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terça-feira, 31 de março de 2020
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Pelagens dos cavalos segundo Cyro Dutra Ferreira
•ALAZÃO:
vermelho - claro alaranjado.
•AZULEGO:
azulado, com uma ou outra mancha branca.
•BAIO: cor
de café-com-leite fraco.
•BAIO CABOS
- NEGROS: com pernas, crina e cola pretas.
•BAIO
ENCERADO: café com leite forte e manchas arredondadas e levemente mais escuras.
•BAIO
CEBRUNO: café com leite forte e argolas pretas nas quatro patas.
•BAIO RUANO:
café com leite bem desmaiado e crina e cola, brancas.
•BRANCO:
totalmente branco.
•BRAGADO:
totalmente coberto de manchas brancas, vermelhas ou pretas embaralhas e
indefinidas, dando a aparência de um buque de flores.
COLORADO: vermelho. COLORADO PINHÃO: vermelho
carregado, quase encarnado.
•DOURADILHO:
vermelho bem claro, que brilha quando exposto ao sol.
•GATEADO:
café com leite forte ou marrom fraco.
•GATEADO
ROSILHO: com pintinhas brancas.
•LUBUNO:
cinza.
•MALACARA:
geralmente cavalos vermelhos que tiverem, à frente da cabeça, uma mancha
vertical, dos olhos até o focinho (outros pêlos que tiverem a mesma mancha
normalmente não são tratados como Malacara).
•MOURO:
pequenas pintas brancas sobre o fundo preto.
•OVEIRO:
manchas grandes, brancas, vermelhas ou pretas, arredondadas.
•PAMPA: o
cavalo que tiver toda a cabeça branca.
•PANGARÉ:
café com leite, com barriga e focinho brancos.
•PICAÇO:
todo preto com qualquer mancha branca e em qualquer lugar.
•PRETO:
totalmente preto.
•ROSILHO:
pintas brancas sobre o fundo vermelho.
•ROSILHO
PRATEADO: rozilho, com a anca quase branca.
•ROSADO: é
como na Serra denominam o Bragado.
•RUANO:
vermelho claro e crinas e cola brancas.
•TOBIANO:
faixas largas e bem definidas, brancas e vermelhas ou brancas e pretas, em
geral dispostas verticalmente.
•TOBIANO
ROSÍLHO: quando as faixas forem rosilhas.
•TOBIANO
MOURO: quando as faixas forem do pêlo mouro.
•TORDILHO:
fundo branco com pintas levemente mais escuras, de um branco sujo.
•TORDILHO
NEGRO: fundo branco com pintas de um preto desmaiado.
•TORDILHO
VINAGRE: fundo branco sob pintas marrons.
•TOSTADO:
cor de castanha madura.
•TOSTADO
RUANO: cor de castanha madura com crinas e cola brancas.
•ZAINO:
Marron escuro.
•ZAINO
CRUZADO: Marron escuro e duas patas brancas, desencontradas
•ZAINO
NEGRO: quase preto
•ZAINO
PINHÃO: puxado a cor de pinhão maduro
•ZAINO
TAPADO: Que não tem qualquer pinta branca
Animais que possuem de 1 a 4 canelas brancas,
independente da pelagem são chamados de “calçados”
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Noções básicas de cultura gaúcha
Alguns conceitos básicos...
TRADIÇÃO
“É o ato de transmitir os fatos culturais de um povo através de suas gerações. É a transmissão das lendas, narrativas, valores espirituais, acontecimentos históricos através dos tempos, de pais para filhos. É um conjunto de idéias, usos e costumes, recordações e símbolos conservados pelos tempos pelas gerações. É um culto aos costumes das boas coisas do passado. O povo gaúcho tem, no chimarrão, no fandango, na pilcha, nos temas musicais, na poesia, na doma, a mais bela das tradições.” Odalgil Nogueira da Camargo
“Essa palavra vem do latim, do verbo tradere (traditio, traditionis), que quer dizer trazer até, entregar. Em direito, tradição significa entrega. Em um sentido amplo, que é o que interessa para o presente estudo, tradição quer dizer o culto dos valores que os antepassados nos legaram, nos entregaram.” - Antonio Augusto Fagundes
"Tradição é o todo que reúne em seu bojo a história política, cultural, social e demais ciências e artes nativas, que nos caracterizam e definem como região e povo. Não é o passado, fixação e psicose dos saudosistas. É o presente como fruto sazonado de sementes escolhidas. É o futuro, como árvore frondosa que seguirá dando frutos e sombra amiga às gerações do porvir. " Glaucus Saraiva
Glaucus Saraiva, citando Hélio Rocha, transcreve no Manual de Tradicionalismo o seguinte:
"Tradição não é simplesmente o passado.
O passado é o marco. A Tradição é a continuidade.
O passado é o acontecimento que fica. A Tradição é o fermento que prossegue.
O passado é a paisagem que passa. A Tradição é a corrente que continua.
O passado é a mera estratificação dos fatos históricos já realizados. A Tradição é a dinamização das condições propulsoras de novos fatos.
O passado é estéril, intransmissível. A Tradição é essencialmente fecundadora e energética.
O passado é a flor e o fruto que findaram. A tradição é a semente que perpetua.
O passado é o começo, as raízes. A Tradição é a seiva circulante, o prosseguimento.
O passado explica o ponto de partida de uma comunidade histórica. A tradição condiciona o seu ponto de chagada.
O passado é a fotografia dos acontecimentos. A tradição é a cinematografia dos mesmos.
Enfim: Tradição é tudo aquilo que do passado não morreu”.
Luiz Carlos Barbosa Lessa, ao tratar dos movimentos regionais que ocorrem desde o século XIX, assim se expressa:
“...no entanto, aquela etapa é essencial para a compreensão do que vem ocorrendo com a cultura desde os anos 90 do século passado. Ou seja: ciclicamente, de trinta em trinta anos, ao ensejo de alguma rebordosa mundial ou nacional, e havendo clima de abertura para as indagações do espírito, termina surgindo algum "ismo" relacionado com a Tradição.
Assim foi com o gauchismo dos anos 90. Com o regionalismo dos anos 20. Com o tradicionalismo dos anos 50. Com o nativismo de agora. E sou capaz de jurar que lá pelo ano 2010 surgirá uma espécie de telurismo antinuclear ou cibernético, resultante da inquietação de analistas de sistemas em conluio com artistas plásticos, incluindo cartunistas e comunicadores visuais.
