terça-feira, 24 de março de 2015

A 27ª FECARS - Por Jeandro Garcia

          Passada mais uma FECARS é hora de reunirmos as lembranças, e nos sentirmos abençoados em participar de um grande evento com este. Em 2014, afirmei que - no meu ponto de vista – “é o evento mais  gaúcho que acontece no estado”, houve até critica,  dizendo que outro evento era mais “gaúcho” ainda, pois os participantes eram levados por fazendeiros... deve ter sido uma piada, claro. Afinal neste tal os prêmios eram  altos e a FECARS o que conta é representar sua entidade, sua região tradicionalista e cultuar as tradições, premiação em dinheiro não há.

          Outras peculiaridades fazem este evento ser tão tradicional, um deles é o público que frequenta o parque, em sua ampla maioria tradicionalistas, e 95% pilchados, é difícil encontrar alguém sem ao menos uma bombacha. Claro, afinal não possui shows, bailes, e mesmo assim arquibancadas lotadas e acampamentos gigantescos.

          Santa Cruz do Sul está de parabéns, ótima estrutura para receber a todos, e para a realização das provas. Muitos fazem votos para que retorne a cidade. Como todo evento de grande porte sempre acontecem ajustes durante a realização do evento, e nos momentos que presenciamos estavam preparados para as eventualidades.

          Dentre as provas tivemos belas disputas, e um show das torcidas nas arquibancadas, mas assim como observamos na Cavalgada da Costa Doce 2015, a participação de jovens e crianças tem aumentado, e a participação dos adultos no suporte e torcida por eles tem sido espetacular.

          Na prova de laço quando uma criança disputava e acertava a armada, grande parte da arquibancada vibrava junto a eles, sem se importar qual região ele representa, se errava, aplausos. Na vaca parada, arquibancadas e arredores sempre lotados para ver dezenas de prendinhas e peões. E uma cena digna de um evento de culto a cultura gaúcha, o peãozinho da 9ª RT abriu mão do 1º lugar, para o amigo da 25ª que havia feito em Piratuba/SC no Nacional. Nas rédeas as prendinhas e peõezinhos provaram o quanto são valentes, com tempos de prova muito próximos aos adultos.

          De fato, as crianças não são somente o futuro da tradição, são realmente o presente! Laçam sobre o cavalo e vaca parada, fazem rédeas, sabem os jogos campeiros e participam dos seminários, estão por todos os lados, é difícil transitar pelas ruas de não vê-los lançando as vaquinas. Um companheiro passou por mim no parque e disse “Jeândro corre lá no seminário de cultura campeira, pois lá ‘a tradição está acabando’!!!”. Chegando lá um enorme salão, completamente lotado, mais de 500 inscritos! fora quem não se inscreveu mas fez questão de assistir. A grande maioria eram jovens!

          Se o tradicionalismo “está acabando” deste jeito, quero que desta forma se acabe o meu dinheiro, e meu amor pela cultura. Como se diz por aí: “o resto é bobagem pra vender livros”.

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