quinta-feira, 28 de junho de 2018

Analise ideológica da Caverna do Tradicionalismo - Parte 6

“A caverna do Tradicionalismo” - Por Manoelito Carlos Savaris

          Finalmente chegamos à terceira parte do editorial do Presidente do MTG, deste mês de junho.

 
Referencias: Oscar Gress e Manoelito Savaris
      Depois de traçar um cenário de fantasia, de dizer que o Movimento deve buscar novos horizontes olhando para trás, para os “jovens de 47”, de afirmar que os culpados são os falsos pensadores e intelectuais que tem espúrios interesses no tradicionalismo, o autor do editorial se aventura numa comparação do Movimento Tradicionalista com a Alegoria da Caverna de Platão. Diz ele: “às vezes me parece que alguns setores do tradicionalismo reproduzem a Caverna de Platão”.


          Ao dizer “alguns setores”, sem identificá-los, está generalizando e deixando para o leitor escolher: artístico, campeiro, cultural, esportivo, das coordenadorias, do Conselho Diretor, da Junta Fiscal, dos narradores, dos instrutores, dos avaliadores, etc., etc.

         Não me parece que os objetivos de Platão, no diálogo em torno da República, possam ser aplicados a uma entidade que escolheu o seu campo de autuação e definiu ao longo de inúmeros encontros e debates um regramento exaustivo e complexo.

         No caso de Platão, o principal objetivo foi o de mostrar que os seres humanos somente conseguem evoluir e encontrar a verdade se romperem com a informação, com a cultura e com o que lhes foi ensinado ou mostrado. No caso do MTG, vamos romper com qual conceito? Vamos reformular a Carta de Princípios? Vamos desconstruir as teses do Barbosa Lessa e Jarbas Lima? Vamos cancelar o Conselho Diretor? Vamos abolir as Regiões Tradicionalistas? Vamos Proibir os rodeios e demais eventos competitivos? Vamos encerrar a Ciranda e o Entrevero? Vamos abandonar o Enart e a Fecars?

         Ora, me parece claro que o uso do 'Mito da Caverna' para tentar explicar problemas existentes, conhecidos, antigos e atuais, inerentes às instituições humanas, tais como, equívocos organizacionais, descumprimento de regras combinadas, exploração econômica indevida, eventuais desvios que ocorrem na avaliação de eventos competitivos, alguns comportamentos inadequados por parte de instrutores, musicistas, coordenadores, conselheiros e assim por diante, é uma tentativa de fazer o discurso fácil e fugir do que compete, por obrigação, ao dirigente.

         Há erros? Corrija-os. Há desvios? Elimine-os. Perdemos algumas referencias? Refaça-as obrando e não discursando. Ou seja, o uso da Alegoria da Caverna para explicar o Movimento, me parece, está longe de contribuir para a melhoria e harmonia da instituição.

       Ah, lembrando que, no caso da Caverna de Platão, aquele que se aventurou a romper o status quo (locução latina que significa estado das coisas ou atual), foi morto pelos demais habitantes daquele lugar de fantasia. Não me parece ser o caso do MTG.

Nenhum comentário: