sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Gaspar Silveira Martins

Advogado e político, Gaspar Silveira Martins iniciou sua vida pública como juiz municipal no Rio de Janeiro de 1858 até 1859. Depois, foi deputado, senador, ministro da Fazenda, presidente do Rio Grande do Sul e também conselheiro de estado.

No início da carreira era antimonarquista e liberal, fazendo duras críticas aos governos conservadores da década de 1870. No entanto, com o desenrolar político da época e a subseqüente divisão da política nacional em monarquistas e republicanos, Silveira Martins acaba por se alinhar com os monarquistas. Em 1862 foi eleito deputado provincial pelo Rio Grande do Sul e em 1865 fundou em Porto Alegre o jornal A Reforma. Este jornal, depois transferido para o Rio de Janeiro, foi o órgão oficial dos federalistas gaúchos.

Em 1872 era deputado-geral. Em 1873 demitiu-se, poucos meses após assumir o Ministério da Fazenda, por não aceitar um projeto do governo de tornar inelegíveis os cidadãos não-católicos. Em 1880 elegeu-se senador e em sua terra natal enfrentava a dura concorrência política com Júlio de Castilhos, seu histórico adversário.

Na medida em que o choque entre monarquistas e republicanos era cada vez mais inevitável, Gaspar Silveira Martins optou pelo parlamentarismo, transformando-se em um de seus maiores defensores. Pouco tempo antes da proclamação da república, foi conselheiro de estado e logo depois presidente da província do Rio Grande do Sul.

Em 1889 foi o pivô da crise que culminou com a proclamação da república: o Marechal Deodoro, amigo do Imperador, concorda em participar da quartelada apenas para depor o gabinete do Visconde de Ouro Preto e volta para casa; no entanto, Benjamin Constant informa como certo, o que não era verdade, que Silveira Martins, desafeto de Deodoro, seria o escolhido para suceder Ouro Preto. Tal fato terminou por precipitar a Proclamação da República, pois Deodoro da Fonseca não aceitava ver um inimigo, que o chamava pejorativamente de sargentão, como primeiro ministro. Com isso, o Marechal aquiesce em assinar o decreto que institui o governo provisório republicano.

Com a deposição de D. Pedro II Silveira Martins parte para um exílio na Europa. Em 1892, com a anistia concedia por Deodoro, volta a sua terra natal para logo se indispor com a conduta dos governantes republicanos, por ele chamados de ditadores comtistas. Por ser declaradamente monarquista, participou de reuniões com outros brasileiros que tinham por objetivo restaurar a monarquia parlamentarista no Brasil. Numa delas, insistiu em vão para que dom Pedro II retornasse ao país, após o marechal Deodoro ter fechado o Congresso Nacional.

Em seguida, propôs a princesa Isabel que permitisse aos militares ligados a Revolta da Armada levarem seu filho mais velho, dom Pedro, príncipe do Grão-Pará, para ser aclamado dom Pedro III. Ouviu da princesa que "antes de tudo era católica, e, como tal, não poderia deixar aos brasileiros a educação do filho, cuja alma tinha de salvar" (CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Pg. 236). Indignado, Silveira Martins respondeu:
 "Então, senhora, seu destino é o convento."

Num congresso em Bagé, propõe uma reforma constitucional e a adoção do parlamentarismo. Não era sua intenção pegar em armas e lutou para que não houvesse conflito. Foi, contudo, voto vencido. Era o início da Revolução Federalista, que durou de 1893 até 1895.

Com a vitória de Júlio de Castilhos e a conseqüente pacificação, organizou um novo congresso federalista em Porto Alegre. A partir de então passou a dar mais atenção para sua vida na estância Rincón Pereyra, que possuía no Uruguai, tendo falecido repentinamente, num quarto de hotel em Montevidéu.

Fonte: Wikipédia,
a enciclopédia livre.

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