domingo, 26 de fevereiro de 2017

Tese apresentada por Manoelito Savaris, no Congresso - Parte III

O MOMENTO ATUAL DO MTG:

           O Movimento obteve um grande crescimento quantitativo em número de entidades tradicionalistas (CTGs). Temos no Rio Grande do sul, aproximadamente 1700 entidades filiadas.

           Ao longo dos últimos 50 anos (durante o período da existência da “federação”) foram criados vários eventos competitivos nos quais os filiados participam, são avaliados e recebem premiação segundo seu desempenho.

           Nesta análise queremos destacar os eventos em que as competições são principalmente entre entidades e eventualmente entre Regiões Tradicionalistas: os rodeios, a Festa Campeira do Rio Grande do Sul - FECARS, o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha – ENART e o Festival Gaúcho de Danças – FEGADAN.


           Para atender a questão de avaliação, foram criados os quadros de “avaliadores oficiais” do MTG, tanto na área artística quanto na área campeira. Aos poucos as entidades promotoras de rodeios se adequaram e passaram a utilizar esses tradicionalistas para a tarefa de avaliação com o objetivo de que erros ou enganos fossem minimizados. A ideia é de que os avaliadores credenciados pelo MTG estariam melhor preparados e seriam mais confiáveis.

           Na área campeira, a avaliação é muito mais objetiva do que na área artística, especialmente nas provas do tiro de laço, o que “teoricamente” gera menos problemas. Alem disso a adoção do sistema de “armada cerrada” praticamente elimina as dúvidas, ficando as questões polêmicas na área do cumprimento das normas relativas à encilha dos animais e à indumentária dos competidores.

           Nas atividades competitivas artísticas o problema da avaliação é mais delicado e preocupante. Nesse campo há uma grande quantidade de pontos cuja avaliação é fundamentalmente subjetiva, ou seja, cada avaliador pode ter um entendimento diferente ou uma postura individual mais ou menos rigorosa, o que gera discrepâncias e, eventualmente, resultados sujeitos a questionamentos. Isso vale para as provas individuais, especialmente a declamação e a interpretação musical, e para as provas coletivas como as danças tradicionais. Aliás, é nas danças tradicionais que se concentram os maiores problemas de avaliação, ou então, os problemas mais notáveis.

           Para a área da avaliação das danças tradicionais, notadamente quando a avaliação segue o padrão do ENART, foram criadas planilhas de avaliação com detalhamento extensivo, com padrões de “descontos” muito complexos e compreensíveis somente para os “iniciados”. O “tradicionalista comum” não entende as planilhas de avaliação das danças tradicionais. Supõe–se que a criação dessas planilhas se destinou a minimizar erros ou a padronizar avaliações. De alguma forma foi o caminho escolhido para que o “subjetivismo” fosse reduzido a uma questão insignificante, o que não significa que o objetivo tenha sido alcançado, aliás, a sensação é a de que realmente não resolveu a questão.

           Na área musical, temos claramente duas situações que se criaram com o passar do tempo e com o rigor técnico aplicado pelos avaliadores: perdeu-se o jeito “antigo” de cantar e de tocar (falamos do jeito que predominou durante os 40 primeiros anos do tradicionalismo); eliminaram-se os músicos amadores de dentro dos CTGs, especialmente aqueles que tocavam e cantavam para a execução das danças tradicionais. O rigor aplicado na avaliação afastou definitivamente os gaiteiros e violeiros que “tocam de ouvido” ou que fazem isso de forma amadora e voluntária.

            Para atrair mais participantes e para chamar à atenção do público, os rodeios passaram a oferecer premiações “em dinheiro”, cada vez maiores. Hoje os rodeios são avaliados, quanto à sua importância, conforme o valor oferecido aos vencedores. Essa é uma verdade absoluta para a área campeira e uma verdade relativa para a área artística das danças tradicionais.

            Na área das danças tradicionais, a importância do rodeio é calculada pelos prêmios oferecidos aos vencedores, mas também se aquele rodeio serve de parâmetro de avaliação para o ENART. Ou seja, as entidades tradicionalistas utilizam os rodeios e a avaliação da “comissão do MTG” para definir um plano de trabalho com vistas a ganhar o ENART a partir daquilo que os avaliadores, daquele ano, definem que “é o certo”, nos diversos quesitos de “correção”, “interpretação” e “harmonia”, além da música, é claro.

           Outras duas questões importantes nesse cenário são: a indumentária a ser utilizada, especialmente no ENART, e a montagem das coreografias de “entrada” e “saída” para os grupos de danças tradicionais.

           A questão de indumentária passa por dois momentos: primeiro a “necessidade” de impressionar o público e os avaliadores com uma vestimenta nova e cada vez mais “rica”; segundo a avaliação feita pela “comissão do MTG” que procura manter intactos determinados padrões históricos e tradicionais. Talvez essa ação do MTG seja a única que não implique aumentar os gastos dos CTGs, antes pelo contrário, procura eliminar “invenções” que sabidamente encarecem as vestimentas.

