terça-feira, 30 de maio de 2023

Conhecimento não ocupa espaço


    Essa afirmação é um ditado popular que significa que, adquirir conhecimento não tem limitação física, como o espaço físico necessário para armazenar objetos. Ela enfatiza que aprender e adquirir conhecimento enriquece a mente e a experiência de uma pessoa.

    Foi com esse significado que o Movimento Tradicionalista Gaúcho realizou dois grandes encontros no último final de semana. Um em Venâncio Aires (Curso para instrutores de danças) e outro em Porto Alegre, na sede da federação (Seminário para elaboração de projetos).

    Quase 130 participantes do curso para instrutores estiveram no colégio Gaspar Silveira Martins, em Venâncio Aires, para uma formação com prova escrita e prática dos futuros professores. Em Porto Alegre, o psicólogo e ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura, Marco Aurelio Alves, do Instituto da Pessoa, ministrou um seminário para 42 pessoas, na sede do MTG, falando sobre a elaboração de projetos, inclusive para o edital 01/23, de qualificação dos espaços culturais.

    Com certeza, o aprendizado e a aquisição de conhecimento, são ilimitados e podem ser adquiridos e compartilhados sem restrições. Próximo curso marcado: CFor Patronagem, em Arroio do Meio (24ªRT) – dia 17 de junho.



domingo, 21 de maio de 2023

Depois de 19 anos, a capital volta a conquistar o estado.

 Desde a conquista de Anijane Luiz, do DTG Cancela da Liberdade, em 2004, que uma concorrente de Porto Alegre não conquistava o título de 1ª Prenda do RS. Anna Julia, do pioneiro 35 CTG, trouxe uma conquista inédita e quebrou o tabu.

    O Concurso Estadual de Prendas nasceu na década de 60, do século passado, com a nomenclatura de “A mais linda prenda do RS”. Depois, foi oficializado no ano de 1970, com seu primeiro concurso em 1971, no 16º Congresso Tradicionalista, em Quaraí. De lá pra cá, foram 52 edições deste evento que reúne as jovens tradicionalistas para colocar aprova sua vivência e seu aprendizado.

    Apesar de ser o pioneiro das tradições do estado, o 35 CTG jamais em sua história havia conquistado o título da 1ª Prenda, que concede a realização da Ciranda no ano seguinte na cidade. A conquista de Anna Julia colocou a 1ª Região Tradicionalista no topo deste título: Foram 7 no total, ultrapassando a 18ªRT, que ficou em segundo lugar, com 6. Mas, a capital de todos os gaúchos não virava sede da Ciranda de Prendas desde o ano de 2005, quando foi realizada no CTG Cancela da Liberdade, do Clube Caixeiros Viajantes, e o baile no centro de eventos do parque da Harmonia.

O feito do CTG Missioneiro dos Pampas

    Não é muito simples conseguir conquistar os três primeiros lugares no concurso regional de prendas e carimbar o passaporte para a final, que é a Ciranda Estadual. Pois um CTG de Três Passos, na 20ªRT, conseguiu esse feito e levou suas três prendas para Rio Grande, logrando êxito com todas. A 2ª prenda adulta do RS, Cristina Kunzler Diemer, a 1ª prenda juvenil, Laura Schweigert Braseiro, e a 1ª prenda mirim, Kelli Larissa Pletsch. Sem dúvida nenhuma foi um excelente trabalho realizado.


O resultado

Categoria mirim 

1ª prenda mirim - Kelli Larissa Pletsch (Três passos/20ª RT/CTG Missioneiro dos Pampas)

2ª prenda mirim - Giovana Arruda Rodrigues (Santa Maria/13ª RT/ DTCE Marcas do Pampa)

3ª prenda mirim - Nadine Machado Barbosa (São Gabriel/18ª RT/CTG Caiboaté)

Categoria juvenil

1ª prenda juvenil - Laura Schweigert Braseiro (Três passos/20ª RT/CTG Missioneiro dos Pampas)

2ª prenda juvenil - Isadora Biesek Castellani (Bento Gonçalves/11ª RT/CTG Herdeiros da Bombacha)

3ª prenda juvenil - Eva Sofia Dias da Silva (Santo Ângelo/3ª RT/CTG Vinte de Setembro)

Categoria adulta

1ª prenda adulta - Anna Júlia dos Santos Fraga/Porto Alegre/1ª RT/ CTG "35")

2ª prenda adulta - Cristina Kunzler Diemer (Três passos/20ª RT/CTG Missioneiro dos Pampas)

3ª prenda adulta - Tassya Pereira Marasciulo (Rio Grande/6ª RT/CCN Sentinela do Rio Grande)


Curiosidades:

...Organizado pela Rádio Gaúcha, Jornal última Hora e VARIG, o concurso “A mais linda prenda do RS” teve como vencedoras:

1965/1966 – Rosemari Romeu, do CTG Potreiro Grande de Tramandaí.

