí nesse galpão.

   Daí pedi desculpas a Deus e agradeci muito por ter me guiado nesses últimos anos a conviver contigo e com todos aqueles que trazem muitas alegrias e momentos eternos ali dentro para minha família, momentos que ficaram guardados em meu coração e fui me despedir de ti, que tinha esse galpão no coração, sempre defendendo seus amores com unhas, dentes, paixão e doação.

   E em retribuição a toda uma história, uma gama de divertidas histórias, essa bandeira e todos aqueles que a ela respeitam te prestam reverência e agradecem.

   Descansa em paz minha amiga, obrigada de coração por tudo!!!

   E agora 2020 podes me explicar o que pretendes para nós esse ano? Ainda tem 5 meses e não sei mais o que esperar😥
Por enquanto ainda tenho esperança e fé! muita fé!" - Patroa Ana

   Nosso carinho e solidariedade aos amigos do Thomaz, em especial ao Zéh Severo e família Thomaziana. Choro, com vocês...

Jornalista e administrador, Jeferson Quadros é pré-candidato a vereador em Guaíba

           Jeferson dos Passos Quadros, 38 anos, casado, pai do pequeno Bolívar, é bacharel em Administração de Empresas pela PUC-RS, Jornalista registrado na DRT nº 0017643/RS, colunista tradicionalista em jornal de Guaíba. Quadros é também Conselheiro do Conselho Assessor da 1ªRT/MTG-RS e do Conselho Deliberativo da Fundação Cultural Gaúcha/MTG-RS.

          Começou suas atividades tradicionalistas no CTG Darci Fagundes, no ano de 2000 e, em  2003, foi para o DTG Caiboaté. Foi subcoordenador da 1ªRT, do Delta do Jacuí, por 05 (cinco) gestões (2015 a 2019) e vice-presidente da ATG (Associação Tradicionalista Guaibense - Gestão 2016/2018), Conselheiro de Tradição e Folclore na Gestão - 2015/2017 no Conselho Municipal de Cultura de Guaíba, onde também foi secretário.
Quadros foi Peão Farroupilha da 1ªRT na gestão de 2009/2010 e do município de Guaíba, por 03 (três) gestões: 2005, 2007 e 2010, incentivador e motivador da realização do FESTIRIM na cidade de Guaíba.

           Jeferson Quadros é pré-candidato a uma vaga na Câmara Municipal de sua cidade.

Blog - o que tirastes de proveito nas atividades que desempenhastes no CTG ou como peão por dia?

         As atividades desenvolvidas e desempenhadas dentro das entidades tradicionalistas agregam muito valor no dia-a-dia, seja no cunho pessoal ou profissional. O indivíduo é estimulado a ter desenvoltura para falar e apresentar projetos frente ao público, ser solidário e prestativo com o próximo. A desenvolver o entendimento de trabalho social em prol dos trabalhos para atender o crescimento de sua entidade, bem como atender a comunidade onde está inserido o seu CTG/DTG. A pessoa também é “desafiada” a enfrentar suas limitações e a todo momento buscar mais conhecimento, pois se torna uma referência dentro do galpão para quem chega e quer conhecer a cultura gaúcha.

       Então, com todas estas atividades mencionadas e muitas outras as quais não citei, acredito que o tradicionalismo tem muita importância na vida de uma pessoa, auxilia muito no seu desenvolvimento profissional e como cidadão. É uma escola para a vida onde quando você estiver enfrentando dificuldades, esta experiência no CTG/DTG vai te ajudar a tirar a nota máxima na resolução dos problemas.

Blog - Para desempenhar as atividades públicas, consegues perceber os ensinamentos que tirastes desse meio de convivência sócio-cultural como o tradicionalismo?

     Com certeza é perceptível. Como já mencionado anteriormente, os ensinamentos adquiridos nesta convivência, possibilitam que se tenha um melhor discernimento de como atuar como cidadão dentro da sociedade e como buscar alternativas para auxiliar esta mesma sociedade. O tradicionalismo faz parte de todo este conjunto e muito contribui para a comunidade como alternativa de convívio social saudável e cultural que envolve toda a família pelas atividades que desenvolve. 

BLOG - Acha importante que os pais levem seus filhos para um CTG?

