quinta-feira, 30 de maio de 2019

Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte XLIII

Texto/Resumo: Jeandro Garcia
(Por Jeandro Garcia) Maio de 1821 

Atitudes de Saint Hilaire - Rio Pardo - Governos depostos

     Chegando na próxima estância seu hospedeiro avisa que só possui carne seca e feijão, mas se desejasse carne fresca poderia matar um boi. Saint Hilaire recusa pois já está quase em Rio Pardo e seria desperdício. "Essa é a primeira vez", replicou o homem, "que vejo um oficial mostrar tal delicadeza".

     Como Saint Hilaire possui o título de coronel, todos ficam admirados por não agir como os outros que tem o poder de levar os bois sem qualquer pagamento. Na verdade ele possui o direito de requisitar qualquer tipo de socorro. E isso causa a insatisfação dos soldados que o acompanham que por eles matariam uma vaca por dia. A dificuldade em contenta-los tem tornado a viagem muito penosa.

     Ao tomar a dianteira em um bosque, chegou a uma propriedade, e foi muito repreendido pelo proprietário, avisando que deveria chamar e aguardar na porteira, sem se aproximar da casa. Protestou que não tinha a intenção de ofende-lo e aos poucos se acalmou, mas ainda frio.

       Chegou a cidade de Rio Pardo, disseram que três chefes que governaram o estado haviam sido depostos, algo natural nas províncias, mas que quando o povo conhece a sua força, pode usar delas. Como se sabe que os novos agradarão a todos?

      Quem sai tem amigos e estes irão querer vinga-los, causando a guerra civil e a desunião das províncias. No meio disso caminham para o fim dos limites da prudência e tudo marcha precipitadamente.

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