           No quesito coreografias de “entrada” e “saída”, criou-se uma sistemática que funciona como mobilização interna dos próprios grupos de danças à medida que é a novidade anual que cativa os jovens dançarinos; e uma necessidade externa de impressionar positivamente o público que assiste e os próprios jurados, a mediada que os espetáculos são verdadeiras maravilhas teatrais.

           Para atender à exigência cada vez mais alta da avaliação e o nível cada vez mais técnico exigido, assim como para alcançar os ditames da “comissão do MTG” para aquele momento, as entidades tradicionalistas que desejam participar do ENART, seja na força A ou B, se “obrigam” a adoção das seguintes medidas:

1. Dispor de músicos profissionais, ou com desempenho profissional, e que além de tocar e cantar, também sejam “empolgantes” e possam “contaminar” tanto os dançarinos quanto os avaliadores;

2. Possuir instrutores que tenham grande capacidade de mobilização, sejam conhecedores profundos do regulamento e dominem completamente o “livro das danças tradicionais”. Também se constata que esse instrutor deve ser “conhecido”, “ter nome” e, com estes pré-requisitos impor respeito junto aos avaliadores.

3. Utilizar “coreógrafos” especializados (profissionais) na montagem e treinamento para as “entradas” e “saídas”.

4. Mais recentemente, algumas entidades, têm se valido de serviços de nutricionistas, psicólogos, professores de educação física, professores de balé, etc.

           As consequências naturais dessas medidas adotadas pelas entidades tradicionalistas são:

1. Gastos que vão muito além do que a entidade normalmente tem capacidade de arcar. Isso obriga a que os valores cobrados dos próprios dançarinos ou que a realização de promoções específicas para arrecadação de fundos sejam uma prática permanente;

2. O afastamento de voluntários da própria entidade que até vinte anos atrás eram comuns, seja como músicos, seja como instrutores; todos são pagos, exceto os dançarinos que são os únicos voluntários de verdade;

3. O afastamento de associados que não possuem capacidade financeira para arcar com os custos de manutenção de grupos de danças para atender aquelas “exigências” do ENART e dos grandes rodeios;

4. Afastamento dos associados que se envolvem trabalhando em eventos para angariar fundos, visando realizar melhorias físicas da entidade ou cobrir despesas de outros setores da entidade e, ao final, constatam que os lucros obtidos acabam sendo canalizados para pagamentos dos especialistas contratados;

5. A busca permanente e quase que exclusiva da premiação oferecida em rodeios para abater o valor gasto com musicais, instrutores, coreógrafos, indumentária e tudo o mais. Aquela participação pelo prazer, pela confraternização, pela tradição, praticamente desapareceu dos rodeios.

            Como consequência paralela a tudo isso, podemos destacar os seguintes itens que nos parecem importantes e merecem atenção de todos nós:

1. A redução da quantidade de participação das modalidades individuais nos eventos artísticos, em função da supervalorização dos grupos de danças e do quanto é investido neles;
2. A categorização das entidades e dos grupos de danças que, por mais que seja negada por instrutores e avaliadores, é uma realidade percebida e sabida de todos nós. È real a classificação de “grupo dos grandes”, “grupo dos médios”, o “grupo dos ruins”, e assim por diante. Essa talvez seja a consequência mais danosa e mais destrutiva para o Movimento, seus objetivos e seu futuro;
3. O domínio dos instrutores dentro dos CTGs é uma realidade. É frequente ouvirmos: “lá quem manda é o instrutor” ou “o instrutor manda mais que o patrão”. As patronagens dos CTGs são de tais formas pressionadas para atender às “necessidades do ENART”, que acabam cedendo poder, espaço gerencial, comando e destino aos instrutores e dançarinos dos grupos adultos;
4. Cada vez menos entidades mantêm grupos de danças adultos, especialmente no interior do estado ou nas cidades menores. Elas não conseguem fazer frente aos grandes centros e ao poderio econômico de algumas entidades que possuem melhor estrutura ou que, pela sua história, são destaque. Essa questão leva a que determinadas entidades possuam gente sobrando para os seus grupos de danças, enquanto outras sequer consigam o mínimo para poder participar.

            Existem algumas questões que, talvez, não tenham relação única com isso tudo, mas que certamente também sofrem influencia desse modelo que criamos na área artística. Sim, porque na área campeira a situação é diferente, senão vejamos:

            Na área campeira um dos problemas mais agudos e que tem gerado muitos debates, algumas desavenças e certo desânimo por parte dos dirigentes mais preocupados com a preservação da tradicionalidade, é o uso de peças de indumentária em desacordo com a tradição, especialmente a bombacha e o lenço, alem do uso de peças da encilha dos animais que não guardam relação com a tradição e com a história do gaúcho.