É claro que, de acordo com cada época, modifica-se a dinâmica e o campo de ação. Mas, no fundo, é tudo a mesma coisa: expressão de amor à gleba e respeito ao homem rural".
TRADIÇÃO
“É o ato de transmitir os fatos culturais de um povo através de suas gerações. É a transmissão das lendas, narrativas, valores espirituais, acontecimentos históricos através dos tempos, de pais para filhos. É um conjunto de idéias, usos e costumes, recordações e símbolos conservados pelos tempos pelas gerações. É um culto aos costumes das boas coisas do passado. O povo gaúcho tem, no chimarrão, no fandango, na pilcha, nos temas musicais, na poesia, na doma, a mais bela das tradições.” Odalgil Nogueira da Camargo
“Essa palavra vem do latim, do verbo tradere (traditio, traditionis), que quer dizer trazer até, entregar. Em direito, tradição significa entrega. Em um sentido amplo, que é o que interessa para o presente estudo, tradição quer dizer o culto dos valores que os antepassados nos legaram, nos entregaram.” - Antonio Augusto Fagundes
"Tradição é o todo que reúne em seu bojo a história política, cultural, social e demais ciências e artes nativas, que nos caracterizam e definem como região e povo. Não é o passado, fixação e psicose dos saudosistas. É o presente como fruto sazonado de sementes escolhidas. É o futuro, como árvore frondosa que seguirá dando frutos e sombra amiga às gerações do porvir. " Glaucus Saraiva
Glaucus Saraiva, citando Hélio Rocha, transcreve no Manual de Tradicionalismo o seguinte:
"Tradição não é simplesmente o passado.
O passado é o marco. A Tradição é a continuidade.
O passado é o acontecimento que fica. A Tradição é o fermento que prossegue.
O passado é a paisagem que passa. A Tradição é a corrente que continua.
O passado é a mera estratificação dos fatos históricos já realizados. A Tradição é a dinamização das condições propulsoras de novos fatos.
O passado é estéril, intransmissível. A Tradição é essencialmente fecundadora e energética.
O passado é a flor e o fruto que findaram. A tradição é a semente que perpetua.
O passado é o começo, as raízes. A Tradição é a seiva circulante, o prosseguimento.
O passado explica o ponto de partida de uma comunidade histórica. A tradição condiciona o seu ponto de chagada.
O passado é a fotografia dos acontecimentos. A tradição é a cinematografia dos mesmos.
Enfim: Tradição é tudo aquilo que do passado não morreu”.
Luiz Carlos Barbosa Lessa, ao tratar dos movimentos regionais que ocorrem desde o século XIX, assim se expressa:
“...no entanto, aquela etapa é essencial para a compreensão do que vem ocorrendo com a cultura desde os anos 90 do século passado. Ou seja: ciclicamente, de trinta em trinta anos, ao ensejo de alguma rebordosa mundial ou nacional, e havendo clima de abertura para as indagações do espírito, termina surgindo algum "ismo" relacionado com a Tradição.
Assim foi com o gauchismo dos anos 90. Com o regionalismo dos anos 20. Com o tradicionalismo dos anos 50. Com o nativismo de agora. E sou capaz de jurar que lá pelo ano 2010 surgirá uma espécie de telurismo antinuclear ou cibernético, resultante da inquietação de analistas de sistemas em conluio com artistas plásticos, incluindo cartunistas e comunicadores visuais.
É claro que, de acordo com cada época, modifica-se a dinâmica e o campo de ação. Mas, no fundo, é tudo a mesma coisa: expressão de amor à gleba e respeito ao homem rural".
Texto do livro
Manual de tradicionalismo
Manoelito Savaris
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Dia 24 de abril - Dia do Churrasco
"Churrasco" é um termo que aparece, originariamente, tanto no idioma espanhol quanto no português e em ambos se referem à porção de carne, ou pequeno animal, sem tempero, assados geralmente ao calor da brasa, em espeto ou sobre grelha.
Segundo João Cezimba, patrono do tradicionalismo gaúcho, o churrasco é definido como a alimentação rio-grandense, especialmente do homem rural, e era tão simples quanto substancial.
Ninguém sabe ao certo a origem do churrasco, há quem diga que os homo-sapiens foram os primeiros a degustar uma carne, claro que não exatamente como conhecemos, e só após o domínio do fogo.
Acredita-se, também, que os índios que habitavam a costa do continente americano tenham descoberto uma maneira deliciosa de preparar a carne de animais que caçavam, já que não havia bois na época, e que a partir daí houve a evolução do preparo do churrasco.
Entende-se que os índios moqueavam a carne, ou seja, chamuscavam por fora e deixavam-na crua por dentro, era temperada com as cinzas do braseiro e assada ao ar livre, numa fogueira, normalmente sobre pedras, com auxílio de uma grelha feita de madeira verde. Ainda hoje, este processo é usado para tirar a catinga das carnes de caça ou para conservar as carnes em viagem.
O reconhecimento e a conseqüente ligação feita entre o gaúcho e o churrasco fizeram com que uma palavra soe como sinônimo da outra. Por essa característica é que o Churrasco foi instituído pela Lei 11.929/03 como o prato típico do Estado Rio Grande do Sul, devendo ser comemorado todo o dia 24 de abril o “dia do churrasco”.
24 de Abril - Dia do Chimarrão
CHIMARRÃO
A BEBIDA SIMBOLO DO RIO GRANDE DO SUL
ORIGEM DO TERMO
A palavra chimarrão tem origens no vocabulário espanhol e português. Do espanhol cimarrón, que significa chucro, bruto, bárbaro, vocábulo empregado em quase toda a América Latina, do México ao Prata, designando os animais domesticados que se tornaram selvagens.
O comércio de mate e o preparo da erva foram em tempos passados proibidos no Paraguai, o que não impedia, entretanto, que clandestinamente continuasse em largo uso naquela então colônia espanhola.
A HISTÓRIA
Assunção havia-se transformado na pérola das colônias espanholas na América. O general Irala, que numa conspiração derrubara o governador de província e estendera seus domínios do pampa aos Andes e até Sierra Encantada-Peru, investindo para o leste e chegando, em 1554, às terras de Guairá, atualmente terras do Paraná. Ali foi recebido por quase 300 mil guaranis com alegria e hospitalidade. Além da acolhida, o que chamou a atenção foi que os índios de Guairá eram mais fortes do que os guaranis de qualquer outra região, mais alegres e dóceis. Entre seus hábitos, havia o uso de uma bebida feita com folhas fragmentadas, ingerida em um pequeno porongo por meio de um canudo de taquara na base um trançado de fibras para impedir que as partículas das folhas fossem ingeridas. Os guaranis chamavam-na de caá-i (água de erva saborosa) e dizem que seu uso fora transmitido por tupã.
