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terça-feira, 8 de junho de 2021

Nacos de história - Lupicínio Rodrigues


     Porto Alegre, final dos anos 60. Lupicínio Rodrigues em um dos lugares que mais frequentava: O Bar Garibaldi, em frente a praça de mesmo nome. Lupicínio nasceu em 1914 em uma região da Cidade Baixa na época conhecida como Ilhota

(por Wagner Magno - Fotos antigas)

    Lupi, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de carnaval e sambas-canção, músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido. 

   Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada. 

   Lupicínio Rodrigues nasceu em Porto Alegre, no dia 16 de setembro de 1914 e veio a falecer, também na capital, em 27 de agosto de 1974. Seu retrato está na memória da Galeria dos Gremistas Imortais, no salão nobre do clube, o qual ele compôs o hino. 

Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Antonio Augusto Ferreira - 13 anos sem o gênio das composições gauchescas

   

   O escritor, poeta, compositor, e ainda, advogado Antônio Augusto Ferreira morreu aos 72 anos, em Santa Maria, em consequência de um tumor no cérebro, no dia 17 de fevereiro de 2008. Por tanto, hoje, completam 13 anos sem essa genialidade da poesia gaúcha.

     Nascido em São Sepé, em maio de 1935, Ferreira foi integrante da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia Santa-Mariense de Letras (ASL). Em 1980, ganhou a Califórnia da Canção Nativa com a música Veterano, feita em parceria com Ewerton Ferreira, que falava sobre o tempo do homem na Terra.

     Premiado em diversos festivais de música, escreveu cinco livros e uma obra que chamam atenção pela musicalidade e pela inspiração no universo campeiro. Em Santa Maria, cidade que adotou a partir de 1973, era oficial do Registro de Imóveis. Viveu 12 anos com o mal de Parkinson. Mas foi o avanço de um tumor no cérebro que silenciou o autor de poesias e canções inspiradas pelo universo campeiro. 

    O compositor passou a infância em São Sepé e despertou sua veia poética na adolescência. Dos 14 aos 23 anos, começou a se dedicar à produção literária. Com o nome de Tocaio Ferreira, passou a publicar, nos anos 50, poemas em jornais como A Hora e Correio do Povo. Viveu em Porto Alegre, Passo Fundo, Sananduva e Pelotas, onde cursou Direito. Ao partir, Ferreira deixou quatro filhos e a esposa, Letícia.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Internacional - Escalação para o Grenal do século (12/02/1989)

 

Luís Carlos Winck, Taffarel, Nenê, Norberto, Casemiro e Aguirregaray.  

Maurício, Leomir, Nilson, Luis Carlos Martins e Edu Lima.
Técnico: Abel Braga

     Era 12 de fevereiro de 1989, um domingo quente, os termômetros marcavam perto dos 40ºC na capital gaúcha. Quase 80 mil torcedores no Gigante da Beira-Rio. E um clássico que entrou para a história como o Gre-Nal do Século.

     O Grêmio começou na frente, com gol de Marcos Vinícius. E logo ficou com um jogador a mais, após a expulsão de Casemiro. Mas o técnico Abel Braga (que anos depois seria campeão da Libertadores e do Mundial), decidiu ousar. Substituiu o volante Leomir pelo atacante uruguaio Diego Aguirre, e foi pra cima do Grêmio. Deu certo: a virada veio com dois gols de Nilson, no segundo tempo (um cruzamento de mauricio da direita e um de Edu, pela esquerda). Que garantiram a vaga na final e um lugar na história. 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Datas comemorativas e Nacos da história - 25 de janeiro e o Borgismo.

 

    O dia 25 de janeiro é emblemático na história do Rio Grande do Sul, ainda mais quando se fala em administração pública. Pois era o dia da posse ou saída de um presidente do Estado, nos anos em que terminava o século XIX e iniciava o XX. A professora Sandra Pesavento costumava dizer (e escreveu) que no século XIX, devido a forte economia do charque os estancieiros da região da campanha, estes se tornaram grandes defensores do liberalismo político e econômico. No período que sucede a década de 1870, liderados pelo Gal. Osório e, posteriormente, pelo caudilho bajeense Gaspar Silveira Martins, os liberais tornaram-se hegemônicos na Assembleia Provincial e na maioria das Câmaras Municipais da Província. Reinavam quase que absolutos.

      Com a proclamação da República, os partidários menores, como o Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), fundado em 1882, foram alçados ao governo do Estado. Fundamentados nas ideias positivistas do filósofo Augusto Comte e na Constituição estadual de 14 de julho de 1891, Júlio de Castilhos e seus correligionários implantaram uma ditadura no Estado, que mais tarde ficou conhecida como Castilhismo. Júlio de Castilhos morreu em 1903 e ai, entra em cena seu afilhado político e sucessor, Antônio Augusto Borges de Medeiros. Caçapavano, nascido em 1863, e em 1885 bacharelou-se em direito na Faculdade de Direito do Recife.

      Foi presidente do estado do Rio Grande do Sul, (indicação de Castilhos), e procurou dar continuidade ao projeto político do castilhismo. Manteve-se no poder de 1898 a 1928 e sua única interrupção como governante ocorreu no quinquênio de 1908-1913, quando, impedido de se reeleger, fez seu sucessor, Carlos Barbosa Gonçalves. Seus períodos como presidente foram neste dia (25), nos anos de 1898 e de 1908 e o retorno: 25 de janeiro de 1913 à 25 de janeiro de 1928.