             Na área artística não há contestação com relação à bombacha, o lenço e outras peças da indumentária. O que se verifica aqui é o não uso da indumentária. Especialmente os grupos de danças, somente estão pilchados no momento da apresentação. Os jovens, de todas as categorias (mirim, juvenil e adulta), descem do tablado e correm para o ônibus ou para o alojamento e trocam de roupa, abandonando a indumentária. Chegamos ao ponto de ficar na dúvida se determinado evento tem cunho tradicionalista ou não, tamanha a falta de pessoas pilchadas.

           Ainda na área artística, praticamente foram eliminados os acampamentos. Não há mais convivência tradicionalista. O interesse é exclusivamente o de dançar, ganhar o concurso e receber o prêmio. Essa questão é tão impactante que o Congresso Tradicionalista de Uruguaiana, de janeiro de 2015, decidiu impor restrições à participação de grupos de danças em vários rodeios no mesmo final de semana.

Cfor abre calendário de cursos do MTG de 2017

           O Cfor Básico, curso de formação, realizado no sábado, 25 de fevereiro, em Porto Alegre, abriu o calendário de cursos 2017 do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Na sede da entidade, 75 tradicionalistas participaram, inclusive de fora do Rio Grande do Sul.

           Ao longo do dia, foram apresentadas palestras sobre História do Tradicionalismo Gaúcho e Voluntariado, com o presidente do MTG, Nairo Callegaro; Carta de Princípios, com Aline de Almeida Souza; e História do Rio Grande do Sul – Origem do Gaúcho, com Eduardo Fraga. Gestão de Pessoal, liderança, relacionamento interpessoal e gerenciamento de conflitos foi o tema da palestra do administrador de empresas com mestrado em Economia, Marco Varela.

            Os cursos são uma realização da vice-presidência cultural do MTG, a cargo de Anijane dos Santos de Varela, e pelo Departamento Formação Tradicionalista e Aperfeiçoamento, a cargo de Carla Augusta Farias de Moura.

           Segundo o presidente do MTG, Nairo Callegaro, o Cfor é uma excelente oportunidade para quem deseja ampliar conhecimentos acerca dos temas que são basilares no tradicionalismo gaúcho.

Sandra Veroneze
Assessoria Imprensa MTG

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Tese apresentada por Manoelito Savaris, no Congresso - Parte II

OS FUNDAMENTOS DO MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO

           O sentido do tradicionalismo e o seu valor foram definidos por Barbosa Lessa na tese aprovada durante o 1º Congresso Tradicionalista realizado em Santa Maria, no inverno de 1954.

           Os objetivos do tradicionalismo gaúcho estão insculpidos na Carta de Princípios, elaborada por Glaucus Saraiva e aprovada no 8º Congresso Tradicionalista realizado em Taquara no ano de 1961.

          Os objetivos do MTG, como federação, foram definidos no 12º Congresso Tradicionalista realizado em outubro de 1966, na cidade de Tramandaí, no estatuto apresentado por Hugo da Cunha Alves, oportunidade em que o MTG foi criado.

           As características do MTG foram definidas, também, no 12º Congresso, por proposta de Hermes Ferreira e constam no Brasão de Armas, são elas: social, nativista, cívica, cultural, literária, artística e folclórica.

           Os valores básicos da tradição gaúcha foram didaticamente apresentados por Jarbas Lima no 40º Congresso Tradicionalista, realizado no verão de 1995, em Dom Pedrito e são eles: espírito associativo, nativismo, respeito à palavra dada, defesa da honra, coragem, cavalheirismo, conduta ética, amor à liberdade, sentimento de igualdade, politização, e o senso de modernidade.

           As crenças que caracterizam o tradicionalismo são encontradas nas obras de Paixão Cortes, Barbosa Lessa, Manoelito de Ornelas, Glaucus Saraiva, nas letras de músicas regionais, nas palestras e pregações de inúmeros tradicionalistas e, sem querer esgotar o tema, podemos enumerar: a família como célula indispensável, a convivência das gerações como garantia do fazer da tradição, o respeito em relação ao outro como garantia da sociabilidade, a confiança como elemento de tranquilidade psicológica, o trabalho em mutirão como argamassa de construção do ambiente associativo, a força do grupo local que atende, no indivíduo, o sentimento de pertencimento.

           Os princípios do tradicionalismo gaúcho são vários e dificilmente poderão ser estabelecidos de forma definitiva, mas analisando todos os documentos já citados e outros mais aprovados em Congressos ou apresentados em obras como o Nativismo de Barbosa Lessa, Curso de Tradicionalismo de Antonio Augusto Fagundes, Manual do Tradicionalista de Glaucus Saraiva, ABC do Tradicionalismo de Salvador Lamberti, entre tantas outras. Para fins desse documento e atendendo ao que ele se propõe, selecionamos três princípio para que sirvam de base ao “Plano de recomposição ideológica”: a simplicidade, a tradicionalidade e o voluntariado.