Os conquistadores provaram o chimarrão e o acharam saboroso e alguns poucos goles davam uma sensação de bem-estar ao organismo. De volta a Assunção, os soldados de Irala levaram um bom carregamento de erva. Em pouco tempo, o comércio da erva-mate se tornava o mais rendoso da Colônia. O uso do chimarrão se estendeu às margens do Prata, conquistou Buenos Aires, transpôs os Andes, chegou a Potosi, enriquecendo os donos do Paraguai. Assunção dobrou de população e de tamanho. As fortunas se agigantavam.
O chimarrão também fez a riqueza dos jesuítas que se estabeleceram no Guaíra, ao sul do Paranapanema e nos Sete Povos, à margem oriental do Uruguai. Fazendo plantio de ervais, depois de fracassos iniciais para germinar a semente, os jesuítas inventaram a caá-mini, pó grosso de erva-mate, que passou a valer três vezes mais e, com sua exportação, ganharam muito dinheiro, trazendo um período de opulência para os Sete Povos e as Missões.
Os argentinos descobriram o segredo que havia sido guardado com os jesuítas de como fazer germinar a semente e plantaram seus ervais que, em pouco tempo, se estendiam em milhares de pés pelo território de Misiones.
A palavra chimarrão tem origens no vocabulário espanhol e português. Do espanhol cimarrón, que significa chucro, bruto, bárbaro, vocábulo empregado em quase toda a América Latina, do México ao Prata, designando os animais domesticados que se tornaram selvagens.
O comércio de mate e o preparo da erva foram em tempos passados proibidos no Paraguai, o que não impedia, entretanto, que clandestinamente continuasse em largo uso naquela então colônia espanhola.
A HISTÓRIA
Assunção havia-se transformado na pérola das colônias espanholas na América. O general Irala, que numa conspiração derrubara o governador de província e estendera seus domínios do pampa aos Andes e até Sierra Encantada-Peru, investindo para o leste e chegando, em 1554, às terras de Guairá, atualmente terras do Paraná. Ali foi recebido por quase 300 mil guaranis com alegria e hospitalidade. Além da acolhida, o que chamou a atenção foi que os índios de Guairá eram mais fortes do que os guaranis de qualquer outra região, mais alegres e dóceis. Entre seus hábitos, havia o uso de uma bebida feita com folhas fragmentadas, ingerida em um pequeno porongo por meio de um canudo de taquara na base um trançado de fibras para impedir que as partículas das folhas fossem ingeridas. Os guaranis chamavam-na de caá-i (água de erva saborosa) e dizem que seu uso fora transmitido por tupã.
Os conquistadores provaram o chimarrão e o acharam saboroso e alguns poucos goles davam uma sensação de bem-estar ao organismo. De volta a Assunção, os soldados de Irala levaram um bom carregamento de erva. Em pouco tempo, o comércio da erva-mate se tornava o mais rendoso da Colônia. O uso do chimarrão se estendeu às margens do Prata, conquistou Buenos Aires, transpôs os Andes, chegou a Potosi, enriquecendo os donos do Paraguai. Assunção dobrou de população e de tamanho. As fortunas se agigantavam.
O chimarrão também fez a riqueza dos jesuítas que se estabeleceram no Guaíra, ao sul do Paranapanema e nos Sete Povos, à margem oriental do Uruguai. Fazendo plantio de ervais, depois de fracassos iniciais para germinar a semente, os jesuítas inventaram a caá-mini, pó grosso de erva-mate, que passou a valer três vezes mais e, com sua exportação, ganharam muito dinheiro, trazendo um período de opulência para os Sete Povos e as Missões.
Os argentinos descobriram o segredo que havia sido guardado com os jesuítas de como fazer germinar a semente e plantaram seus ervais que, em pouco tempo, se estendiam em milhares de pés pelo território de Misiones.
OS AVIOS
Os "avios" (instrumentos necessários) de chimarrão são a erva-mate, a cuia ou porongo onde se deposita a erva, a bomba através do qual se suga a infusão, e a chaleira onde se põe a água a aquecer até que comece a "chiar" em fase de pré-fervura. Para maior comodidade do mateador, pode haver também entre os "avios" o tripé, em que se deposita a cuia, ou em vez do tripé, um porta-cuia feito com outro pedaço de porongo.
Os "avios" (instrumentos necessários) de chimarrão são a erva-mate, a cuia ou porongo onde se deposita a erva, a bomba através do qual se suga a infusão, e a chaleira onde se põe a água a aquecer até que comece a "chiar" em fase de pré-fervura. Para maior comodidade do mateador, pode haver também entre os "avios" o tripé, em que se deposita a cuia, ou em vez do tripé, um porta-cuia feito com outro pedaço de porongo.
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Hoje em dia é comum quem toma chimarrão, ter uma garrafa térmica e um rabo quente para esquentar a água.
Tal como ocorre com o cachimbo da paz, a cuia de chimarrão passa de mão em mão, em círculo, com todas as pessoas pondo os lábios, à sua vez, na mesma bomba. Cada um precisa tomar todo o conteúdo de cada "mate", até que a bomba "ronque" por já estar sugando ar em vez de chá.
Prepare um mate rapidinho...Dica da escola do chimarrão
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Caminhos da Fé
A expressão da fé, as margens das estradas gaúchas.
A fé acompanha o homem desde os
seus primórdios e, trata-se da convicção em algo, mesmo sem critérios de
comprovação. Geralmente, a fé está relacionada a questões emocionais e serve de
explicação para grandes conquistas.
O povo gaúcho destaca-se por sua
fé. A religiosidade no Rio Grande do
Sul acompanha a história de sua formação. Inicialmente, os índios apresentavam
forte crença em seus “deuses” e atribuíam a eles, tudo
que lhes acontecia de bom ou mal.
A chegada dos padres jesuítas ao
pampa gaúcho traz uma nova religião, o
cristianismo. E aos índios catequizados, foi ensinada a doutrina dessa nova
fé, onde um Deus único e onipotente
julgava seus fiéis. E foi aproveitando a fé dos nativos, que os jesuítas
construíram as reduções e prosperaram durante anos, promovendo a igreja católica e sua filosofia.
