terça-feira, 23 de junho de 2020

Apparicio Silva Rillo - 25 anos depois de sua partida

          Apparício Silva Rillo nasceu em Porto Alegre, no dia 8 de agosto, de 1931, e veio a falecer na cidade de São Borja, no dia 23 de junho, de 1995. Apesar de nascido em Porto Alegre, o poeta fixou residência na região missioneira. Publicou artigos e ensaios na imprensa, livros de contos e de poesias, bem como peças de teatro. Rillo é autor de "Literatura de Latrina", sobre frases escritas nos sanitários das cidades gaúchas, "Já se vieram" - 1978 e a série "Rapa de Tacho". Ganhador do Prêmio Ilha de Laytano, em 1980 e do Prêmio Nacional de Crônicas, em 1978. Foi um grande poeta, folclorista e escritor, membro da Academia Rio-grandense de Letras e da Estância da Poesia Crioula. 

           Em 1962, fundou o Grupo "Os Angüeras", o mais antigo em atividade no Rio Grande do Sul. Em 1979, junto à sede do Grupo, organizou o Museu Ergológico da Estância, que na linha folclórica um dos únicos do Brasil. Foi um dos fundadores do Festival de Músicas para o Carnaval da cidade de São Borja, em 1967. A partir de 1995, com sua morte, o festival passou a receber o seu nome em sua homenagem, passando a se chamar Festival de Músicas Para o Carnaval Apparício Silva Rillo que acontece anualmente e conta com competições de marchas e sambas para o carnaval da região da Fronteira Oeste do estado.

          Apparício foi um homem a frente do seu tempo. Soube colocar nas suas narrativas, usando o ficcional como cortina, fatores de ordem histórico-sociais e econômicos. Seus temas também eram alicerçados nesses fatores. Era dono de uma inteligência e sensibilidade privilegiadas. Homem de bom coração, Rillo era amigo dos amigos. Tinha a "mania" salutar de dar forças a todos os que o cercavam, incentivou o aparecimento de vários poetas e compositores, como: José Hilário Retamozo, José e Miguel Bicca, Mano Lima e um de seus mais fiéis discípulos Rodrigo Bauer. Em maio de 1991, escreveu "Poço de Balde", o seu último livro de poemas. Obra estranhamente premonitória, de remate, que exigiu do artista maduro um de seus maiores esforços. Afinal, no limiar dos sessenta anos, detentor de um lugar definido e um nome consagrado, multiplicou-se a responsabilidade em razão da expectativa em torno dessa nova obra - um momento de perplexidade em que o autor sentiu, e anunciou, empreender o seu "rito de passagem". 

          Na manhã do dia 23 de junho, de 1995 (na véspera de São João), Apparício Silva Rillo, aos 63 anos deixou um pouco mais órfãos São Borja e o Rio Grande do Sul. "Seu Rillo", como era carinhosamente chamado foi e continua sendo reconhecido e aplaudido por todos, deixou-nos um imensurável trabalho que ficará gravado nas páginas da história rio-grandense.

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