SIMPLICIDADE 

           Os dicionários definem como simples aquilo que não é dotado de artifícios, extravagâncias ou excessos.

           Todos os historiadores, pesquisadores e romancistas que escreveram sobre o gaúcho, partiram do conceito de que se trata de um tipo humano simples, não afeito ao luxo, não disposto ao uso de artifícios, direto, autêntico, original. No vestir, no portar-se, no falar, nas condições de moradia, nas exigências de conforto, o gaúcho é um tipo humano simples. Não rebuscado.

         O traje é simples, tanto para o homem como para a mulher. Até o estancieiro ou o charqueador, gaúchos da classe socialmente mais elevada, guardam a simplicidade no vestir, sem exageros. Aqui não encontramos o uso de penas nos chapéus ou de maquiagens nos homens.

          O galpão, seus móveis e instrumentos são sempre simples e funcionais. Não há que se confundir simplicidade no vestir e na morada com desleixo ou falta de asseio.

          As danças tradicionais pesquisadas e adotadas pelo MTG são simples, tanto na elaboração coreográfica quanto na composição musical. Os próprios instrumentos musicais, sempre importados, são simples, com destaque para a viola ou violão e a gaita (acordeão).

TRADICIONALIDADE

           É qualidade ou condição do que é tradicional. Tradicional, por sua vez é tudo aquilo que decorre de costumes praticados antigamente e que se relacionam com uma determinada cultura ou história de uma comunidade. O tradicional pode ser manifestado em diversas expressões artísticas que explicam o cotidiano de uma maneira enraizada na história de um povo.

            A tradicionalidade é determinada pelo fazer da tradição, ou seja, pela transferência de princípios, crenças, valores, usos, costumes e fazeres de uma geração para outra. Não há tradicionalidade naquilo que for fruto da inovação, da invenção de hoje ou da vontade individual de quem está realizando ou construindo alguma coisa.

            Quando tratamos de coisas tradicionais estamos nos referindo à cultura e ao folclore de uma sociedade, no caso, da sociedade gauchesca. Isso vale para a forma de utilizar o laço, de encilhar o cavalo, de vestir-se à moda do gaúcho, de executar uma dança tradicional ou de criação e execução musical.

VOLUNTARIADO

            As nações unidas definem o voluntário como: “o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diferentes formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...”

           No conceito de voluntariado dois elementos são fundamentais: o cunho pessoal ou escolha individual e a doação de tempo e de esforço para responder a uma inquietação ou a uma convicção levada à prática.

           De uma foram geral as entidades sem fins lucrativos, como são todos os CTGs, as RTs e o próprio MTG, se baseiam no voluntariado. As pessoas, livre e espontaneamente, se associam e, a partir daí, dedicam tempo, esforço, inteligência e mesmo recursos financeiros pessoais para que aquela entidade atinja os seus objetivos. Estatutariamente é vedado remunerar ou distribuir lucros entre associados e dirigentes dos CTGs. O que pode haver é o ressarcimento de despesas pessoais quando isso se impõe para que os objetivos sejam atingidos.

           Até aproximadamente vinte anos atrás cada CTG tinha seu grupo musical e o seu instrutor exclusivo. As despesas para manutenção dessas atividades eram aquelas necessárias para o pagamento de custos referente à alimentação e transporte ou para a frequência de algum curso de aprimoramento ou, ainda, para o concerto ou afinação dos instrumentos musicais que, eventualmente pertenciam ao próprio CTG.

            O voluntariado no tradicionalismo gaúcho ainda está muito presente. Os dirigentes de CTGs, das Regiões Tradicionalistas e do MTG não são e não podem ser remunerados. Quando a entidade apresenta um quadro de disponibilidade, há o ressarcimento de despesas o que é plenamente justificável.

           Os associados de entidades tradicionalistas, de uma forma geral, são voluntários, sejam eles concorrentes em eventos ou simplesmente apoiadores. Veja-se como ocorre com laçadores, integrantes dos departamentos de esportes campeiros, dançarinos, prendas e peões de faixa e crachá. Mas no quadro atual temos duas atividades que a maioria dos CTGs remunera: instrutores de danças tradicionais e membros dos grupos musicais.

           No caso de avaliadores da área artística e juízes da área campeira, há o consenso de que deva haver o pagamento de despesas. Em várias situações, especialmente quando são oferecidos valores financeiros como premiação, parece razoável que avaliadores e juízes sejam remunerados através de cachê previamente definido.

           As entidades sem fins lucrativos podem ter em seus quadros, um corpo de funcionários para atender as suas necessidades estruturais. Há casos em que gaiteiros ou mesmo instrutores de danças são funcionários com direitos e deveres definidos nas leis trabalhistas. Essa prática, mesmo que não recomendada para entidades como os CTGs que existem para oferecer oportunidade de convívio entre gerações e de perpetuação das tradições, é compreensível.