Bem mais tarde, a chegada dos
imigrantes, em especial italianos e alemães, reforçou a religiosidade do estado
que ainda hoje, carrega profundos traços dessa influência.
Muitos dos cultos foram
agauchados, a tradicional missa recebeu uma versão tradicionalista através da
“missa crioula” e, muitas atividades campeiras, receberam “santos
padroeiros” da Igreja Católica, a exemplo dos ginetes, que são amadrinhados por
Nossa Senhora Aparecida, por
defendê-los das quedas perigosas e não raro da morte nas patas de algum cavalo
caborteiro.
Outra mostra da religiosidade que
acompanha o gaúcho, são as inúmeras grutas
e capelas que margeiam as estradas do Rio Grande do Sul. São marcas da fé e
da gratidão dos fiéis, que por motivos diversos agradecem as graças alcançadas
e enfeitam com flores coloridas, velas e imagens, os caminhos do estado, ou
mesmo, alertam para os perigos daquela via.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
A idade do animal "cavalar"
Segundo campeiros, a idade do cavalo se conhece pelos dentes. Por isso, quando se compra um cavalo, a primeira coisa a ser observada são os dentes. Dos dois anos e meio aos cinco, nasce o “curumilho” (colmilho, na linguagem técnica). O curumilho é um dente pequeno, que nasce entre os molares e os incisivos. A égua não o tem. Após os cinco anos de idade, os dentes do cavalo começam a adquirir um risco preto e vão perdendo o fio. Depois dos dez anos, também o curumilho começa a ficar amarelo. Após os quinze anos, os dentes vão-se desgastando quase parelho. Aí, o animal já “não firma o pasto e deixa escapar”, isto é, não se processa a mastigação facilmente e o pasto cai-lhe da boca. Então, começa a aparecer a “travagem” – carne que cresce junto aos dentes e dificulta a alimentação.
Não podendo se alimentar convenientemente, o animal vai enfraquecendo. Em tais condições, o cavalar velho procura pastar dentro dos banhados, onde possa apanhar pasto molhado, enchendo a boca. Mas as sanguessugas (que se proliferam comumente nestes locais) vão-no enfraquecendo dia-a-dia. Em dezembro ou janeiro, o animal, para libertar-se das ditas “chamichugas”, busca o alto das coxilhas, onde termina por morrer se tenha passado um inverno em estado de decadência”.
domingo, 29 de abril de 2012
Rui e Andrea: Espírito Santanense
Estivemos neste sábado no Encontro Jovem promovido pelo CTG Presilha do Pago da Vigia, em Santana do Livramento, terra que visitamos muitas vezes e que temos um carinho especial, recepcionados pelo Rui Rodrigues e Andréa Cavalheiro. Os anfitriões do evento, patrões da entidade, estão sempre envolvidos em diversas atividades na cidade. Rui representa a Comissão Gaúcha de Folclore na região da campanha.
O Seminário teve excelentes palestrantes, abordando assuntos diversos, mas que, em especial vou comentar alguns: Luciano Salerno (Bento Gonçalves) abordou a arte declamatória, e mexeu com a gurizada presente. E pasmem, não eram somente tradicionalistas. O Presilha trouxe crianças de um assentamento, que assistiram as palestras e, ainda, almoçaram por conta do CTG. Milena Abott, Diretora Cultural da 18ª falou sobre prendas e seu comportamento, ela, que é uma especialista, pois sempre esteve dedicada ao movimento em Bagé.
O Dr. Gildo deu uma palestra fantástica, e, como ele mesmo falou, fica difícil assistir palestra de um juiz sábado pela manhã. Mas ele prendeu a atenção de todos. Tornou divertido o momento e descontraído. Toni Pereira como sempre, falando sobre danças trouxe o público para participar junto.
O evento contou com a participação das prendas regionais da 18ª que estão se preparando para o estadual no final do mês de maio, a presença do representante da região, Gilberto Silveira, e que teve o apoio do Banrisul, Unimed e Ouro e Prata. Paralelo ao encontro teve um torneio de Bocha, pois a área do CTG é muito grande, incluindo, um campo de futebol e cancha de bocha. Em julho teremos uma Interiorização do MTG na 18ª e voltaremos à Santana do Livramento.
O Seminário teve excelentes palestrantes, abordando assuntos diversos, mas que, em especial vou comentar alguns: Luciano Salerno (Bento Gonçalves) abordou a arte declamatória, e mexeu com a gurizada presente. E pasmem, não eram somente tradicionalistas. O Presilha trouxe crianças de um assentamento, que assistiram as palestras e, ainda, almoçaram por conta do CTG. Milena Abott, Diretora Cultural da 18ª falou sobre prendas e seu comportamento, ela, que é uma especialista, pois sempre esteve dedicada ao movimento em Bagé.
O Dr. Gildo deu uma palestra fantástica, e, como ele mesmo falou, fica difícil assistir palestra de um juiz sábado pela manhã. Mas ele prendeu a atenção de todos. Tornou divertido o momento e descontraído. Toni Pereira como sempre, falando sobre danças trouxe o público para participar junto.
O evento contou com a participação das prendas regionais da 18ª que estão se preparando para o estadual no final do mês de maio, a presença do representante da região, Gilberto Silveira, e que teve o apoio do Banrisul, Unimed e Ouro e Prata. Paralelo ao encontro teve um torneio de Bocha, pois a área do CTG é muito grande, incluindo, um campo de futebol e cancha de bocha. Em julho teremos uma Interiorização do MTG na 18ª e voltaremos à Santana do Livramento.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Dia das coisas da Tradição Gaúcha
Instituído pela lei 11.929, de 20 de junho de 2003, o dia 24 de abril, em homenagem a fundação do 35 CTG, de Porto Alegre, é o Dia do Churrasco e do Chimarrão.
A data de 24 de abril foi escolhida por sugestão do próprio MTG, porque, nesta data, em 1948, nascia o pioneiro 35 Centro de Tradições Gaúchas, o primeiro dos centros de tradições, um fenômeno antropológico e social sem precedentes, onde grupos de pessoas das mais diferentes partes do mundo comungam dos mesmos ideais, cultivam os mesmos ritos e festejam as mesmas efemérides que nós, aqui no pago, que tanto amamos e de cujas façanhas tantos nos orgulhamos.
