terça-feira, 26 de junho de 2018

Analise ideológica da Caverna do Tradicionalismo - Parte 5

“A caverna do Tradicionalismo” - por Manoelito Carlos Savaris

Seguimos no debate sobre o editorial do Presidente do MTG, deste mês de junho

           Depois de levar os leitores para dentro do Movimento Tradicionalista, o Presidente diz que “acredito que em algum momento desta caminhada aconteceu um afastamento porque perdemos a capacidade de enxergar além desta linha imaginária que nos foi colocada em frente aos olhos. Fomos induzidos a pensar que não devíamos ultrapassá-la. Que além dela poucos poderiam transitar, os ditos e falsos pensadores e intelectuais.”
         Pois aqui está um dos mais agressivos ataques àqueles que, desde o Congresso Tradicionalista de 1954, escreveram teses, realizaram debates em profundidade, publicaram livros ou simplesmente mostraram os princípios, os valores e os fundamentos do tradicionalismo gaúcho. Não me refiro à tradição e suas manifestações. Nem me refiro à cultura gaúcha. Refiro-me ao Movimento Tradicionalista , instituição com objetivos definidos, com princípios e valores cristalizados, com regulamentos exaustivamente debatidos e aprovados pelos milhares de tradicionalistas que participaram de mais de 60 congressos e mais de 80 convenções. 
          O texto, ao se referir aos “ditos e falsos pensadores e intelectuais” só pode estar se referindo a Barbosa Lessa, Glaucus Saraiva, Antonio Augusto Fagundes, Jarbas Lima, Darcy Xavier da Paixão, Salvador Lamberti, Ivo Benfatto, Lilian Argentina, Onésimo Carneiro Duarte, Hugo Ramirez, entre tantos outros tradicionalistas que se propuseram a estudar e apresentar documentos e livros para orientar o tradicionalismo gaúcho.
          É evidente que quem se arvora à condição de julgador classificando um ou outro de “falso intelectual”, deve ser muito intelectualizado. Pois, o autor do texto conclui esta segunda parte do editorial acusando os “falsos pensadores e intelectuais” afirmando: “Nos fizeram pensar que para além desta tela era um campo para poucos. Porque poderia ser perigoso se cada uma aprendesse a se posicionar e pensar”. Confesso que não entendi, pois, se os pensadores são falsos, não deveriam ter a capacidade de manipular os outros. Ou, então, o editorial classifica os tradicionalistas como incapazes de pensar, o que seria, no mínimo, injusto. 
           A causa tradicionalista não pertence a este ou a aquele. É de todos os que voluntariamente se dedicam ao Movimento e, pelo que percebo, são pessoas inteligentes, sérias, voluntariosas e que não se deixam manipular.

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