1966/1967 – Jussara Barth, do CTG O Fogão Gaúcho de Taquara.

1967/1968 – Lizete Rolim, CTG Estância da Serra, de Osório

1968/1969 – Nara Iná Bandeira Ramos, do CTG Sentinela do Jarau, Santa Maria

1969/1970 – Marli Dornelles, do CTG Os Legalistas, de Santo Angelo

1970/1971 – Marlene Correa, do CTG Manotaço de Gramado.

... A partir do primeiro concurso oficial em 1971, a 6ª Região Tradicionalista foi hegemônica por ganhar três, dos cinco primeiros concursos (1971, 1973 e 1975);

... Nesse período oficial quais as regiões que mais venceram e as que nunca venceram:

1ªRT – 7 | 1ªs Prendas do RS 18ªRT – 6 | 1ªs Prendas do RS 6ª e 13ªRTs – 5 cada | 1ªs Prendas do RS

5ª, 7ª, 9ª e 12ªRTs – Todas com 4 | 1ªs Prendas do RS (sendo que a 12ª divide uma com a 30ª)

23ªRT – 2 | 1ªs Prendas do RS          

E com uma 1ª prenda – 3ª, 4ª, 8ª, 10ª, 14ª, 15ª, 16ª, 21ª, 24ª, 26ª e 30ªRTs (Daniela Franzen, em 1991/1992, venceu o estado pela 12ªRT, quando foram divididas as novas RTs, entregando a faixa pela 30ª)

... A capital já teve Elisângela Mello Reghelin, Patricia Ludwig, Gisele Felício, Anijane Luiz e Anna Júlia Santos. Mas, a primeira RT ainda teve mais duas: Rossane Lemos (Barra do Ribeiro) e Gabrielli Pio (Alvorada).



quarta-feira, 17 de maio de 2023

Novas prendas do RS serão conhecidas neste final de semana em Rio Grande

    O fato de nunca sabermos tudo ao mesmo tempo, e de todos os modos, não significa que nada saibamos. A frase clássica de Sócrates, “só sei que nada sei” indica a humildade de saber-se, individualmente, ignorantes em quase tudo, mas indica que estamos permanentemente buscando conhecimentos. É assim que os CTGs, pequenas escolas informais, preparam suas prendas e seus peões para a sociedade. O CTG é uma escola cidadã.

Os concursos e sua importância

    O mínimo que estas meninas e meninos percorrem até chegar ao objetivo final, que é o concurso do estado, são dois anos de preparação. Dançam, cantam, declamam, interpretam, estudam dicção, estudam história, geografia, tradição, folclore, tradicionalismo, postura no palco, uso correto do microfone, entre outras atividades. Esses jovens enfrentam o público, sentados à sua frente, como em um espetáculo de artista internacional. Mas lá estão eles, firmes. Decididos. Preparados.

    Cada etapa superada é um aprendizado que jamais será esquecido.

 52ª Ciranda Cultural de Prendas

    O Movimento Tradicionalista Gaúcho realiza, de 18 a 20 de maio, em Rio Grande, a 52ª edição da Ciranda Cultural de Prendas. Trata-se do concurso mais antigo do calendário oficial do MTG, instituído no 15º Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado em janeiro de 1970, no município de Santiago.

     A Ciranda é realizada nas categorias mirim, juvenil e adulta e escolhe, anualmente, dentre as candidatas, aquelas que melhor representem as virtudes, a graça, a cultura, os dotes artísticos, a desenvoltura e a expressão da mulher gaúcha. Fazem parte da Ciranda avaliações escrita, artística, oral, mostra folclórica e relatório de atividades.

    Em 2023, a Ciranda de Prendas será realizada na cidade de Rio Grande, de onde vem a 1ª Prenda do estado, Giovana Martins, do CCN Sentinela do Rio Grande, que conquistou o título na edição do ano passado, realizada na cidade de Bagé. As provas acontecerão na Universidade Federal de Rio Grande e o fandango oficial, onde será dado o resultado, será na Sociedade Amigos do Cassino.