           No Brasil há uma lei federal que regulamenta o serviço de voluntariado (Lei 9.608 de 18 de fevereiro de 1998). Essa lei diz: “considera-se serviço voluntário, para fins da lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública d qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social ...”

            A mesma lei, no artigo 3º, diz que “o prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho de suas atividades voluntárias”.
(continua...)

Tese apresentada por Manoelito Savaris, no Congresso - Parte I

REFLEXÕES NECESSÁRIAS
IDEOLOGIA DO TRADICIONALISMO GAÚCHO
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

           O Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG tem suas origens remotas ainda no século XIX. As primeiras iniciativas não alcançaram abrangência significativa e nem se consolidaram como um “movimento” coordenado e com objetivos tão claros e definidos que pudessem criar raízes sólidas no meio social. Desse período destacamos a criação do Grêmio Gaúcho de Porto Alegre, criado em 1898 sob a liderança de João Cezimbra Jacques, o Patrono do Tradicionalismo Gaúcho.

           Em meados do século XX, a partir da reação à invasão cultural, especialmente norte-americana, um grupo de jovens interioranos vivendo em Porto Alegre, cria uma agremiação denominada 35 Centro de Tradições Gaúchas que estabelece novo e definitivo padrão para as iniciativas tradicionalistas. A definição clara dos objetivos e a nomenclatura específica e inovadora dão ao 35 CTG a condição de pioneirismo, mesmo que outras entidades tenham sido criadas antes.

           A partir de 1948 surgem os CTGs, em todos os cantos do estado e em vários locais do Brasil, invariavelmente organizados à imagem e semelhança do “Pioneiro”.

           Graças ao trabalho incansável dos fundadores, daquilo que podemos chamar de “tradicionalismo moderno”, surgiram os congressos tradicionalistas que proporcionaram o exaustivo debate e posterior fixação dos objetivos gerais, das metas a serem alcançadas, dos princípios norteadores, dos valores a serem preservados e da estrutura ideal para consolidação e perpetuação de tudo isso.

           É dos congressos que emergem documentos tidos como fundamentais e indispensáveis ao MTG: as “teses” que fazem reflexão sobre o sentido, o valor, o alcance social ou as razões do tradicionalismo, tais como “O sentido e o valor do tradicionalismo” de 1954 e “O sentido e o alcance social do tradicionalismo” apresentado em partes, nos anos de 1995 a 2004; a “Carta de Princípios”, que define os objetivos e estabelece parâmetros e limites do Movimento; e os “planos” que tiveram a finalidade de reorientar, revitalizar e fixar posição do Movimento Tradicionalista, tais como o “Plano Vaqueano” de Hugo Ramirez em 1969 e o “Plano de Ação social” de Onésimo Carneiro Duarte em 1983.

           Constatamos que o tradicionalismo gaúcho, ao longo de sua história, soube discutir as questões vitais para a sua preservação e fortalecimento. Ele sempre soube encontrar caminhos que conduzissem os tradicionalistas e as entidades em torno das quais esses se reúnem, para caminhos seguros. Utilizando uma linguagem atualmente muito empregada no meio empresarial, podemos dizer que o Movimento soube “reinventar-se”.

           É claro que as ações de “reinvenção” ou de “reengenharia” sempre foram mecanismos utilizados para melhorar ou para recompor o seu corpo organizacional. É isso que estamos propondo neste momento.

           Sabemos que as instituições evoluem e que ao longo dos anos são assimiladas novas tecnologias e novas formas de relacionamento. Esse evoluir é da essência das instituições. É o próprio movimento. Também sabemos que é impossível retornar ao ponto de partida ou de refazer o caminho trilhado. Os acertos e os erros da trajetória institucional estão lá, são intocáveis e devem servir somente como referência para que, se faça melhor. Portanto não há como retroceder.

           No entanto, detectados problemas ou imperfeições, podemos resgatar do passado aspectos importantes e fundamentais que eventualmente se tenham perdido ou desgastado. O importante, para poder agir bem, é analisar o cenário atual e verificar a necessidade, ou não, de implementação de mudanças ou de resgate de aspectos fundamentais.
(Continua...)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Manoelito Savaris palestra em Sarandi, dia 07 de março


Resgatando o valor do trabalho dos departamentos nas entidades, no CTG Tropilha Farrapa

            Olá amigos! Novamente estamos organizando um evento de cunho cultural em nossa região, o qual está sendo promovido por mim e pelas prendas mirim e juvenil da 24ªRT. Por isso, gostaria de te convidar para participar da 3ª Ação do nosso projeto "CTG Núcleo de Fortalecimento". 