     Respaldado pelo discurso da eficácia combinado à prática da coerção política, Borges de Medeiros manteve a ênfase na modernização do estado, martelou o dogma da moralidade administrativa e pregou a tese da incorporação de direitos civis aos trabalhadores. 

    No Rio Grande, no Brasil e em outros territórios governar é sempre baseado nas disputas de poder, com o suporte da economia. Nesse período isso fica muito claro: Quando os estancieiros estavam no poder, respaldados pelo Império e pela pecuária forte, eram hegemônicos. Ai, vem a proclamação da República, ou golpe republicano, ou seja lá como chamarem, e os republicanos tomam as rédeas. Mais tarde teremos Borges de Medeiros x Getúlio Vargas... E a luta pelo poder segue...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Há 95 anos nascia, em Bagé, Dimas Costa

 

   Na data de ontem, dia 20 de janeiro de 2021 comemorou-se os 95 anos da data de nascimento de Dimas Costa, um dos mais importantes articuladores culturais de seu tempo no Rio Grande do Sul. Natural de Bagé, o Xiru Divertido, como era conhecido, foi personalidade marcante no rádio porto-alegrense, tendo sido um dos apresentadores do famoso programa 'Grande Rodeio Coringa'. Também apresentou 'Festança na Querência' e 'Alma do Rio Grande' juntamente com Paixão Côrtes, entre outros programas individuais. 

     É autor, em parceria com Eleu Salvador, do Parabéns Gaúcho, também chamado constantemente de Parabéns Crioulo. Lançou dez livros de poemas, três discos, sendo um em parceria com seu filho Paulo Ibagé. Também editou os Cadernos do Xiru durante anos, remeteu programas gravados para diversas emissoras de rádio do interior do Estado e participou de oito filmes como ator.

     Foi um dos criadores e o principal incentivador do Ronda - Grupo de Estudos da Cultura Gaúcha, do qual surgiram bons artistas.

     Dimas Noguês Costa era um homem generoso com seus amigos, dono de um sorriso largo de fronteiriço e amável com os fãs. Incentivou o surgimento de novos artistas e poetas, inclusive alguns que hoje brilham no cenário cultural. Viveu a maior parte de sua vida em Porto Alegre, mas veio a falecer aos 71 anos de idade, no dia 11 de julho de 1997, na cidade de Tapes, onde repousam seus restos mortais.

por: Paulo de Freitas Mendonça

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Vendido aos 10 anos como escravo pelo pai, foi poeta, jornalista, advogado e abolicionista

 Luís Gonzaga Pinto da Gama - Salvador, 1830 - São Paulo, 1882 


     Um dos expoentes do movimento abolicionista foi o poeta, jornalista e advogado Luís Gama. Era filho de um desconhecido fidalgo de origem portuguesa com uma negra quitandeira livre, Luiza Mahin. Sua mãe era africana de origem Nagô, e participou da Revolta dos Malês (1835) e da Sabinada (1837-1838). Pagã, nunca aceitou o cristianismo e acabou fugindo para o Rio de Janeiro, e desde então nunca mais deu notícias. O pai então passou a cuidar do menino Luís. Inicialmente o tratava bem, mas era desregrado e acabou por vender o próprio filho como escravo, quando o garoto possuía apenas dez anos de idade. 

     O comprador de Luís foi o comerciante e contrabandista alferes Antônio Pereira Cardoso. Após uma longa viagem por São Paulo, onde ninguém se interessou em comprá-lo por ser baiano, Luís acabou por se tornar escravo doméstico na cidade de São Paulo, na casa do alferes que o comprou na Bahia. Ali ele conheceu Antonio Rodrigues do Prado Júnior, estudante de humanidades que lhe ensinou as primeiras letras. 

     Luís Gama fugiu em 1848. Após comprovar a sua condição de livre, serviu como soldado durante seis anos. Deu baixa em 1854, quando já havia alcançado o posto de cabo-de-esquadra graduado. Tornou-se ordenança do conselheiro Francisco Maria de Sousa Furtado de Mendonça, de quem recebeu lições de letras e civismo. Foi amanuense da Secretaria de Polícia de São Paulo, cargo que lhe permitiu aprender as leis e ajudar a defender escravos.

     Em 1864, Luís Gama fundou, juntamente com Angelo Agostini, O Diabo Coxo, jornal satírico paulistano. Ambos também criaram, em parceria com Américo de Campos, o semanário humorístico O Cabrião (1866). Em 1868, foi demitido do cargo de amanuense por integrar o Partido Liberal e por defender ideais liberais na imprensa e na política, além de promover processos judiciais para libertar escravos. A partir de então passou a atuar como rábula e jornalista. Sem recorrer à violência, e valendo-se apenas da retórica e do Direito, libertou mais de mil escravos. Apesar de seu brilhantismo e astúcia como advogado, sempre teve uma vida modesta, uma vez que pouco ou nada recebia dos seus clientes. 

    Gama faleceu em 24 de agosto de 1882. Uma multidão esteve em seu velório, jurando dar continuidade ao movimento abolicionista, o grande ideal da sua vida.