A culinária é uma das características das culturas em qualquer tempo e em qualquer parte do mundo. Ao pensarmos em determinado povo, país, ou época, logo nos vem à mente também um tipo de alimento, uma forma especial de preparo, um tempero, quando não uma “cozinha” inteira, como é o caso da sempre citada França e suas disputadas iguarias, ou, para citar outro exemplo, a Itália e suas massas.
O Rio Grande do Sul, de cultura própria, tão variada quanto sedimentada pelo mundo todo através dos Centros de Tradições Gaúchas, agora tem um prato típico e uma bebida símbolo. De autoria do deputado Giovani Cherini, a Assembléia aprovou o projeto que instituiu o Churrasco como “Prato Típico” e o Chimarrão como “Bebida Símbolo” do Estado do Rio Grande do Sul. E sabemos todos: falar em Rio Grande pelo Brasil afora, é falar em churrasco e em chimarrão. Por isso comemoramos dia 24 o dia da Tradição Gaúcha e o dia do Churrasco e do Chimarrão.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
O Fogo de Chão
As longas e frias noites de inverno, nas primitivas tribos indígenas, levaram os nativos a descobrir o fogo de chão. Próximos de suas ocas construíam locais onde as famílias «uniam-se ao redor do fogo, alimentado pela tradicional lenha de angico. Um pai-de-fogo, guarda-fogo ou tição-mestre garantia a sobrevivência da fagulha calorosa, que aquecia o gelo das noites grandes. As brasas encandecentes eram um verdadeiro convite para o doce aconchego, quando o frio parecia congelar o ideal, a vida e o próprio tempo.
Ao redor do fogo de chão os homens contavam às crianças, suas aventuras do dia-a-dia. As mulheres falavam dos episódios acontecidos nos momentos solitários, enquanto os homens caçaram ou guerreavam. Eram passadas em revistas as mais belas lendas nativas. Mboitatá, Jarau, Angueras, etc. Sangrentas revoluções, entre nativos e colonizado rés. Lutas de posses e as maravílhas escaramuças conhecidas com a chegada do cavalo, figura máscula da coragem e predestinação.
As crianças disputavam as bijouterias trazidas pelos estrangeiros. Os adultos contavam suas mágoas e alegrias. Ninguém interrompia quem detinha a palavra, a não ser para um aparte ou pergunta. As lidas campeiras passaram a ser a temática central, enquanto o chimarrão corria de mão-em-mão. Era a seiva energética dessa convivência em comunhão.
O fogo de chão aquecia o sentimento nativo do mestiço, projetando-se no ideal campeiro do gaúcho. Ao seu aconchego desfilou a história dos primeiros passos da formação de nosso pago. O cavalo, o gado, as domas, as tropeadas, as carreteadas, os aramados, as marcações, etc. As carreiras de cancha reta, cujos cavalos, figuras centrais daquele mundo ermo, levavam em suas patas, os desvairados sonhos de enriquecer, no desfilar de alguns minutos. As estórias de carreteadas de muitos meses, vencendo serranias impressionantes e outras, cujas missões ficaram sepultadas nos terríveis despenhadeiros.
Os mais nativos usos e costumes foram aquecidos pelo fogo de chão, transmitidos de gerações a gerações, germinando o núcleo de nosso Folclore Gaúcho. Com o fogo de chão surgiu a charla. Os adultos retiravam-se, rodeavam as brasas entrincheiradas sob guarda-fogos, para as cnversações. Eram bate-papos sem solenidades ou formalismos, em forma de relatos ou troca de opiniões. Nas charlas é que foram tomadas as grandes decisões históricas de nossa terra.
Determinado momento, sob o calor do fogo, a concentração só era quebrada pelo ronco do mate-amargo. Nas chaleiras e nas cuias de porongo concentravam-se as atenções da espera do próximo chimarrão.
Nas charlas, como nas rodas de chimarrão, reinava a oportunidade equitativa entre peões e patrões. Todos esperavam che¬gar a sua vez para chupar a bomba de um chimarrão, assim co mo tinham o livre arbítrio para opinar sobre os assuntos em pauta.Com a tradição do fogo de chão é que surgiram os galpões crioulos. Cobertos de capim, barreados, de pau-a-pique, táboas ou costaneiras, chão batido, os galpões de estâncias foram as sementeiras do Tradicionalismo.
No galpão, uma convivência efervescente, a cada noite, sob charla e fogo de chão, o tradicionalismo foi alicerçando seus parâmetros.
Para o gaúcho o galpão é uma instituição onde convivem supostos associados, compostos pelo pessoal da estância e seus visitantes. Muitas peças de nosso folclore nasceram dentro dos galpões. Cada galpão abriga um vasto património campeiro. São as utilizadas na vida campesina. Foi nos galpões que surgiu pura do posteiro, agregado da estância, encarregado de zelar pelos bens da propriedade.
Ao redor do fogo de chão os homens contavam às crianças, suas aventuras do dia-a-dia. As mulheres falavam dos episódios acontecidos nos momentos solitários, enquanto os homens caçaram ou guerreavam. Eram passadas em revistas as mais belas lendas nativas. Mboitatá, Jarau, Angueras, etc. Sangrentas revoluções, entre nativos e colonizado rés. Lutas de posses e as maravílhas escaramuças conhecidas com a chegada do cavalo, figura máscula da coragem e predestinação.
As crianças disputavam as bijouterias trazidas pelos estrangeiros. Os adultos contavam suas mágoas e alegrias. Ninguém interrompia quem detinha a palavra, a não ser para um aparte ou pergunta. As lidas campeiras passaram a ser a temática central, enquanto o chimarrão corria de mão-em-mão. Era a seiva energética dessa convivência em comunhão.
O fogo de chão aquecia o sentimento nativo do mestiço, projetando-se no ideal campeiro do gaúcho. Ao seu aconchego desfilou a história dos primeiros passos da formação de nosso pago. O cavalo, o gado, as domas, as tropeadas, as carreteadas, os aramados, as marcações, etc. As carreiras de cancha reta, cujos cavalos, figuras centrais daquele mundo ermo, levavam em suas patas, os desvairados sonhos de enriquecer, no desfilar de alguns minutos. As estórias de carreteadas de muitos meses, vencendo serranias impressionantes e outras, cujas missões ficaram sepultadas nos terríveis despenhadeiros.