            O evento será realizado no dia 28/02, na sede do CTG Tropilha Farrapa (Rua Fábio Brito de Azambuja, nº 245, Bairro São Cristóvão, Lajeado), com inicio às 9h30min. No período da manhã, será realizada uma palestra com o Presidente do MTG, Nairoli Callegaro. E a tarde, roda de conversa com a presença da 1ª Prenda do Rio Grande do Sul 2016/2017, Roberta Jacinto, da 3ª Prenda do Rio Grande do Sul 2005/2006, Ana Paula V. Labres, do Diretor do Departamento Jovem Central, Kelvyn Krug e do Assessor de Eventos do Departamento Jovem Central, Éridio Silveira.

            Ao público participante do evento no período da manhã, poderão desfrutar de um café da manhã que serviremos para recepciona-los. 

           Ao meio-dia, será servido almoço no galpão da entidade.  O cartão do almoço será vendido ao valor de R$ 15,00. Lembrando que o almoço não é obrigatório.

           O evento vale certificado Regional. 

Convite da 1ª Prenda 
Caroline Scariotti

Vem aí o 30º Seminário Estadual de Prendas, em São José do Ouro


domingo, 19 de fevereiro de 2017

Tema Quinquenal do MTG - O voluntariado


Roberta Jacinto palestra em Canela, dia 05 de março


6ª RT promove Seminário de Prendas, em Rio Grande


CCTG Lila Alves receberá palestra na 1ª Campereada Mirim



Definidos os locais e datas das Inter-regionais do ENART

          As três etapas regionais do ENART - Encontro de Artes e Tradição, cuja final será realizada em Santa Cruz do Sul em novembro, já têm os locais e datas definidos. 
          A primeira etapa será em Santo Ângelo, nos dias 26 e 27 de agosto, na 3ª RT. A segunda será realizada em Uruguaiana, no dia 30 de setembro, na 4ª RT, e a terceira em Canoas, nos dias 21 e 22 de outubro, na 12ª Região Tradicionalista.

         Cada etapa reunirá dez regiões tradicionalistas e, a partir desta classificatória,  definirá os participantes da grande final. 

SANTO ÂNGELO (26-27/08/17) - Regiões - 1ª - 3ª - 5ª - 6ª - 10ª - 14ª - 15ª - 17ª - 22ª - 25ª RTs
URUGUAIANA (30/09 - 01/10/17) - Regiões - 2ª - 4ª - 8ª - 9ª - 11ª - 13ª - 18ª - 19ª - 21ª - 28ª RTs
CANOAS (21-22/10/17) - Regiões - 7ª - 12ª - 16ª - 20ª - 23ª - 24ª - 26ª - 27ª - 29ª - 30ª RTs

Reunião em Rolante tratou de FECARS, ENART e FENART

            No ensolarado sábado, dia 18 de fevereiro, os Coordenadores Regionais foram até Rolante, cidade que sediará, em março, a Festa Campeira do RS, para a reunião ordinária e, ainda, envolvendo diretores artísticos, culturais, jurídicos, de esporte e campeiros.
             Já na abertura o presidente Nairo passou a pauta envolvendo as inter-regionais do ENART, a final, a FECARS, o Nacional, em Querencia, o tema do voluntariado, assuntos da secretaria de agricultura do estado, o novo sistema que será implantado (apresentado por Wilson Porto, de Brasilia) e da divisão das reuniões por setores.
             Mais de 200 pessoas estiveram presentes à produtiva reunião e seus desdobramentos por setores (departamentos).
           A reunião de Coordenadores Regional deliberou também que o  66º Congresso Tradicionalista Gaúcho será realizado nas terras da 2ª Região Tradicionalista, na cidade de São Jeronimo, em janeiro de 2018.
 Definidos locais das inter-regionais do Enart 2017

            As três etapas regionais do Encontro de Artes e Tradição, cuja final será realizada em Santa Cruz do Sul no mês de novembro, já têm locais e datas. A primeira etapa será em Santo Ângelo, nos dias 26 e 27 de agosto, na 3ª Região Tradicionalista. A segunda será realizada em Uruguaiana, no dia 30 de setembro, na 4ª Região Tradicionalista, e a terceira em Canoas, nos dias 21 e 22 de outubro, na 12ª Região Tradicionalista.
            Cada etapa, segundo o presidente do MTG, Nairo Callegaro, reunirá dez regiões tradicionalistas e definirá os participantes da grande final. Os locais foram anunciados no sábado, dia 18 de fevereiro, em Rolante, quando o MTG realizou reunião com os coordenadores regionais e diretores artísticos, culturais, jurídicos, de esporte e campeiros.  (Sandra Veroneze/Ass.Imprensa)






sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

5ª RT empossa sua nova diretoria

Luiz Clóvis Vieira fica mais uma vez a frente da coordenadoria

           Na noite de quinta-feira, 15 de fevereiro, aconteceu a posse da diretoria da 5ª Região Tradicionalista (RT), com sede em Santa Cruz do Sul. A solenidade foi realizada nas dependências do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Lanceiros de Santa Cruz e contou com a presença de patrões, tradicionalistas, prendas, peões e convidados.
Luiz Clóvis Vieira fica mais um ano a frente da coordenadoria, sendo a sua 11ª gestão. Além dele, tomaram posse os demais membros da diretoria. A solenidade contou com a presença do Vice-Diretor de Esportes Campeiros do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Martim Guterres Damasco.