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Fonte: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, pp. 536-537. (Sou-Cesar / BLOG)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Há 20 anos, Manoelito Savaris era eleito, pela primeira vez, Presidente do MTG

      Hoje, remexendo meus alfarrábios, anotações e lembranças (mexer em casa antiga dá nisso) encontrei material do 46º Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado entre os dias 5 e 7 de janeiro de 2001, no Centro Municipal de Eventos de São Gabriel - Terra dos Marechais. Lembro que na viagem para Santa Vitória do Palmar, Gerciliano Alves de Oliveira, responsável pela loja e Conselheiro da Fundação Cultural Gaúcha, passou mal devido a um câncer que se desenvolvia rapidamente, e me pediu que convidasse mais um voluntário para ir comigo fazer a feira, colocando a loja no último reduto dos carreteiros, onde aconteceria o Congresso.

     Eu e o Betinho, gaita ponto de grupos de baile e meu primo, pegamos a estrada e chegamos em São Gabriel. Me vem às lembranças a chegada do Deputado Sérgio Zambiasi (que seria o próximo presidente da AL), junto com o Diretor da Fundação, Fernando Chaves, que apresentariam o Projeto intitulado "Planeta Gaúcho". Jayr Lima era o Presidente do MTG. O Presidente do Congresso era, nada mais nada menos, que Manoel Pedro da Silva Mello e seus vices, José Severo Marques e Zeno Dias Chaves. O saudoso Italmir Maldonado Chaves era o Coordenador da 18ªRT e Edson Otto, o presidente da CBTG.

     Lá estava o Coronel Celso Souza Soares apresentando a proposição: "Defesa ao homem do campo". A relatoria ficou por conta de Hermes Garcia dos Santos, que deu parecer favorável, cuja proposição foi aprovada por unanimidade, o que acabou gerando uma cavalgada, partindo da Assembleia Legislativa do RS até Brasília, liderada pelo proponente. Nessa brincadeira, se manifestaram favoráveis Wilmar Winck de Souza, o Provisório, Milton Mendes de Souza e Vicente Bogo (te mete com essa galera!). Foi em 2001 que a Pajada, conto e poesia foram aprovadas para se tornarem modalidades do ENART (claro, que depois da Convenção).

    Na tarde de sábado, 05, teve a eleição para o Conselho Diretor (sim, na época o regulamento falava em Conselho Diretor, não eleição para presidente) entre duas Chapas: "Amor pelo Rio Grande" liderada por Manoelito Carlos Savaris e apresentada por Aldo Assis Ribeiro; e a chapa intitulada "Liberdade, Igualdade e Humanidade", tendo à frente Carlos Medeiros de Mello, apresentada por Larri Luiz Prima. O pleito encerrou com 368 x 131, para a chapa "Amor pelo Rio Grande". Quando passava das 23h, o presidente do Congresso anunciou que Manoelito Carlos Savaris havia sido escolhido por seus pares para presidir o MTG naquele ano. No dia 6, assumia o cargo e seus encargos pela primeira vez. 

     Naquele Congresso foram tratados temas como:

Recuperação das história da tropeadas (Zeno Dias Chaves)
A Função Social do Movimento Tradicionalista Gaúcho (Jorge Moreira)
Acampamento Farroupilha oficializado como evento estadual (Celso Souza Soares)
Oficialização do Tchêncontro como evento complementar do MTG (Carol Figeuiredo) e a Mostra de Arte e Tradição (Patricia Fabro)
11 de Fevereiro - Dia do Campeiro em homenagem a Maneco Pereira (P R Fraga Cirne) entre outros...

Manoelito Carlos Savaris

     Assumiu a FCG/MTG tendo como vice, Manoel Pedro da Silva Mello e Diretor Administrativo: Rogério Bastos e Técnico: Paulo Ernani Klafke. Ali começavam as reformulações e a busca para que a fundação atingisse seus objetivos. Depois de enfrentar um terrível Planeta Gaúcho (2001), Savaris havia pago todas as contas e entregou a FCG (2004) com saldo positivo. A entidade deixava de ser uma loja itinerante para ser o braço dinâmico do MTG e, em 2005, já tinha sede própria.

    Nesse período foi peça chave pela modificação do Acampamento Farroupilha e dos Desfiles Temáticos, escolha dos Patronos, tornou o acendimento da Chama Crioula um evento importante, organizou e publicou o livro de partituras das músicas para as danças tradicionais, em 2001, do CD – duplo das músicas das danças tradicionais, hinos e costados e a criação do jornal Eco da Tradição, no mesmo ano. Transformou a data de aniversário do MTG em evento importante, com comemoração adequada, inclusive com entrega de medalhas e comendas. O aniversário começou a ser comemorado em 2001, por ocasião do 35º aniversário. Em 2002 idealizou o livro de Danças Tradicionais, reunindo instrutores e envolvidos a muitos anos com o tema para elaborar uma obra que levasse a assinatura do MTG.

     Também no ano de 2002 foi criada a Medalha do Mérito Tradicionalista L. C. Barbosa Lessa e a reorganizada a Comenda João de Barro. Surge neste ano, também, a Lista Destaque Tradicionalista. Naquele ano o Deputado Estadual Osmar Severo apresentou e aprovou a Lei Estadual dos Rodeios, Lei nº 11.719/ 2002, proposta pelo MTG.

