quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nascem os Centros de Tradições Gaúchas

A fase, ou ciclo, do tradicionalismo, é iniciada com a criação do 35 CTG, em abril de 1948. O pioneiro das tradições no RS recebeu a nomenclatura em homenagem ao ano de inicio da Revolução Farroupilha, 1835. Já os cargos dentro deste clube foram baseadas na simbologia da estância, para relembrar o campo, na idéia de Glaucus Saraiva da Fonseca. A predominância dos fundadores era de origem de gaúchos campeiros, por isso na organização da entidade os cargos foram nominados da seguinte forma: Na função de Presidente surge o Patrão, os vice-presidentes são os Capatazes, os diretores são os Posteiros (que cuidam dos postos ou das invernadas) e assim sucessivamente, até o sócio que era o peão e a prenda.

 A presença econômica dos Estados Unidos, na figura do Tio Sam, nos anos 40, pós-segunda guerra mundial, era muito forte, desde os padrões de comportamento, nas expressões artísticas, interferindo até mesmo na alimentação (o consumo da coca cola). Era o chamado “american way of life”.

Paixão Cortes (1981):

“Um CTG procura lembrar o mais fielmente possível a vida do gaúcho no passado, suas lides na fazenda, feitos e fatos do RS.[...] Assim o centro, ou o clube, é a Estância. Seu presidente, o Patrão, o Capataz corresponde ao vice-presidente, o Sota-Capataz que comumente é denominado de secretário. [...] O Agregado das falas é o orador. [...] Por fim vem o peão e a prenda, os sócios masculino e feminino e os piás, as crianças.”

Contrariando a perspectiva analítica de autores que dizem que o tradicionalismo, materializado dentro dos CTGs, é uma ideologia destinada a submeter as camadas populares, rurais e urbanas, aos seus princípios, Manoelito Carlos Savaris, vice-presidente da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha, enfatiza que: “estes (CTGs) promovem uma relação social saudável, de harmônica, buscando o bem coletivo, de cooperação, de respeito às leis e a ordem estabelecida”.

 Dentro de uma perspectiva filosófica, de um dos criadores do tradicionalismo, Glaucus Saraiva da Fonseca:

“O tradicionalismo é um sistema organizado, planificado de culto, prática e divulgação desse todo que chamamos de tradição. Obedece a uma hierarquia própria, possui alto programa contido em sua “carta de Princípios”, que deve, na medida do possível, realizar e cumprir. Tradição, comparativamente, é o campo das culturas gauchescas (sic). Tradicionalismo, a técnica de criação, semeadura, desenvolvimento e proteção de suas riquezas naturais, através de núcleos que se intitulam CTGs.”


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