terça-feira, 1 de maio de 2018

Instrutores de danças realizam fórum no CTG Raízes do Sul

Abertura foi feita com palestra de Pedro Pedrozo sobre os primórdios dos festivais de danças, coreografias, instituição do manual de Paixão Cortes e Barbosa Lessa até o professor moderno.

            O gaúcho como produto originário do bioma pampa, onde este, ser deixa de ser exclusivamente brasileiro para ser sul-americano, foi o inicio da fala do patrão do CTG Ronda Charrua e vice-prefeito de Farroupilha, Pedro Pedrozo, quefoi um dos precursores no momento de transição para as coreografias de entradas dos grupos, produziu e melhorou a didática e a forma de entendimento para ensinar a modalidade que mais atrai jovens para o movimento. "Vivi em tempos que mal se tinha um gaiteiro pra tocar, ou se usava fitas cassetes (que enrolavam e rebentavam), até mesmo cantando, sem acompanhamento, para que o grupo pudesse ensaiar” - disse Pedrozo.

             Segundo Pedrozo, a partir dos anos 2000, quando o CTG Ronda Charrua preservou barbas em seus peões, vestiu traje primitivo, como as botas garroneiras, trazidas do Alegrete, que houve mais um momento de mudança nas coreografias. "Depois da estilização das danças para fazer coreografias de entradas começamos a viajar na historia. As vezes com certos exageros. Mas para descobertas procuramos acertar, mas é claro que neste meio podemos errar" - conta.
            “Pra chamar o pessoal para ensaiar tinha de passar de casa em casa, no trabalho, ou muito raro, uma ligação, não é como hoje, que tem o WhatsApp.”- comemorou Pedrozo a tecnologia.
 O desafio do Professor moderno

            Pedrozo lembrou sua trajetória no Ronda Charrua até trazer Rodrigo Gil, que fez um ótimo trabalho lá de 14 anos, encantando e soube, ao chegar ao ápice, quando teve o grupo adulto em seu auge e se despediu. O grande desafio do professor de danças hoje é encantar. “Não adianta somente técnica, não adianta passar somente danças, mas passar vida, passar ensinamento que vão para vida toda. Não temos que deixar um mundo melhor para meus filhos e netos. Mas deixar filhos e netos melhores para o mundo” – desabafa.

Cuidar os CTGs

             Usando de analogia, Pedro Pedrozo lembrou que os instrutores são formadores de opinião, e que devem trabalhar em beneficio dos galpões dos CTGs. "Chegar nos galpões e fortalecê-los. Chamar a gurizada para cuidar daquele lugar que chamamos de segunda casa" - disse ele. "Não adianta chegar, dar a ula e sair. Ser professor é muito mais do que isso. Ser professor dentro de um CTG é ajudar a gurizada a ser cidadãos. é preservar os CTGs" - concluiu.
O instrutor moderno

             Os jovens professores de hoje não podem cometer os mesmos erros de gerações passadas. Pedrozo mostrou seu exemplo que por 20 anos não recolheu previdência por que ficava maravilhado em trabalhar a noite e final de semana nos rodeios que tanto gostava, mas que cobrou seu preço mais tarde. Carros com quilometragem avançada, corpos que não são mais os mesmos com o passar dos anos, articulações que sofreram com impactos e por fim, sem se precaver quanto a uma aposentadoria. A nova geração precisa pensar em sustentabilidade e produtividade. “Tem que ser produtivo de profissional” - afirma. “Competência é o que te afirma em uma profissão. Tem que ter didática, ser dedicado, procurar cursos, melhorar todos os dias, por que a hora que tu acha que sabe tudo é quando tu não sabe nada”.

Nem tudo é concurso

            Não adianta saber como o jurado pensa. Para Pedrozo os festivais são importantes mas tem que se  abandonar a ideia que tudo é concurso. “O Grupo tem que danças na semana farroupilha, dançar na empresa para que ela queira patrocinar. Dançar na igreja, na praça, mostrar a arte para que seja reconhecida. O grupo tem que estar disponível para mostrar, para que as pessoas saibam que o CTG existe” - concluiu.

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