     O ano de 2003 foi marcado pela criação do Departamento de Narradores, criação do Protocolo e Cerimonial do MTG, publicado em livro. Também foi elaborado um livro do MTG a respeito da indumentária gauchesca, o que se concretizou com a participação de quatro pesquisadoras. E finalmente, a unificação dos concursos estaduais de prendas e peões, na fase regional, com a mesma prova aplicada no mesmo dia em todas as 30 RTs. Neste mesmo ano, por contingências do momento surgem o SAT (Seminário de Aprimoramento Tradicionalista) e o CFor (Curso de Formação Tradicionalista). É criado o Cartão Tradicionalista e o banco de dados estadual.

     Poderia escrever muito mais, pois convivi cada ano (em sua volta em 2005/2006 ou 2014/2015) quando foi chamado para reassumir as rédeas da entidade. Algumas frases que selecionei de figuras de destaque sobre Manoelito Savaris:

Germano Rigotto
   "O sucesso e o crescimento das comemorações da Semana Farroupilha sempre tiveram na linha de frente a liderança do Savaris, sou testemunha disto". 
 (Germano Rigotto – Ex-Governador do estado).

   “Neste momento palavras perdem o sentido e percebemos que a história que ele realizou no Movimento Tradicionalista Gaúcho Brasileiro e Internacional é grandiosa e é mais uma vitória em sua vida e fomos nós que ganhamos com tudo isso”. (João Ermelino Mello - ex-Presidente da CBTG) 

Sergius Gonzaga
     O que sempre agradou no Manoelito Savaris - nos muitos anos que estivemos juntos no Acampamento Farroupilha - foi a sua integridade absoluta e também a força persuasiva de sua liderança. Sinto orgulho de ser seu amigo”. (Sergius Gonzaga – Professor universitário e ex-secretário de cultura de Porto Alegre)

   “Quando fui Secretario de Turismo do Estado, junto com ele criamos os desfiles e acampamentos temáticos da semana farroupilha e posso dizer que se não fosse a teimosia do Manoelito em manter acessa a chama da tradição gaúcha, muitos eventos como esses já não existiriam mais. Mesmo sem apoio dos governos ele persiste e insiste neste ideal. Manoelito é uma espécie de guardião da cultura tradicionalista é o nosso sinuelo” (Luis Augusto Lara - Deputado Estadual).

   Neste ano em que Manoelito Carlos Savaris comemora os 20 anos de sua primeira eleição para o MTG, também comemoramos:

20 anos do Jornal Eco da Tradição
50 anos do Concurso de Prendas
60 anos da Carta de Princípios do MTG
70 anos da Carta do Folclore Brasileiro

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

A história da Capa Ideal ou Capa Renner

     Antônio Jacob Renner, de descendência alemã, quando jovem, foi aprendiz de ourives na joalheria Foernges, e também percorreu as veredas da serra gaúcha como caixeiro viajante por 4 anos. Dessas andanças percebe a necessidade de mudança no vestuário diante das intempéries climáticas. O tradicional “Poncho” espécie de manta de lã usada pelos viajantes gaúchos, que não garantia o abrigo desejado em tempos de vento e chuva. Seu ideal: desenvolver um abrigo eficiente.

     Já com algumas ideias sobre a necessidade de desenvolver novos produtos, decide abrir em 1911, com outros dois sócios, uma pequena fabrica têxtil em um velho galpão de tropeiros em São Sebastião do Caí.

     Contudo, após o primeiro ano de funcionamento, foi necessário reformular o conceito inicial devido às grandes dificuldades da pequena fábrica, dentre elas o maquinário precário para época, com teares de madeira. É então percebida a necessidade de não apenas tecer os fios como também fiar. Surge a primeira inovação da empresa, a aquisição de dois teares mecânicos.


     Nesse período A.J. Renner montou um pequeno laboratório para realizar experiências com tinturaria, tecelagem e filtragem, em que tinha como objetivo desenvolver um tecido impermeável. Sua ideia era desenvolver um produto diferenciado e mais eficiente do que o tradicional “Poncho”, algo como uma capa redonda de abotoar na frente, com aberturas laterais para a passagem das mãos, feita de tecido relativamente leve e impermeabilizado, com forro igualmente impermeável nos ombros e nos joelhos, que eram as partes mais expostas à infiltração da água da chuva naquela peça do vestuário gaúcho.

    Adaptou uma máquina de costura em que procurava reproduzir os movimentos realizados durante a cavalgada, colocou também um chuveiro em cima da máquina de costura para observar a penetração da água. A partir desses inúmeros testes desenvolveu a modelagem e o tecido para o que viria ser um produto revolucionário na vestimenta dos gaúchos, a capa “IDEAL”, que foi oficialmente lançada em 1913.

     Neste período a razão social foi mudada para A.J. RENNER & CIA. Por volta de 1916 a Capa Ideal já estava consolidada no mercado, e foi totalmente adotada pelos gaúchos. No ano de 1977, o grupo Têxtil Vicunha se associou a Renner, e juntos criam a Têxtil RV. A Vicunha fornecia a matéria prima e a Renner fabricava os produtos. A empresa encerrou as atividades com a Capa Ideal em 1994(segundo a Renner).


Fonte: facasriograndenses.blogspot.com 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

10 de novembro - Dia da Tradição Argentina e nascimento de José Hernández

      José Hernández, nasceu em General San Martín, Província de Buenos Aires, no dia 10 de novembro de 1834 foi poeta, político e jornalista argentino, conhecido, principalmente, pela grande obra "Martín Fierro", considerado o livro pátrio da Argentina.