Livro “Guasqueiro” será lançado em exposição que oferece experiência e imersão dentro do universo do couro

Com objetos inéditos criados especialmente para produção do livro, a mostra abre no dia 24 de maio, às 18h, no Foyer do Multipalco do Theatro São Pedro, na Capital, e acontecerá também em Pelotas e Gramado, em junho

    Guasqueiro, no sul do Brasil, guasquero ou soguero no Uruguai e na Argentina, é o artesão que usa como principal matéria prima de seus trabalhos o couro cru, sem nenhum curtimento a base de produtos químicos ou vegetais. Seu trabalho é principalmente o de fabricar peças do apero crioulo, como se chamam os artigos de montaria utilizados pelo homem do campo, personagem principal do livro “Guasqueiro: A arte gaúcha do couro no apero crioulo”, que será lançado dia 24 de maio, às 18h, no Foyer do Multipalco do Theatro São Pedro, em Porto Alegre. 

    Escrito e produzido por Rodrigo Lobato Schlee e Fernanda Valente de Souza, a obra será apresentada ao público junto de uma mostra com centenas de objetos, a maioria confeccionados e registrados pelos autores para a produção do livro e para a montagem de um acervo que resgata a história do uso do couro pelos gaúchos, mostrando as origens e a evolução desta centenária arte gaúcha. 

    A exposição contará com peças que remontam a formação do gaúcho, como uma “pelota” (primitiva embarcação de couro), artigos de montaria como estribos e esporas feitos de couro, um inusitado canhão missioneiro, feito de “taquaruçu” (taquara grossa) e couro, similar aos que foram utilizados na guerra guaranítica e um conjunto composto por diversos modelos de boleadeiras, a principal arma de caça e guerra utilizada pelos gaúchos no passado. Os artefatos ganham vida e recriam um novo tempo e espaço, para ampliar o conhecimento sobre os usos e costumes do povo gaúcho.

    O livro e a exposição nos ajudam a entender através de textos, imagens e artefatos de couro, a história de um saber-fazer intimamente ligado ao gaúcho, este tipo humano que, no passado, foi por vezes apelidado de ‘guasca’ - palavra que no dialeto quechua significa pedaço ou tira de couro cru. Uma artesania que surge da necessidade de produzir objetos úteis para o dia a dia, utilizando o couro, matéria prima abundante na região. Reunindo habilidades, criando técnicas e processos que forjaram uma arte de mãos e memória. Esse trabalho traz a força do couro e dessa gente”, destaca Fernanda.


    Foram décadas de pesquisa e de resgate antropológico, resultando em experiências que estão sendo compartilhadas agora. “Nosso objetivo é difundir e preservar o ofício da guasqueria, uma das primeiras e mais importantes manifestações artísticas do Sul do Brasil, apresentando este tradicional ofício a novos públicos e mostrando a sua história, que se confunde a da própria formação do gaúcho”, completa a autora.

    A ideia para a construção da obra surgiu com o passar dos anos, a partir de uma percepção de que poucas referências eram publicadas sobre o tema. Rodrigo, que desde a infância teve contato com o campo e com a tradição gaúcha, foi se tornando naturalmente um estudioso do tema. 

    “Fui aprendendo a lida de campo e descobrindo os ofícios tradicionais, em especial o trabalho em couro, que desde pequeno sempre me encantou. Com passar do tempo, me dediquei ao estudo e a prática da guasqueria, até que em um determinado momento, além de clientes que vinham para encomendar peças, passei também a ser procurado para ensinar o ofício, transformando o nosso galpão em uma escola de guasqueria”, lembra. Em 2004, Rodrigo e Fernanda foram convidados pela Universidade Federal de Pelotas para ministrarem uma série de cursos formando novos guasqueiros na região.

    Formado em Direito pela UCPEL, Rodrigo se tornou uma referência como pesquisador de usos e costumes da cultura gaúcha e mestre da arte de trabalhar o couro. “Com o tempo, passaram a ser constantes as encomendas de peças para museus, coleções e acervos ligados ao universo gaúcho e do couro, fazendo com que eu mergulhasse cada vez mais no resgate das tradições gaúchas e da artesania do couro, tornando-se esta a minha principal atividade”, conta o autor.