          Além da diretoria da 5ª RT, foi empossada a Associação Tradicionalista Santa-cruzense

Coordenador: Luiz Clóvis Vieira
Vice coordenador: Pedro Elci Bicca
1º Sota-capataz: Carmen Lúcia Cezar
2º Sota-capataz: Vera Fátima Carvalho
1º Agregado das pilchas: Sulimar Fogaça
2º Agregado das pilchas: Maicon Vidal

Conselho Fiscal: Eliçon Rodrigues, Hilberto Jackisch, Juliano Batista
Suplentes conselho: Jacson Franco, Maria Teresa Teixeira, Cristina Noronha

Conselho de ética: José Mauro Rosa, Elenir Werner, Rosângela Jochims, Hilberto Jackisch
Suplentes conselho: Glaci de Almeida, Juliano Batista Alexandra Bini, Catia Jantsch e Ione Correa

Departamento jurídico: Ivo Lopes Salgueiro e Kleber Moraes
Departamento cultural: Mari Ana Diniz, Ana Betina Jahn
Adjuntas cultural: Angela Martim e Alyne Motta
Departamento avaliadores: Ana Betina Jahn, Gilvânio Jahn
Departamento estudos e pesquisas: Cristhian Afolter Pereira, Cristina Noronha, Clegir Silva
Departamento artístico: Eliçon Rodrigues, Maicon Vidal
Adjuntos artístico: Bruna Terres, Pedro Oliveira
Departamento campeiro: Emerson Machado, Pedro Elci Bicca
Adjuntos campeiro: Abel Bini, José Pedro Barros
Secretaria rodeio: Vera Carvalho
Departamento cavalgadas: Paulo Machado, Célia Carvalho
Adjuntos cavalgadas: Maite Damé Teixeira, Fátima da Rosa
Relações Públicas: Clegir Silva, Janice Rocha
Departamento de eventos: Jacson Franco, Alexandra Bini
Assessoria de imprensa: Alyne Motta, Leandro Siqueira e Bernardo Muller
Coordenadores adjuntos: Maria Tereza Teixeira, João Lima e Paula Roff

Mais informações diretamente com o coordenador pelo fone (51) 9 9782 0144

Alyne Guimarães Motta
Jornalista MTB/RS 15.018

Começa hoje a 33ª Cavalgada do Mar

O Grande amigo Dedeus - que, como tantos, partiu para a estancia celestial e está lá, evoluindo seu espírito
           A Cavalgada do Litoral Norte, ou simplesmente, Cavalgada do Mar, foi criada em outubro de 1984, por iniciativa de João José de Oliveira Machado, conhecido entre os amigos por Machadinho, advogado da Prefeitura de Palmares do Sul, o interventor municipal de Tramandaí, João Carlos Wender e Ney Cardoso Azevedo, Prefeito do município de Palmares do Sul. Segundo Machadinho foi uma forma de reivindicação pelo fechamento do Banco Sulbrasileiro.
Durante o Documentário, Machadinho nos ensinando um pouco de história e relatando a origem da Cavalgada
Programação da Cavalgada de 2017:
Dia 17 concentração em DUNAS ALTAS (Palmares do Sul).
18/02 Dunas Altas - Pinhal
19/02 Pinhal - Cidreira
20/02 Cidreira - Tramandaí
21/02 Tramandaí - Imbé
22/02 Descanso e Rodeio em Imbé
23/02 Imbé - Capão da Canoa
24/02 Capão da Canoa - Arroio do Sal
25/02 Arroio do Sal - Torres (encerramento)

            Na 30ª Cavalgada fizemos um documentário para a Ulbra TV, onde registramos momentos importantes da vida do homem do campo e o trabalho do tropeirismo. Procuramos entender o que leva esses homens a tirar férias para poder estar uma semana no lombo do cavalo cruzando o litoral do RS. 

            Secretários de Estado, Ministro, advogados, Secretários Municipais, vereadores, desembargadores, empresários (homens e mulheres muito bem sucedidos, trabalhando de assadores ou outras atividades para equipe). Um lugar onde, o coronel, serve o soldado, onde o empresário assa o churrasco para seus funcionários, não existem divisas. Não existe status social. Não existem classes sociais. Existem homens com objetivos comuns ligados por uma tradição secular.
Cavalgada de 2009

Em 2012 com o grande Osório - ao lado de Virgilino Bastos

Ministro Aldo Rebelo

Ajos Dutra, Wilmar Romara (acima) Tio Beno, do Piquete memorias do Passado e Léo Ribeiro (abaixo)

Cavalgada de 2010 - Parada em Santa Terezinha(Imbé)

Vem aí a 29ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul - De 16 a 19 de março, em Rolante



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Coral da 30ª RT com Inscrições abertas para novos cantores.