     Filho de Rafael Hernández e Isabel Pueyrredón (sobrinha de Juan Martín de Pueyrredón). Viveu seus primeiros anos de vida no bairro de Pueyrredón, o qual deixou em 1840, uma vez que sua família teve de se transferir para o interior da província, por razões de trabalho.

     Interessou-se muito pelos estudos quando iniciou sua escola primária, porém foi obrigado a deixar os livros por conta de uma doença repentina, tendo de viver no campo para buscar sua recuperação. Por este motivo, aprendeu tudo o que sabia por conta própria: observador atento da arte da criação de gado, dirigida pelo padre e exercida pelos gaúchos, participou ajudando nessas tarefas. Como era ainda jovem, teve contato com o estilo de vida, a língua e os códigos de honra dos gaúchos.

     Hernández era autodidata e, por meio de numerosas leituras, adquiriu firmes idéias políticas. Entre 1852 e 1872, época de grande agitação política, defendia a idéia de que as províncias não deveriam permanecer ligadas às autoridades centrais estabelecidas em Buenos Aires.

     Participou de uma das rebeliões federais, mais especificamente a primeira, encabeçada por Ricardo López Jordán, também chamada de Revolução Jordanista, que terminou em 1871 com a derrota dos gaúchos e o exílio de Hernández no Brasil. Após essa revolução, tornou-se, por pouco tempo, assessor do general revolucionário, porém, com o tempo, distanciou-se do mesmo.

     Quando voltou para a Argentina, em 1872, continuou sua luta utilizando a imprensa como seu meio de avançar com suas ideias. Também desempenhou a função de Deputado e Senador da província de Buenos Aires. Como senador, defendeu a federalização de Buenos Aires por meio de um memorável discurso, opondo-se a Leandro Alem.

     Entretanto, foi através de sua poesia que conseguiu eco para suas propostas e a mais valiosa contribuição para a causa dos gaúchos. El gaucho Martín Fierro (1872) e sua continuação, La vuelta de Martín Fierro (1876), juntas, formam um poema épico popular. É considerada, geralmente, a principal obra da literatura argentina.

     No ano de 2007, quando acontecia a Feira do Livro de Buenos Aires, o Museu do Desenho e da Ilustração apresentou sua mostra Martín Fierro: Contrapunto y algo más, na qual apreciava-se a visão dos ilustradores sobre os feitos relatados por José Hernández. Nessa mostra, expuseram-se originais feitos para as diferentes edições de Martín Fierro. Exibiram-se obras de Adolfo Belloc, Carlos Alonso, Juan Carlos Castagnino, Aida Carballo, Norberto Onofrio, Eleodoro Marenco e outros 20 artistas.

     Hernández faleceu em Buenos Aires, no dia 21 de outubro de 1886, acometido por um problema cardíaco. Seus restos mortais estão no cemitério da Recoleta, Buenos Aires, Argentina.

Suas obras: 

Vida del Chacho - 1863
El Gaucho Martín Fierro - 1872
La Vuelta de Martín Fierro - 1879
Instrucción del Estanciero - 1881

Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

FESTA GAÚCHA EM BENEFÍCIO À CASA SÃO JOSÉ NO RIO DE JANEIRO

 


    Em 1931, um grande acontecimento social no Rio de Janeiro, dotado de imensa pompa e festividade, é considerada como a primeira apresentação artística, acerca dos nossos motivos, a ser levada para fora do nosso Estado. 

      A apresentação se deu no Salão de Festas da Feira de Amostras, em benefício da Casa de São José, e foi patrocinada pelas esposas de Oswaldo Aranha, Assis Brasil, Mário Ribeiro e Mário Kroef, sob os olhares e administração maior da senhora Getúlio Vargas.

      Durante um chá, servido com toda pompa carioca, um grupo artístico de gaúchos dançou o tema do Pericón - tema ensaiado circense, do folclóre uruguaio - trajado tipicamente à moda gaúcha, sob os olhares de Getúlio Vargas, do embaixador Alfonso Reyes e do Ministro da Polônia, presente no evento.

      O evento ganhou notoriedade e divulgação plena nos jornais e periódicos da época.

      O registro realmente é histórico, possivelmente mostrando um grupo de bailarinos frequentadores de um dos "Grêmios Gaúchos" rio-grandenses, que normalmente bailavam suas Tiranas - a maioria de terceira geração coreográfica - e o Pericón em suas festas crioulas da época.

Fonte: Diego Muller

Achados arqueológicos na reforma do estádio do River Plate

           

    Uma cancha literalmente histórica: nas reformas que está tocando no Monumental, o River Plate encontrou ferraduras de mais de 120 anos sob a pista de atletismo. 

     Explica-se: o local já foi sede do Hipódromo Nacional de Buenos Aires, que funcionou ali entre 1887 e 1911.

     O terreno foi adquirido pelo clube em 1934. Quatro anos depois, inaugurou-se ali o maior estádio argentino. As ferraduras, verdadeiros achados arqueológicos, já foram recolhidas e passam a partir de agora a fazer parte do Museo River, um passeio interessante para fazer quando por lá.

Fonte: Twitter do Copa Além da Copa
@copaalemdacopa

domingo, 19 de abril de 2020

Datas Comemorativas - 19 de abril

19 de abril - Dia do Índio?
        A data de 19 de abril foi proposta em 1940, pelas lideranças indígenas do continente que participaram do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Eles haviam boicotado os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos". Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas, com a intervenção do Marechal Rondon, apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril, cumprindo a proposta do Congresso de 1940. A celebração foi criada no governo do presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei 5540, de 1943.

