O período compreendido entre a chegada dos jesuítas (1626) e a chegada dos portugueses (1737), no território do Rio Grande do Sul, caracterizou-se pela ausência de governo, de regramento e de organização mínima daquela “sociedade” que começava a aparecer, com predomínio da exploração do gado e o comércio do couro. Surge aí o tipo humano denominado “gaudério”, depois batizado de gaúcho. Foi nesse período que os portugueses instalaram a Colônia do Sacramento (1680), às margens do Rio da Prata e intensificou-se a movimentação de tropas entre Laguna e o Sacramento, especialmente pelo litoral.
A indefinição sobre a “propriedade” do território compreendido entre o rio Pelotas e o rio Da Prata, a leste do rio Uruguai (Rio Grande do Sul e Uruguai), desde o Tratado de Tordesilhas (antes do descobrimento do Brasil) até o Tratado de Madrid (1750), possibilitou que tanto Portugal quanto a Espanha tratassem a região como “potencialmente” sua. Porem não havia ações efetivas de ocupação. A ocupação pelos jesuítas não resultou em instalação de espanhóis no território. Os espanhóis passaram a ocupar a parte mais ao sul do território (junto ao rio Da Prata0 enquanto os portugueses avançaram a partir de Laguna. A instalação da Colônia do Sacramento nas margens do rio Da Prata, em área ocupada pelos espanhóis, representou uma ousadia portuguesa, com conseqüências bélicas previsíveis.
A Colônia foi tomada pelos espanhóis e retomada pelos portugueses várias vezes. No território gaúcho proliferava o gado alçado e com ele surge o “guasca”. Remotamente, na época conhecida como a “idade do couro”, o habitante do pampa era chamado de “guasca”. Pouco mais tarde, no século XVIII surge o termo “gaudério”, tanto no território brasileiro quanto no castelhano.
O gaudério, tido como homem sem lei nem rei, que “morava na sua camisa, debaixo do seu chapéu”, mantinha-se num equilíbrio instável entre o índio e o branco. A sua atividade marginal estendeu-se por mais de um século de história do pampa, formando com os “coureadores” e “changadores” uma espécie de associação de rapinagem mais ou menos organizada que chegou a constituir grave problema para os guardas volantes da campanha.
O Gaudério não constitui família e vivia em total liberdade de movimentos. Ele dependia exclusivamente de si mesmo. Não contava com qualquer tipo de organização social ou interferência de governos. A adaga era a sua lei. A coragem, o seu seguro. A destreza com a adaga e com o cavalo, o seu modo de sobreviver. O termo “gaúcho” surgiu mais tarde, depois da fundação de rio Grande (1737), já no período da distribuição das sesmarias. No dizer de Emílio Coni citando um parecer que propunha a criação de uma partida volante para que “persiguiese y arrestase a los muchos malévolos, ladrones, desertores y peones de todas castas, que llaman Gauchos o Gauderios ...”.
Texto: Manoelito Savaris
A indefinição sobre a “propriedade” do território compreendido entre o rio Pelotas e o rio Da Prata, a leste do rio Uruguai (Rio Grande do Sul e Uruguai), desde o Tratado de Tordesilhas (antes do descobrimento do Brasil) até o Tratado de Madrid (1750), possibilitou que tanto Portugal quanto a Espanha tratassem a região como “potencialmente” sua. Porem não havia ações efetivas de ocupação. A ocupação pelos jesuítas não resultou em instalação de espanhóis no território. Os espanhóis passaram a ocupar a parte mais ao sul do território (junto ao rio Da Prata0 enquanto os portugueses avançaram a partir de Laguna. A instalação da Colônia do Sacramento nas margens do rio Da Prata, em área ocupada pelos espanhóis, representou uma ousadia portuguesa, com conseqüências bélicas previsíveis.
A Colônia foi tomada pelos espanhóis e retomada pelos portugueses várias vezes. No território gaúcho proliferava o gado alçado e com ele surge o “guasca”. Remotamente, na época conhecida como a “idade do couro”, o habitante do pampa era chamado de “guasca”. Pouco mais tarde, no século XVIII surge o termo “gaudério”, tanto no território brasileiro quanto no castelhano.
O gaudério, tido como homem sem lei nem rei, que “morava na sua camisa, debaixo do seu chapéu”, mantinha-se num equilíbrio instável entre o índio e o branco. A sua atividade marginal estendeu-se por mais de um século de história do pampa, formando com os “coureadores” e “changadores” uma espécie de associação de rapinagem mais ou menos organizada que chegou a constituir grave problema para os guardas volantes da campanha.
O Gaudério não constitui família e vivia em total liberdade de movimentos. Ele dependia exclusivamente de si mesmo. Não contava com qualquer tipo de organização social ou interferência de governos. A adaga era a sua lei. A coragem, o seu seguro. A destreza com a adaga e com o cavalo, o seu modo de sobreviver. O termo “gaúcho” surgiu mais tarde, depois da fundação de rio Grande (1737), já no período da distribuição das sesmarias. No dizer de Emílio Coni citando um parecer que propunha a criação de uma partida volante para que “persiguiese y arrestase a los muchos malévolos, ladrones, desertores y peones de todas castas, que llaman Gauchos o Gauderios ...”.
Texto: Manoelito Savaris
Nenhum comentário:
Postar um comentário