Coordenador Carlos Moser
          A oportunidade para quem gosta de Cantar.
          Venha cantar e se divertir com o Coral da 30ª Região Tradicionalista/MTG.
          O Coral da 30ª RT/MTG começou suas atividades em abril de 2014, sob condução do Maestro Wagner Petry Moraes e vem atuando em diversas cidades da região e do estado, um grupo voltado a desenvolver músicas a capela de cunho regionalista.
          Os ensaios sempre ocorrem nas terças-feiras das 19h30min às 22h, no Plenárinho da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo.
          As audições ocorrem dia 21/02 a partir das 19h30min. Inscrições pelo e-mail coral30rt@gmail.com.
          Maiores informações pelo e-mail, ou pelo numero (51)99175-4480 (Wagner)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Subcoordenadoria do Delta do Jacuí realiza o 1º encontro de 2017

           O Coordenador da 1ª Região Tradicionalista, Luiz Henrique Lamaison, e o Presidente do MTG, Nairo Callegaro, participaram, na noite desta segunda-feira, 13 de fevereiro, do Encontro de Patrões da Subcoordenadoria do Delta do Jacuí, que abrange os municípios de Guaíba, Eldorado do Sul, Barra do Ribeiro, mariana Pimentel e Sertão Santana.
           O jovem Subcoordenador, Jeferson Quadros apresentou sua equipe de trabalho e recebeu, a Secretaria de turismo e cultura de Guaíba, Cláudia Mara, e o Presidente da Câmara de Vereadores do Município, Dr. Renan Pereira (PTB), mostrando o trabalho das entidades tradicionalistas de sua região.






segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Iniciados preparativos da 47ª Ciranda Cultural de Prendas

          O presidente do MTG, Nairo Callegaro, esteve na manhã de segunda-feira, 13 de fevereiro, em Bagé. O objetivo foi reunir-se com o prefeito Divaldo Lara e com o Secretário de Cultura, Fabiano Marion, para tratar da 47ª Ciranda Cultural de Prendas, que acontecerá no município nos dias 25 a 27 de maio. Também estiveram presentes a vice-presidente de Administração do MTG, Elenir Winck, a primeira prenda do Rio Grande do Sul, Roberta Jacinto, o coordenador da 18ª Região Tradicionalista, Gilberto Bittencourt Silveira.

           A Ciranda Cultural de Prendas é um dos eventos mais tradicionais do MTG e abrange as modalidades mirim, juvenil e adulta. Anualmente, escolhe dentre as candidatas aquelas que melhor representem as virtudes, a dignidade, a graça, a cultura, os dotes artísticos, a beleza, a desenvoltura e a expressão da mulher gaúcha. Segundo o presidente do MTG, um dos principais méritos do concurso é envolver as comunidades, desde a base, que é o CTG, para a preservação da cultura gaúcha, promovendo o sentimento de orgulho e pertença para o resto da vida.

           Para a escolha das prendas são realizadas avaliações de escrita, artística, oral, caracteres pessoais, mostra folclórica ou arte tradicional e relatório de atividades.

Sandra Veroneze
Assessoria de Imprensa MTG

Inhacorá, 20ªRT, promove Seminário de Prendas e Peões


11 de fevereiro, o dia do campeiro

No dia 11 de fevereiro, data que marca a morte de Maneco Pereira é conhecida como o dia do campeiro. Uma homenagem ao homem que, segundo informações, laçava com o pé.

           Manoel Bento Pereira, ou Maneco Pereira, foi o maior laçador que o Rio Grande do Sul conheceu em todos os tempos. Ele nasceu no dia 18 de junho de 1848, no município de Rio Pardo. Ainda criança, foi com a família para a "Estância do Curral de Pedras", no município de Rosário do Sul, onde seu pai trabalhou de capataz.

           O rebanho da fazenda alcançava mais de 42 mil cabeças. Aos 15 anos, "Maneco Pereira" já era o sota-capataz da estância, cargo que antigamente era dado ao peão que mais se destacasse nas lides de campo. Com a morte do pai assumiu a função de capataz.

           É quase incrível o que contam das suas façanhas praticadas em tempos de sua juventude. Tão espetaculares foram esses feitos realizados numa época em que o laço e as boleadeiras faziam exímios manejadores.

           "Maneco Pereira" foi um laçador que tanto pealava e laçava com as mãos como com os pés, e não fazia isso por acaso, bastava advir ocasião. Com o laço nas mãos só não fazia chover. Era como um artista fazendo demonstrações da sua arte, num palco de diversões.

           No dia 11 de fevereiro, de 1926, morria "Maneco Pereira", tendo sido sepultado no dia seguinte no Cemitério do Joanico, situado no Batovi. A data ficou marcada e é comemorada, na atualidade, como o dia do campeiro, em homenagem a ele.