Os mais nativos usos e costumes foram aquecidos pelo fogo de chão, transmitidos de gerações a gerações, germinando o núcleo de nosso Folclore Gaúcho. Com o fogo de chão surgiu a charla. Os adultos retiravam-se, rodeavam as brasas entrincheiradas sob guarda-fogos, para as cnversações. Eram bate-papos sem solenidades ou formalismos, em forma de relatos ou troca de opiniões. Nas charlas é que foram tomadas as grandes decisões históricas de nossa terra.
Determinado momento, sob o calor do fogo, a concentração só era quebrada pelo ronco do mate-amargo. Nas chaleiras e nas cuias de porongo concentravam-se as atenções da espera do próximo chimarrão.

No galpão, uma convivência efervescente, a cada noite, sob charla e fogo de chão, o tradicionalismo foi alicerçando seus parâmetros.
Para o gaúcho o galpão é uma instituição onde convivem supostos associados, compostos pelo pessoal da estância e seus visitantes. Muitas peças de nosso folclore nasceram dentro dos galpões. Cada galpão abriga um vasto património campeiro. São as utilizadas na vida campesina. Foi nos galpões que surgiu pura do posteiro, agregado da estância, encarregado de zelar pelos bens da propriedade.
ABC do Tradicionalismo
Salvador Lamberty
quinta-feira, 19 de maio de 2011
O que é o Gaúcho
Escutando a rádio web Terra Gaúcha e o Matias falando sobre o que é o Gaúcho, resolvi dar a minha contribuição.
O gaúcho é o tipo característico da campanha. É o nome que se dá ao homem do campo na região dos pampas e, por extensão, aos nascidos no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina (região da Pampa). O termo gaúcho passou a se generalizar a partir de 1800. Até então, os nascidos no nosso Estado (Província) eram chamados continentinos ou rio-grandenses.
O gaúcho surgiu da miscigenação entre o índio, o espanhol e o português, que viviam livres cuidando do gado no pampa gaúcho. Por estar ligado ao campo, tornou-se hábil cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira. O gaúcho era livre, sem patrão e sem lei. Antigamente, os gaúchos não eram bem vistos, pois Inúmeros defeitos lhes eram apontados, tais como: ladrões, homens irresponsáveis, malandros, perturbadores da paz.
Em 1820, o francês Augusto Saint-Hilaire assim descreveu o gaúcho: “homem que vivia da carne, morava em ranchos, andava a cavalo e com os hábitos do chimarrão e do fumo. Os gaúchos eram homens de maus costumes, que viviam andando pelas fronteiras. Eram ainda os gaudérios, que andavam sós, sem chefes, sem leis, sem polícia, com idéias vulgares, gostavam de dinheiro para jogar corridas de cancha reta”.
Com o estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, o gaúcho perdeu seus hábitos nômades. Integrado à sociedade rural como trabalhador especializado, passou a ser o peão das estâncias. O reconhecimento de sua habilidade de campeiro e de sua bravura na guerra fez com que o termo “gaúcho” perdesse a conotação pejorativa.
Depois da revolução da arte e da literatura no Brasil e, por consequencia no Rio Grande do Sul,, o gaúcho passou a ser considerado homem digno, bravo, destemido e patriota.
O gaúcho é definido pela literatura, como um indivíduo machista, altivo, irreverente, guerreiro, legítimo, é o “centauro dos pampas" como escreveu Augusto Meyer.
O gaúcho de hoje é fruto da contribuição do índio, do negro, do português, do espanhol, do alemão, do italiano e tantos outros povos, que para cá vieram construir o Rio Grande com uma vida melhor. Por isso, aos poucos o termo gaúcho passou a identificar os filhos do Rio Grande do Sul, não como etnia, mas como um ser cultural. O adjetivo se estende ao que é referente a esses homens da vida pastoril, como vida gaúcha, dança gaúcha.
O povo gaúcho valoriza muito suas tradições, exalta a coragem e a bravura de seus antepassados, canta seu apego à terra, seu amor à liberdade, motivando assim o surgimento de uma literatura gauchesca. Por este motivo existem gaúchos paulistas, negros, dinamarqueses, americanos...por ser um estado de espírito.
O alimento predileto do gaúcho é o churrasco e o arroz-de-carreteiro. O chimarrão é a bebida preferida, chegando a ser o símbolo da hospitalidade e da amizade.
O gaúcho é o tipo característico da campanha. É o nome que se dá ao homem do campo na região dos pampas e, por extensão, aos nascidos no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina (região da Pampa). O termo gaúcho passou a se generalizar a partir de 1800. Até então, os nascidos no nosso Estado (Província) eram chamados continentinos ou rio-grandenses.
O gaúcho surgiu da miscigenação entre o índio, o espanhol e o português, que viviam livres cuidando do gado no pampa gaúcho. Por estar ligado ao campo, tornou-se hábil cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira. O gaúcho era livre, sem patrão e sem lei. Antigamente, os gaúchos não eram bem vistos, pois Inúmeros defeitos lhes eram apontados, tais como: ladrões, homens irresponsáveis, malandros, perturbadores da paz.
Em 1820, o francês Augusto Saint-Hilaire assim descreveu o gaúcho: “homem que vivia da carne, morava em ranchos, andava a cavalo e com os hábitos do chimarrão e do fumo. Os gaúchos eram homens de maus costumes, que viviam andando pelas fronteiras. Eram ainda os gaudérios, que andavam sós, sem chefes, sem leis, sem polícia, com idéias vulgares, gostavam de dinheiro para jogar corridas de cancha reta”.
Com o estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, o gaúcho perdeu seus hábitos nômades. Integrado à sociedade rural como trabalhador especializado, passou a ser o peão das estâncias. O reconhecimento de sua habilidade de campeiro e de sua bravura na guerra fez com que o termo “gaúcho” perdesse a conotação pejorativa.
Depois da revolução da arte e da literatura no Brasil e, por consequencia no Rio Grande do Sul,, o gaúcho passou a ser considerado homem digno, bravo, destemido e patriota.
O gaúcho é definido pela literatura, como um indivíduo machista, altivo, irreverente, guerreiro, legítimo, é o “centauro dos pampas" como escreveu Augusto Meyer.