      Daniel Munduruku - Do meu ponto de vista, a palavra índio perdeu o seu sentido. É uma palavra que só desqualifica, remonta a preconceitos. É uma palavra genérica. Esse generalismo esconde toda a diversidade, riqueza, humanidade dos povos indígenas. (Munduruku, pós-doutor em linguística, escritor, autor de mais de 50 livros para crianças, jovens e educadores.)

Dia do Exército

          A data é marcada pela primeira luta dos povos do Brasil contra a dominação holandesa, em 1648, a Batalha de Guararapes. Aqueles brasileiros lutaram sem temor para defender o território colonial do invasor estrangeiro e, ao mesmo tempo, inauguraram um sentimento genuíno de pertencimento à terra e de amor à Pátria.


Nasce Getúlio Dornelles Vargas

  Getúlio Vargas nasceu em 19 de abril de 1882 em São BorjaFilho de Cândida Dornelles Vargas e Manoel do Nascimento Vargas, pertenciam a famílias de estancieiros com prestígio na política local. Getúlio teve quatro irmãos: dois mais velhos, Viriato e Protásio, e dois mais novos, Spartacus e Benjamim. Na adolescência, Getúlio pretendeu seguir a carreira militar. Aos 16 anos alistou-se no batalhão de São Borja e aos 18 foi admitido na Escola Tática e de Tiro de Rio Pardo. Dois anos depois, contudo, foi desligado, por se ter solidarizado com colegas que haviam sido expulsos por um incidente disciplinar. Mas acabou voltando em 1903, na disputa Brasil x Bolivia pelo Acre. Não chegou a lutar e voltando a Porto Alegre foi cursar a faculdade de Direito.

      Na faculdade, Getúlio estreitou laços com o castilhismo e com a juventude
republicana. Acompanhando o debate intelectual de seu tempo, interessou-se também pela doutrina evolucionista de Charles Darwin e Herbert Spencer. Em março de 1909, pouco antes de completar 27 anos, Getúlio Vargas foi eleito deputado estadual (Seu pai, em 1907, tornara-se Intendente de São Borja).

     Casou, em março de 1911, com Darcy Lima Sarmanho, filha do estancieiro e comerciante Antônio Sarmanho. Nos anos seguintes, o casal teria cinco filhos: Lutero, Jandira, Alzira, Manoel e Getúlio. Em outubro de 1922, Vargas foi eleito deputado federal, para completar o mandato de um representante gaúcho que falecera. Quando Washington Luís assumiu a Presidência da República, em 1926, como representante de São Paulo, ficou claro o  acordo pelo qual seu sucessor seria indicado por Minas Gerais. Em agosto de 1929, formou-se a Aliança Liberal, composta por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, além das forças dissidentes de São Paulo e do Distrito Federal, em apoio às candidaturas de Getúlio Vargas a presidente e João Pessoa a vice. 

    Perdidas as eleições, em 1930, Vargas estava já aceitando a derrota quando João Pessoa foi assassinado em Recife e o movimento ganhou novo fôlego. Em 3 de novembro, Vargas foi reconhecido pela junta governativa chefe do governo provisório da República. Até então, a atuação de Vargas na política pautara-se pela defesa dos princípios federativos, da autonomia dos governadores e do Congresso Nacional. A Revolução de 1930 foi objeto de várias interpretações. Alguns a classificaram como uma revolução burguesa, outros como uma revolução das classes médias, e outros apenas como um golpe militar.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Relíquia trazida por Israel Lopes mostra a contribuição de Teixeirinha para o Rádio Gaúcho

     Teixeirinha, além de grande cantor, compositor, foi um dos maiores comunicadores do Brasil. Começou nas rádios do interior, mas em Porto Alegre, como apresentador foi na RÁDIO GAÚCHA em 64. 

     Em 1969 esteve na RÁDIO DIFUSORA como atesta o Correio Rio-grandense, de 3/12/69, quando o IBOPE da emissora cresceu 500%. Em janeiro de 70 foi para a FARROUPILHA. Em 1981 voltou a Gaúcha, onde esteve até 83. Os horários do Teixeirinha e o Grande Rodeio, já apresentados por Darcy e Menezes, eram os CAMPEÕES de AUDIÊNCIA. Em São Paulo, o grande campeão era o PROGRAMA ZÉ BETTIO, na RECORD. 

     Quem se propuser a escrever a HISTÓRIA DO RÁDIO NO GRANDE DO SUL obrigatoriamente terá que colocar esse nome com letras grandes:TEIXEIRINHA, O GAÚCHO CORAÇÃO DO RIO GRANDE. 

por: Israel Lopes
Escritor, pesquisador e Advogado

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Nacos da história - Apparicio SIlva Rillo

             Nesta quarta-feira,  08 de agosto marca a data de nascimento do querido poeta Apparício Silva Rillo. Nasceu em Porto Alegre, no ano de 1931 e veio a falecer na cidade em que se aquerenciou, São Borja, no dia 23 de junho de 1995, aos 64 anos. Se vivo fosse, Rillo estaria completando 87 anos.

           Publicou artigos e ensaios na imprensa, livros de contos e de poesia e peças de teatro. Ganhador do Prêmio Ilha de Laytano em 1980 e do Prêmio Nacional de Crônicas em 1978. Foi membro da Academia Rio-grandense de Letras e da Estância da Poesia Crioula.