     Muito importante. Existe vários seguimentos da cultura que desenvolve projetos e atividades sociocultural e dentre estes seguimentos, está o tradicionalismo. É notável a desenvoltura e o enriquecimento intelectual de uma criança que traz de “berço” para a vida adulta sua passagem por um galpão de CTG/DTG. A criança perde os medos, aprende a falar em público, a desenvolver a cordialidade e trabalho em equipe. E o principal, normalmente é uma das lideranças no grupo social ou profissional que faz parte. E com isso contribui muito com a formação da nossa sociedade.

terça-feira, 21 de julho de 2020

NETCHÊFLIX – 2ª temporada de lives da Estância Virtual

Após a 1ª temporada com foco em Indumentária Gaúcha, a 2ª temporada está com estreia marcada e foca no Gaúcho!

     A 1ª temporada foi realizada logo no início da pandemia do Covid-19, entre os dias 25 de Abril e 16 de Maio, contando com 4 episódios, transmitidos diretamente no Facebook e Instagram do site Estância Virtual.

     Com o intuito de trazer uma visão jovem para debates históricos e fundamentados, o “NETCHÊFLIX” se tornou mais uma opção de entretenimento e estudo durante a paralisação das atividades em 2020.

      Na última semana foi anunciada a estreia da 2ª Temporada, no dia 23 de Julho, com o tema: “Vivência ou Culto: Quem é mais Gaúcho?” que contará com a participação de Edineia Pereira, Henrique Fagundes da Costa, Diego Muller e Guilherme Milani Lorscheider.

      Serão abordados temas relacionados a história da figura do gaúcho, trazendo um debate sobre ter ou não alguém mais gaúcho em função da sua vivência, com questões como: o gaúcho do campo, da cidade, do CTG, dos festivais nativistas e todas as suas vertentes.

     Os próximos episódios ainda não foram divulgados, mas os organizadores confirmaram que será lançado um por semana.

ESTREIA TERÁ SORTEIO
     No episódio de estreia, quem tiver acompanhando ao vivo poderá participar do sorteio de um box com 3 livros, que acontecerá durante a própria live.

SERVIÇO:
O QUE: Netchêflix – 2ª Temporada
QUANDO: 23 de Julho de 2020 - quinta-feira
ONDE: Facebook e Youtube da Estância Virtual
QUANTO: Serviço de Streaming gratuito

Um profissional a serviço das tradições gaúchas - Conheça Cristiano Silveira

           Aos 48 anos,  o porto-alegrense, radicado há 43 anos em Alvorada, Cristiano Silveira, é o típico trabalhador do dia a dia, que pega seu carro, deixa a sua família em casa e vai, sorridente, para a lida bruta. 


        Proprietário da Aquecegás Concerto de Aquecedores, instalação de splits, venda de aquecedores e lareiras, há  mais de 20 anos, sempre participou ativamente das ações comunitárias que seu falecido pai fazia na comunidade em que moravam, em Alvorada.

          Silveira iniciou nas atividades tradicionalistas no ano de 1994. Em 1995 fez o Curso de Danças, com Paixão Cortes e Moacir Gomes dos Santos (Livro Achegas) que estreava nos festivais e rodeios com novas danças, que não estavam no Manual “Azul”. Em 1996 recebeu o troféu destaque individual – prêmio oferecido pela 1ªRT, e no mesmo ano iniciou um trabalho voltado as Danças Gaúchas de Salão, como instrutor. No ano de 2008 passou a dançar na invernada Veterana do CTG Gildo de Freitas (campeão de muitos rodeios e Bicampeão do Xiruart, de Santa Maria), onde em 2017 sagrou-se campeão do na modalidade dança gaúcha de salão.
Blog - O que tirastes de proveito nas atividades que desempenhastes no CTG, ou como peão por dia?

     O Movimento Tradicionalista me trouxe muitas oportunidades de conhecimento sobre as coisas do Rio Grande do Sul, importância dos CTGs como núcleos de fortalecimento cultural e de ajudar a sociedade com campanhas de doação de roupas e alimentos, entre outras diversas atividades pois o movimento tradicionalistas gaúchos é o maior movimento do mundo nas áreas  Social, Cívico e Cultural.. O tradicionalismo é um grande responsável pelo turismo do RGS, e boa parte do PIB gaúcho se deve a ele. Conhecedor de tudo isso, acho que Alvorada tem grande potencial a ser explorado na área cultural (já tivemos em nossos CTGs, inclusive, a 1ª Prenda do RS) e temos uma subcoordenadoria ativa e solidária. Por esse motivo coloquei meu nome à disposição para uma possível candidatura à Câmara Municipal.

Blog - Para desempenhar as atividades públicas, consegues perceber os ensinamentos que tirastes desse meio de convivência sócio-cultural como o tradicionalismo?