Já Fernanda, formada em Artes Visuais pela UFPel, sempre foi apaixonada pelas artes e encontrou na ancestralidade uma grande influência para o seu trabalho artístico, iniciando pelas pedrarias até se encantar pela cultura pampeana. “Aos poucos, o couro passou a fazer parte do meu universo: criamos um espaço de trabalho em casa que, com o tempo, virou um atelier museu”, conta, e completa: “nosso trabalho se direcionou para o estudo e difusão desta arte, seja através de cursos, exposições, obras literárias ou documentários audiovisuais, procurando sempre compartilhar todas as referências, práticas e processos ancestrais, tão necessários para a manutenção e a consolidação do ofício de Guasqueiro como um patrimônio cultural imaterial dos gaúchos, o que é de fato e direito. Um trabalho de vida, de experiências e compartilhamentos”.

    Referências como pesquisadores e artífices desta artesania, Rodrigo e Fernanda são idealizadores e entusiastas de um Projeto de Lei que está em andamento na Assembleia Legislativa do Estado e deve ser votado em 24 de maio, dia de lançamento do livro em Porto Alegre que reconhece e declara o Ofício de Guasqueiro como integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do RS.

Este trabalho busca valorizar a nossa arte regional e os artífices do couro, dando voz e vez aos gaúchos anônimos que com seu conhecimento e habilidade mantiveram o ofício por séculos e deixaram trançados no tempo suas memórias e uma arte genuinamente terrunha”, explica Rodrigo.

    Além da mostra, também serão oferecidas oficinas, com a apresentação de ferramentas e técnicas utilizadas na guasqueria, onde os visitantes poderão interagir com o couro, aventurando-se na prática de trançados que são a essência do ofício, e que estarão disponíveis na exposição, possibilitando uma imersão no universo de texturas e sentidos que a cultura do couro proporciona.

O livro

Dividido em quatro capítulos, o livro narra a cultura e a história gaúcha do couro, além de explorar a matéria-prima, ferramentas e técnicas tradicionais do ofício, seguido de um capítulo pensado de forma didática, com um manual básico de guasqueria, onde os autores ensinam algumas técnicas da artesania, além de termos e expressões relacionadas ao material e seus usos em um glossário. A publicação traz de forma inédita no Brasil, imagens e descrições sobre o trabalho em couro, assim como a sua aplicação em objetos de uso cotidiano dos gaúchos e principalmente nos “aperos crioulos” como são chamados na região os arreios de montaria e nas “pilchas”, vestimentas típicas.

“Contamos um pouco sobre a caminhada do couro na história da humanidade, até chegar ao seu uso na região pampeana, especialmente no período de formação do gaúcho, quando se forma a guasqueria, mesclando culturas oriundas dos povos originários e dos colonizadores. O material foi tão importante para os gaúchos em um determinado momento, que o período ficou conhecido como a ‘era do couro’ no pampa, já que era utilizado com matéria-prima para uma infinidade de utilidades. A relação com o couro começava já na infância, quando o guri do campo confeccionava brinquedos como boleadeiras de sabugo atadas com ‘tentos’, fundas e outros”, explica Rodrigo. Para ilustrar este universo lúdico relacionado ao uso do couro, os autores adicionaram à mostra uma maquete onde é resgatado um típico brinquedo dos gaúchos no passado, os “gadinhos de osso”.

Naturais de Pelotas, o casal Rodrigo e Fernanda atualmente reside em Gramado, onde depois de desenvolverem inúmeros projetos ligados à cultura gaúcha, fundaram há seis anos a Matería Capitão Rodrigo, no Largo da Borges. Um comércio cultural que funciona diariamente como uma escola do mate/chimarrão, na qual se encontra uma mostra permanente de objetos antigos e contemporâneos ligados aos usos e costumes dos gaúchos.

Além de Porto Alegre, onde a exposição fica até 27 de maio, estão no roteiro de lançamento do livro e exposição “Guasqueiro - A arte gaúcha do couro no apero crioulo”, Pelotas, no dia 1 de junho, e Gramado, em 15 de junho. A obra estará à venda durante o período das exposições nos três municípios.

O projeto do livro e da exposição “Guasqueiro: A arte gaúcha do couro no apero crioulo” é uma realização da Ato Produção Cultural, com patrocínio da empresa Baldo S/A e financiamento da Lei Rouanet, Ministério da Cultura.