         Em 1962, fundou o Grupo de Arte "Os Angüeras", o mais antigo em atividade no Rio Grande do Sul. Em 1979, junto à sede do Grupo, organizou o Museu Ergológico da Estância, que na linha folclórica um dos únicos do Brasil. Foi um dos fundadores do Festival de Músicas para o Carnaval da cidade de São Borja em 1967. A partir de 1995, com sua morte, o festival passou a receber o seu nome em sua homenagem, passando a se chamar Festival de Músicas Para o Carnaval Apparício Silva Rillo .

Livros de Poesias:
Cantigas do tempo velho (Edit. Globo, 1959)
Viola de canto largo (Ed. Kunde, 1968)
São Borja aqui te canto (Edit. Gráfica A Notícia, 1970)
Caminhos de viramundo (Martins Livreiro Editor, 1979)
Pago vago (Martins Livreiro Editor, 1981)
Itinerário de rosa (Martins Livreiro Editor, 1983)
Doze mil rapaduras & outros poemas (Edit. Tchê, 1984)
Alma pampa (Martins Livreiro Editor, 1984)
50 anos de poesias gauchescas  (Martins Livreiro Editor)

Ficção
Viagem ao tempo do pai (contos, Martins Livreiro Editor, 1981)
Rapa de tacho (causos gauchescos, Ed. Tchê, 1982)
Rapa de tacho 2 (causos gauchescos, Ed. Tchê, 1983)
Rapa de tacho 3 (causos gauchescos, Ed. Tchê, 1984)
Dois mil dias depois (contos, Ed. Tchê, 1985)
O finado trançudo (novela, Ed. Tchê, 1985)

          São conhecidas de sua autoria, 40 obras, entre elas poesias, prosa, peças de teatro, novelas, teses, monografias, antologias, além de folclore e história. Escreveu diversas músicas em parceria com Luís Carlos Borges, José Bicca, Mario Barbará, Pedro Ortaça e Vinícius Brum. 

          É o autor dos Hinos de São Borja, Cerro Largo e Santa Rosa.
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Amanhã na radio Quero-Quero e Acácia fm

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Os 171 anos do nascimento de Luciana de Abreu

Fonte: Benedito Saldanha - Presidente do Partenon
              11 de julho de 1847. Uma recém-nascida era deixada na Roda dos expostos da Santa Casa de Misericórdia. Seu nome: Luciana de Abreu (foto). Assim começava a trajetória de uma das mais importantes personagens da história da capital. Por isso quando se completam 170 anos de seu nascimento é justo relembrar seus feitos e seu papel como pioneira nas manifestações feministas.

              Naquela época somente os homens tinham acesso ao ensino superior. Às mulheres era forte o costume de reservar o confinamento aos lares e à igreja. Na política e na administração de municípios, os cargos só podiam ser exercidos pelos homens. Sem gozar de reconhecimento social, elas tinham poucas representantes na literatura e no magistério. Neste contexto, a principal bandeira de Luciana foi a defesa do acesso das mulheres à educação. Nas reuniões do Partenon Literário ela encontrou espaço para disseminar seus ideais, como em 1873 quando proferiu o discurso Educação das mães de família, defendendo a tese de que a instrução superior fosse dada ao sexo feminino. Ela foi a primeira mulher que galgou uma tribuna em nosso estado e seus discursos, abordando propaganda feminista acabavam arrebatando a platéia: “Nós temos sido caluniadas, dizendo-se que somos incapazes dos grandes cometimentos, que somos de inteligência fraca, de perspicácia mesquinha e que não devemos passar de seres caseiros, de meros instrumentos do prazer e das conveniências do homem...”

               Mostrando sintonia com as transformações que ocorriam na Europa, ela pregava o direito do voto, conquistado pelas mulheres inglesas. Apesar do preconceito ao sexo feminino, no século XIX o Brasil viveu um período de efervescência política e social em que as mulheres contribuíram para a construção da cidadania feminina atual como foi o caso desta porto-alegrense, professora, casada, mãe de dois filhos. Luciana faleceu aos 33 anos de idade, mas sua importância para Porto Alegre, hoje, pode ser medida pela designação de uma Escola e uma rua que têm o seu nome. A cidade que viu nascer esta grande mulher, também ajudou a eternizá-la!

quarta-feira, 27 de junho de 2018

A origem do termo "Os homens de preto" na música - "Charqueadas"

(Blog do Jornalista Flávio Damiani)

      Bastou uma nesga de conversa, em janeiro deste ano (2017), com o Paixão Cortes, para descobrir uma história interessante. Entre um cavaco de assunto e outro, surgiu uma discussão sobre a evolução musical no Rio Grande do Sul e dos seus compositores, entre eles, o Paulo Ruschel, autor de um clássico do folclore rio-grandense. Aquele que fala dos “homens de preto trazendo a boiada, vem vindo cantando dando gargalhada”, e que sem alternativa “o bicho coitado (…) só vem pela estrada, direto à charqueada…”

     Foi aí que lasquei:

Como surgiu esta música?

     Beirando os 90 anos de idade, com uma lucidez invejável, o Paixão é uma referência na pesquisa folclórica do Rio Grande do Sul. Pelas mãos dele passou parte do repertório musical dos pampas.

     A profissão de engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura do Estado nunca foi um empecilho para sua atividade cultural, aliás, pelo o que ele conta, ajudou a descobrir e divulgar.