     Sem dúvida as atividades tradicionalistas tem muito a auxiliar o estado e a sociedade, pois seus eventos respeitam e tem como norte nossa carta de princípios, onde o primeiro item é auxiliar o estado na solução de seus problemas fundamentais e buscar o bem coletivo.

      Na parte cívico e cultural damos o devido valor ao nosso hino nacional, hino Riograndense e nossos símbolos nacionais e estaduais. Formamos cidadãos dentro dos CTG, pessoas preocupadas com a comunidade em que estão inseridos. Como diziam na Grécia antiga, "aqueles que exercem a civilidade". Esse é um dos maiores aprendizados dentro do CTG.

BLOG - Acha importante que os pais levem seus filhos para um CTG?

      Sem dúvida os CTGs e o movimento tradicionalistas gaúchos tem muito a oferecer a sociedade gaúcha e até mundial. Pois nossos CTGs estão espalhados pelo mundo inteiro não somente divulgando a cultura, os usos e costumes mas levando para toda parte um sentimento de carácter e palavra empenhada, como se falava antigamente o famoso "Fio de bigode", nosso saudoso folclorista, Paixão Cortes, já dizia...."Ser  Gaúcho é um estado de espírito, quem nasce no Rio Grande do Sul e Riograndense, só é Gaúcho quem realmente gosta desse jeito de ser..."


segunda-feira, 20 de julho de 2020

Domingo tem Pirisca no Tome Tento e depois, tem Sala de Tradição




Da sesmaria de Antônio de Brito vem nossa entrevistada - Leila Fraga

      General Câmara é um município que fica a 76 km de Porto Alegre e conta com cerca de 8.500 habitantes. É uma importante e histórica cidade do Rio Grande do Sul.  De lá vem a nossa entrevistada desta matéria, Leila Fraga, 45 anos, natural de Porto Alegre, mãe e avó, reside atualmente neste município. 

        Leila trabalha na Secretaria de Turismo, mas entrou em 2016, na Secretaria de Saúde, onde desempenhou seu trabalho no setor de transporte e marcação de exames e consultas. “Mas já fui auxiliar administrativo, professora de danças tradicionais e folclóricas e atuei na secretaria de assistência social e CAPS” – conta Leila. 

BLOG – Fala pra gente um pouco da tua trajetória no tradicionalismo:

     "Entrei no meio tradicionalista em meados de 1991, no CTG Estância Farroupilha, do qual tive orgulho de participar como prenda de invernada, no decorrer dos anos fui me apaixonado pela cultura, meu primeiro professor foi nosso grande amigo Rogério Bastos". 

     "Desde então segui o caminho e, em 1996, fui dançar no CTG Lanceiros da Zona Sul, onde fiz uma linda família. Lá conheci meu grande mestre Beloni Bastos, do qual aprendi muito, tanto para dança, quanto para a vida. Amor ao próximo, respeito, igualdade, responsabilidade e muitos mais aprendizados que trouxe para vida. Dei aula muitos anos ao lado do meu ex-companheiro Alessandro Otto, que ainda atua no meio Tradicionalista. Conheci muitos CTGS, DTGS e rincões neste mundo. Aprendi que união era nosso maior lema dentro dos grupos, principalmente dos mais humildes”- lembra. 


     Foram 18 anos de uma história construída que traz lindas lembranças para Leila. “Amigos que tenho até hoje, pois dentro do nosso meio as amizades são as mais sinceras que podemos ter. Trago comigo, na minha vida pessoal e profissional, o respeito, a responsabilidade, o amor, e principalmente a vontade que nós aprendemos, para nós gaúchos não existe o impossível” – afirma.

BLOG - Acha importante que os pais levem seus filhos para um CTG?

     Acredito que existe uma grande diferença de um filho criado no CTG, dos que estão sendo criados na rua, acho que deveria ser motivo de estudo dentro do meio de educação, para sim valorizarem o nosso meio melhor, pois um filho criado no CTG tem outra mentalidade. 


BLOG - Para desempenhar as atividades públicas, consegues perceber os ensinamentos que tirastes desse meio de convivência sócio-cultural como o tradicionalismo?

     Concorro a um cargo de vereadora na Câmara Municipal de General Câmara, e, com certeza, trago dentro de mim umas das maiores virtudes que aprendi no tradicionalismo, estender a mão ao próximo, pois nada somos sem o outro.
Minha trajetória foi sempre de ajudar as pessoas, dando o melhor de mim profissionalmente em busca das melhorias dos pequenos grupos. Hoje, almejo mais, quero participar intensamente das melhorias da minha cidade , na busca de qualidade de vida para todos.