Ficha técnica do livro

“Guasqueiro: A arte gaúcha do couro no apero crioulo”

Autores: Rodrigo Lobato Schlee e Fernanda Valente de Souza

Edicão: Fructos do Paiz

Revisão: Marlei Teixeira

Foto de capa: Rodrigo Lobato Schlee

Foto de contracapa: Fernanda Valente de Souza

Projeto Gráfico: Nativu Design

Direção de arte e diagramação: Valder Valeirão

Design assistente: Kim Valeirão

Impressão: Gráfica Ipsis

Produção cultural: Roberta Manaa

Comunicação: Gengibre (Cris De Luca, Carol Kirsch e Mari Moraes)


Informações para a imprensa:

Gengibre

Cris De Luca - cris@gengibrecc.com.br - (51) 99376.2372

Mari Moraes - mm.estrategica@gmail.com - (21) 97111.1740


terça-feira, 16 de maio de 2023

Escolhida a música-tema dos Festejos Farroupilhas de 2023

   


 A Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas 2023 se reuniu na tarde desta quinta-feira (16), no Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para escolher a canção-tema dos Festejos Farroupilhas deste ano. O grupo é composto por representantes de 18 entidades e é responsável pelo planejamento e execução do evento. 

    A canção-tema escolhida foi "Nos tempos de 23", de autoria dos músicos Fernando Espindola (vocalista) e Thomas Facco (acordeonista), ambos integrantes do grupo Alma Gaudéria. A música cumpriu com todos os requisitos propostos na chamada para seleção e foi escolhida por unanimidade pelos membros da Comissão dos Festejos Farroupilhas 2023.

    O Grupo Alma Gaudéria surgiu em 2007 em Porto Alegre e, desde então, já lançou sete álbuns, duas coletâneas e realizou mais de mil shows/bailes por diferentes estados, tais como SC, PR, SP, DF e GO, levando a autêntica música do Rio Grande do Sul para o Brasil.

    Em 2017, com o CD ‘Louco por Fandango’, o Grupo se firmou como um dos principais nomes da música gaúcha, sendo eleito o Melhor Grupo de Baile daquele ano, com o Troféu Vitor Mateus Teixeira”, concedido pela Assembleia Legislativa do RS.

    Segundo Gabriella Meindrad, presidente da Comissão, "a canção venceu justamente pela sua relevância cultural, abordando o centenário da Revolução de 1923, com todos os seus protagonistas. A canção consegue compilar toda a força do povo gaúcho e também a sua diversidade", acrescentou Gabriella.


Confira a letra da música "Nos tempos de 23"


Letra: Fernando Augusto Espindola

Música: Thomas Facco


Um século se passou

Da última revolução

Assisistas e borgistas

Em guerra por uma eleição

Um estado polarizado

Se foi as vias de fato

Por interesses pessoais

De Chimangos e Maragatos


Todos recordam os nomes

Dos que empunhavam bandeiras

Mas pouco se reverencia

Os da frente nas fileiras

Quem vai a luta por ordens

Destes se fala pouco

Homens com lanças e negros

E a mulher "Cabo Toco"


Refrão:

100 anos já se passaram

Da última revolução

Mas depois de tanto tempo

Será que temos união?

Parece que as diferenças

Persistem nos dias atuais

E seguimos separados

Por ideias e ideais


E essa revolução

De Borges e Assis Brasil

Mudou a história do Rio do Grande

Mudaria a do Brasil

O tratado de Pedras Altas

Acomodou interesses

E o caudilhismo surgiu

Pra que o país conhecesse


Personagens da história

Que vemos em ruas e livros

E os feitos de lado a lado

Até hoje seguem vivos

Quem lê, compreende a história

Dos que aguentaram o repuxo

Pois luta e revolução

Estão na alma do gaúcho


Refrão:

100 anos já se passaram

Da última revolução

Mas depois de tanto tempo

Será que temos união?

Parece que as diferenças

Persistem nos dias atuais

E seguimos separados

Por ideias e ideais.


Parte declamada:

E mesmo após 100 anos

Nos tempos de 23 atuais

Mulheres, negros e indígenas

Ainda buscam direitos iguais

Liberdade, igualdade e humanidade

Estão na nossa bandeira

Que não esqueçamos jamais

Que estes, sim, são ideais

Pra buscar a vida inteira!


"Nos tempos de 23", canção oficial dos Festejos Farroupilhas 2023, está disponível para download. 

Por: Silvia Martins | ASCOM | SEDAC

Foto: Solange Abreu