   Foi numa destas andanças que ele acompanhou, ou testemunhou, o nascimento desta, que ainda é uma das músicas mais executadas do cancioneiro popular gaúcho e um símbolo que levou o nome do Rio Grande do Sul pelo mundo.

     Paixão Cortes era especialista em lãs, e conta que na década de 50 fazia uma exposição na cidade de Julio de Castilhos, onde está localizada a Cooperativa Regional Castilhense de Carnes, ou simplesmente, Frigorifico Castilhense, que  abrigou a exposição que reunia criadores e interessados na comercialização do produto e de olho no mercado.

     Lá, por esses dias, conta ele, apareceu o Paulo Ruschel, artista plástico que também era compositor e violonista. Ficou impressionado com uma cena: homens a cavalo vestindo capas pretas empurrando o gado rumo ao matadouro. “Era frio e como proteção, vestiam as pesadas capas de lã que cobriam o corpo”, descreve. A capa cobre o cavaleiro e se estende até a anca do cavalo.

– O corredor de acesso à cooperativa é amplo e de encher o peito – observa Paixão, que nesta época, apresentava o programa Grande Rodeio Coringa que ia ao ar pelas ondas da Rádio Farroupilha de Porto Alegre.

      Conta que dias depois da exposição em Júlio de Castilhos, o Ruschel “apareceu na minha casa, na Rua Sarmento Leite, 101”, ficava próximo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Com um violão, lá estava para mostrar a composição, que levava o nome de “Charqueadas” e não “Homens de Preto”, como depois ficou conhecida, por conta do refrão.

      A música foi apresentada, pela primeira vez, no Grande Rodeio Coringa em 1º de Maio de 1955 e nasceu fazendo sucesso. O estilo logo encantou o público, pela tal dimensão diferenciada da letra, da música e da interpretação do grupo Os Gaudérios que tinha como integrantes o Neneco, o Carlos Medina, o Marques Filho e o poeta e letrista Glauco Saraiva.

     A escolha dos Gaudérios para interpretar a música foi uma opção do Paixão.

– Era preciso colocar mais de duas vozes para dar uma identidade a letra – lembra.

     Reconhece que foi a partir daí que as músicas solo e em dupla começaram a receber mais um ingrediente. A multivocalidade foi consagrada mais tarde pelo Conjunto Farroupilha que carimbou o passaporte dos “Homens de Preto” pelo mundo, levado pelas asas da Varig. Que o digam os cabarés de Paris.

     Elis Regina também gravou.
(Entrevista do Jornalista Flavio Damiani
Com Paixão Cortes, em 2017)

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A evolução dos bailes gaúchos - Nacos da História

           O primeiro baile gaúcho, em 1947, durante a Ronda Gaúcha no Colégio Júlio de Castilhos aconteceu nas dependências do Teresópolis Tênis Clube e foi animado por uma orquestra, por que não existia conjunto regional gaúcho.
          Paulo Roberto de Fraga Cirne, o Chapéu Preto, em sua última obra, Tradicionalismo Gaúcho Organizado, conta que várias promoções foram feitas em relação aos bailes gaúchos desde a fundação do "35" CTG, em 1948, todas inspiradas nas tradições. No princípio, estes bailes eram chamados, na época, de FANDANGOS. 
         Uma época em que aconteciam bailes quase que todos os dias, nos diversos pontos do Estado, pois tornaram-se a promoção maior, para qualquer acontecimento significativo. Até mesmo forçado por empresários de shows e bailes, que organizavam conjuntos ou caravanas artísticas, com fins comerciais.
José Portela Delavi, autor de "Para, Pedro"
         O próprio Dimas fez parte destas caravanas artísticas, que contava com nomes do regionalismo como: José Mendes(falecido em 1974, em acidente automobilístico), José Portela Delavi (falecido em 2011) e outros que surgiram através do rádio. Esta caravana foi organizada pelo empresário João Braz e por trinta dias percorreu o Estado, havendo vezes de bailes até na segunda-feira nos CTGs.
            Esta fase dos fandangos propiciou o surgimento dos conjuntos musicais que tornaram-se famosos, assinando contratos até com um ano de antecedência. Estes conjuntos acabavam gravando discos e enriquecendo a discografia gaúcha. Com a proliferação, chegou a causar um excesso destes conjuntos, o que acabou dando origem aos Bailões criando um mercado para estes conjuntos da música regionalista que não conseguiam muito espaço nas promoções tradicionalistas.

sábado, 9 de março de 2013

Se fosse vivo, JSLN, completaria 148 anos


            João Simões Lopes Neto nasceu em Pelotas em 09 de março de 1865 e seus contos e lendas vieram a fazer sucesso depois de sua morte,  em especial após o lançamento da edição crítica de Contos Gauchescos e Lendas do Sul, em 1949, organizada para a Editora Globo, por Augusto Meyer e com o decisivo apoio do editor Henrique Bertaso e de Érico Veríssimo.
            Depois de vários experimentos empresariais (cigarros marca Diabo, fabrica de vidros, moagem de café, destilaria, etc...) encontrou-se profissionalmente como escritor. Recolheu lendas, contos, criou personagens lendários como Blau Nunes, o veterano vaqueano (baqueano – aquele que aponta o caminho, guia) com estampa gaucha, que é o guia dos caminhos pela pampa e pelos contos de Simões Lopes.