quarta-feira, 10 de agosto de 2011

117 anos da morte de Gumercindo Saraiva

Gumercindo Saraiva nasceu em Arroio Grande, 13 de janeiro de 1852 — e faleceu em Carovi, 10 de agosto de 1894. Foi um dos maiores comandantes das tropas maragatas durante a Revolução Federalista. Criado, desde o nascimento em 1852, numa fazenda uruguaia, no departamento de Cerro Largo, filho de uma família oligarca do Partido Blanco, vivendo na fronteira uruguaio-brasileira, Gumercindo Saraiva soube, como nenhum outro caudilho daqueles tempos, levar os gaúchos à batalha na Revolução Federalista.



As Lendas

Entre lendas e fatos sobre o General Gumercindo Saraiva, encontram-se duas histórias famosas e verdadeiras quando de sua estada em Curitiba, onde prometera aos lideres locais que a população e seus costumes seriam respeitados em troca de apoio aos revolucionários.
 Numa ocasião em que os seus soldados foram acusados de roubar uma coleção de moedas do Museu Paranaense, a título de ressarcimento, Gumercindo Saraiva doou sua espada ao acervo do Museu, onde se encontra até hoje.

 Em outra ocasião, um soldado de nome Diniz, matou uma mulher com uma navalha, Gumercindo muito revoltado, resolve aplicar uma punição exemplar mandando decapitá-lo.

 Gumercindo marcha


Nos quase quinze meses em que foi perseguido, várias vezes as autoridades asseguraram, por telegramas, que ele havia sido morto num lugar qualquer. Mas o Gumercindo parecia renascer numa outra coxilha sempre em luta. Sua maior façanha militar foi a intempestiva ofensiva em direção ao Norte, à Capital Federal, ao Rio de Janeiro, que liderou contra o governo do Presidente Floriano Peixoto. Desejava, depois de contatar com os insurgentes da Marinha em Santa Catarina, chegar ao Rio de Janeiro e pessoalmente apear a quem via como símbolo da tirania militar-positivista que desgraçava a vida do país. Desiludiu-se porém com a falta de apoio popular, o que o levou a concluir que "o povo brasileiro é indiferente, só luta quando o maltratam fisicamente".

 A morte de um Caudilho


Como um vespeiro furioso, na tentativa de capturá-lo, os Republicanos o perseguiam incansavelmente. Alcançaram-no e prostraram-no finalmente, meio no acaso, com dois tiros de espingarda que lhe dilaceraram os pulmões, no Arroio de Nhã Capetum, bem no interior do Estado do Rio Grande do Sul.

O seu irmão mais novo, Aparício Saraiva, carregou-o quase morto. Foi lá que uma coluna dos perseguidores, pertencente à Divisão Norte, o encontrou, sepultado. Depois de terem feito de tudo com o cadáver, cortaram-lhe a cabeça. Um oficial, o major Ramiro Oliveira da Brigada Militar, a força pública gaúcha, recebeu ordens, provavelmente do coronel republicano Firmino de Paula, de levá-la numa caixa de chapéus como um troféu para o governador do estado em Porto Alegre. Júlio de Castilhos, horrorizado com aquele gesto bárbaro, proibiu o oficial de aproximar-se do Palácio do Governo.

O major Ramiro, disse que, de volta à Santa Maria, lançou a cabeça do guerrilheiro num rio. O restante do corpo de Gumercindo somente foi devolvido à família Saraiva muitos anos depois da desgraçada matança de 1893-95, quando os ânimos estavam pacificados e os velhos ódios haviam desaparecido.

Um comentário:

Anônimo disse...

A segunda lenda é lenda mesmo, ou meia verdade. O Anspeçada Diniz havia matado a Maria Bueno (muito famosa ainda hoje, recebendo romarias no cemitério Municipal de Curitiba), nada tem com Revolução Federalista, já que o caso amoroso aconteceu antes da chegada dos maragatos nesta Capital.
SDS - Carlos Zatti