O gaúcho de hoje é fruto da contribuição do índio, do negro, do português, do espanhol, do alemão, do italiano e tantos outros povos, que para cá vieram construir o Rio Grande com uma vida melhor. Por isso, aos poucos o termo gaúcho passou a identificar os filhos do Rio Grande do Sul, não como etnia, mas como um ser cultural. O adjetivo se estende ao que é referente a esses homens da vida pastoril, como vida gaúcha, dança gaúcha.
O povo gaúcho valoriza muito suas tradições, exalta a coragem e a bravura de seus antepassados, canta seu apego à terra, seu amor à liberdade, motivando assim o surgimento de uma literatura gauchesca. Por este motivo existem gaúchos paulistas, negros, dinamarqueses, americanos...por ser um estado de espírito.
O alimento predileto do gaúcho é o churrasco e o arroz-de-carreteiro. O chimarrão é a bebida preferida, chegando a ser o símbolo da hospitalidade e da amizade.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
O pão caseiro
Viver a tradição é poder resgatar coisas que se perdem no tempo. Uma delas é o pão caseiro. Você já comeu um pãozinho saindo do forno em casa? Ajudou a sovar a massa? Ah! Bons tempos na campanha! Que pão os tropeiros e carreteiros levavam em suas viagens? Vamos saber mais sobre essa maravilha da culinária gaúcha e mundial.
Em tempos mais antigos se costumava fazer o pão em casa. Um dia antes, se colocava o fermento de molho. No dia seguinte misturava-se o fermento com a quantidade necessária de farinha de trigo. Aos dois ingredientes juntava-se água morna, açúcar, erva doce, graxa e sal, tudo ao gosto do padeiro.
Sovava-se a massa até ficar macia aparecendo bo¬lhas de ar e dando estalos. Este era sinal de que estava pronta. Cortava-se a massa em pedaços conforme o tamanho do pão que ia ser feito, assim lhe dava a forma desejada.
Desta massa ainda se preparava rosquinhas e biscoitos em formatos diversos. As crianças adoravam fazer bonecos no formato das roscas. Depois, num tabuleiro, o pão descansava coberto por um cobertor para crescer. Quando não existiam os fermentos biológicos de hoje em dia, retirava-se um pedaço dessa massa, já preparada, misturava-se a uma farinha e guardava como fermento para a próxima fornada.
Fazia-se pão de milho e bolos. Os pães eram levados ao forno em formas não ficavam em contato direto com o piso de forno de barro. Este forno de barro era feito sobre um quadro de paredes de pedra no formato de uma casa de joão de barro. Para sustentar os tijolos, da boca do forno, era usada uma armação de ferro, em geral de um pedaço de chapa de roda de carreta. O Forno era aquecido com fogo feito dentro dele. Depois de bem quente, limpava-se o forno, empurrando as brasas e com uma vassoura de guaxuma, varria-se dentro.
Colocava-se o pão. Tapava-se a porta do forno. Ao retir, quentinho, era uma grande festa. As mães, em sua grande maioria, não permitiam que as crianças comessem o pão quente, dizendo que fazia mal. Era normal convidar os vizinhos e amigos, em sinal de camaradagem. Hoje o comercio de pão, nos armazéns e mercados, tiraram a magia desse pão caseiro. Mas há quem se lembre de cortar ele novinho, colocar mel, melado, geléias, nata, manteiga, enfim, o que desse mais sabor ao pãozinho feito em casa. Principalmente, quem está viajando vários dias a cavalo.
Em tempos mais antigos se costumava fazer o pão em casa. Um dia antes, se colocava o fermento de molho. No dia seguinte misturava-se o fermento com a quantidade necessária de farinha de trigo. Aos dois ingredientes juntava-se água morna, açúcar, erva doce, graxa e sal, tudo ao gosto do padeiro.
Sovava-se a massa até ficar macia aparecendo bo¬lhas de ar e dando estalos. Este era sinal de que estava pronta. Cortava-se a massa em pedaços conforme o tamanho do pão que ia ser feito, assim lhe dava a forma desejada.
Desta massa ainda se preparava rosquinhas e biscoitos em formatos diversos. As crianças adoravam fazer bonecos no formato das roscas. Depois, num tabuleiro, o pão descansava coberto por um cobertor para crescer. Quando não existiam os fermentos biológicos de hoje em dia, retirava-se um pedaço dessa massa, já preparada, misturava-se a uma farinha e guardava como fermento para a próxima fornada.
Fazia-se pão de milho e bolos. Os pães eram levados ao forno em formas não ficavam em contato direto com o piso de forno de barro. Este forno de barro era feito sobre um quadro de paredes de pedra no formato de uma casa de joão de barro. Para sustentar os tijolos, da boca do forno, era usada uma armação de ferro, em geral de um pedaço de chapa de roda de carreta. O Forno era aquecido com fogo feito dentro dele. Depois de bem quente, limpava-se o forno, empurrando as brasas e com uma vassoura de guaxuma, varria-se dentro.
Colocava-se o pão. Tapava-se a porta do forno. Ao retir, quentinho, era uma grande festa. As mães, em sua grande maioria, não permitiam que as crianças comessem o pão quente, dizendo que fazia mal. Era normal convidar os vizinhos e amigos, em sinal de camaradagem. Hoje o comercio de pão, nos armazéns e mercados, tiraram a magia desse pão caseiro. Mas há quem se lembre de cortar ele novinho, colocar mel, melado, geléias, nata, manteiga, enfim, o que desse mais sabor ao pãozinho feito em casa. Principalmente, quem está viajando vários dias a cavalo.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
O Café de chaleira na historia do RS
O café de chaleira é um costume introduzido pelos mascates de origem turca, que vinham fazer comercio no Rio Grande do Sul no século XIX. Os gaúchos adotaram o costume. Chegavam, faziam fogo e colocavam as chicolateiras ou cambonas com água para esquentar. Desencilhavam os cavalos, tirando das malas de garupa o café, as bolachas e o açúcar e montavam um local parecido com um acampamento.
Em tempos mais antigos o café era composto, isto é, com açúcar dava uma tintura preta com um forte e agradável cheiro. Em geral, os tropeiros e carreteiros costumavam dividir as obrigações do fogão entre si. Enquanto um fazia o café, outro podia ser o assador, ou fazer o mate, a outro, a responsabilidade de juntar lenha, desta maneira tornava-se fácil e até mesmo divertido o trabalho.
Em tempos mais antigos o café era composto, isto é, com açúcar dava uma tintura preta com um forte e agradável cheiro. Em geral, os tropeiros e carreteiros costumavam dividir as obrigações do fogão entre si. Enquanto um fazia o café, outro podia ser o assador, ou fazer o mate, a outro, a responsabilidade de juntar lenha, desta maneira tornava-se fácil e até mesmo divertido o trabalho.
Quem ficava encarregado de fazer café, colocava a água a ferver na chicolateira ou na cambona, depois retirava do fogo e despejava dentro dela duas colheres de café em pó. Mexia com a ponta da faca até dissolver todo, ou com uma colher, depois voltava com a chicolateira/cambona ao fogo. Quando levantava nova fervura, retirava do fogo e colocava um tição aceso dentro do café, provocando uma ebulição. Mantinha o tição dentro do café por segundos. Com as costas da faca, dava algumas pancadinhas por fora, na chicolateira/cambona.
Assim ficava pronto o café. Quando não há tição, por exemplo, em fogo de gravetos, ou em zona que existe lenha e o fogo é feito com corunilha (esterco seco de gado), nestes casos, pondo água fria na fervura do café, ajuda a sentar a borra.
Sentavam nos arreios ou nos pelegos dobrados para tomar o café que era acompanhado por bolachão ou pão caseiro, trazido na mala de garupa. Alguns preferiam ficar acocorados nos "garrões", como é hábito entre nosso homem do campo, herdado dos índios. A sobra do café nas Chicotalteiras/cambonas era posto fora e as vasilhas bem lavadas na sanga.
domingo, 24 de outubro de 2010
Tradição e Tecnologia - uma visão de futuro

Já era tempo do tradicionalismo abrir as porteiras para receber a tecnologia que norteia a sociedade para o futuro. Neste final de semana aconteceu em Panambi os festejos dos 44 anos do MTG juntamente com o Tchencontro da juventude e a entrega das comendas Barbosa Lessa, João de Barro e oão Carlos de Moura.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho definiu o temário para o 58º Congresso Tradicionalista, que acontecerá em Nova Petropólis 7 a 9 de janeiro de 2011: “Tradicionalismo e Modernidade: O papel dos CTGs na orientação da juventude diante dos avanços tecnológicos” foi proposto pelo conselheiro Flávio Belmonte, em reunião do Conselho Diretor, realizada durante os festejos de aniversário.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho definiu o temário para o 58º Congresso Tradicionalista, que acontecerá em Nova Petropólis 7 a 9 de janeiro de 2011: “Tradicionalismo e Modernidade: O papel dos CTGs na orientação da juventude diante dos avanços tecnológicos” foi proposto pelo conselheiro Flávio Belmonte, em reunião do Conselho Diretor, realizada durante os festejos de aniversário.
Ai que eu me refiro, quanto à juventude. Eu colocaria : o papel do jovem na orientação aos CTGs diante dos avanços tecnológicos. Quem conhece a tecnologia? Quem sabe que uma nova ferramenta surgiu na rede mundial de computadores. O que a Tecnologia da Informação lançou, quem sabe, é o jovem que está na faculdade ou plugado ao mundo. É ele que faz a maior transmissão via internet dos eventos tradicionalistas. Tá ai o Ijui como exemplo, o Daniel Serafim que está em plena campanha da Dilma pelo Brasil transmitindo via internet os discursos. O Twitter, O facebook, o orkut, a rede do msn e tantas outras ferramentas... Quem as descobre e usa? A juventude.
Quem começou todo esse movimento? Jovens. Quanto anos tinha o Paixão? O Lessa? Os demais companheiros do grupo dos 8? Na casa dos 20 anos. Pasmem...Na casa dos 20 anos. Por que ter a pretensão de pensar que a juventude não reune as condições de orientar? Vamos lutar para o jovem ter o espaço verdadeiro e não virtual de participação no tradicionalismo gaucho. Parar de reclamar em fóruns sem fundamento e ir pro debate.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Tecnologia da Tradição
No mundo empresarial e das grandes organizações a importância da Tecnologia da Informação ficou evidente com o Bug do milênio. A preocupação gerada nas organizações, na sociedade e o volume de recursos gastos nos projetos do século XXI, demonstraram, de forma clara e indiscutível, a presença da Tecnologia e da Internet no dia-a-dia da sociedade e das instituições.
As instituições têm buscado um uso cada vez mais intenso da Tecnologia à serviço da informação, utilizando-a como uma poderosa ferramenta, que altera as bases de
competitividade, estratégicas, operacionais, do motivo de existir destas instituições.
Nas Entidades que cultuam a tradição o papel da Tecnologia da Informação é algo
estratégico. Os "Patrões" passaram a ser gestores culturais, pois há uma migração estratégica e invisivel no funcionamento e no processo todo. O mundo está mudando e os CTGs tem que acompanhar as mudanças.
Sites (sítios), Blogs, redes de relacionamento como o Orkut, Faceboock, twitter, Portais, e-mails, msn e todas as formas que fazem a informação ser automática, instantânea. Fazem com que a Tecnologia da informação esteja presente na vida dos Centros de Tradições.
Hoje é impossível negar a importancia da TI na vida do tradicionalista (até por que o tradicionalismo é para o Futuro) - mas tem gente que ainda nega esta importancia - tanto que temos instrutores, profissionais de grupos, que tem um programa de computador que diz exatamente onde o seu grupo errou no pezinho e o que o avaliador "x" pensa sobre a interpretação do seu Maçanico. Uma planilha que diz o que pensa o avaliador sobre cada dança que ele montou após vários rodeios e muitas planilhas de anotações. Bem vindo ao século XXI.
Barbosa Lessa escreveu na década de 80, do seculo XX, que em 2010 surgiria uma espécie de telurismo antinuclear ou cibernético, resultante da inquietação de analistas de sistemas em conluio com artistas plásticos, incluindo cartunistas e comunicadores visuais. O Profeta do tradicionalismo acertava mais uma vez.
ENART com transmissão ao vivo pela internet em tempo real vai mostrar o festival para o mundo através do site: www.enart.org e do OI Acontece usando a melhor tecnologia disponivel para tal. 2009 foram 286.000 acessos.
Ainda no ENART será o lançamento do Portal MTG/OI, uma parceria par a criação da maior plataforma tecnológica voltada ao tradicionalismo gaúcho e que levará de forma instantânea as informações para o mundo tornando os maiores eventos, antes não reconhecidos, par ao mundo todo com a credibilidade de uma Mega empresa de Telefonia e do maior Movimento organizado de tradições do mundo.

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