quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Nota de Falecimento - Paulinho Pires

Fonte: Blog do Leo Ribeiro de Souza
     Poeta, instrumentista e compositor, aclamado intérprete de serrote musical Paulo Dornelles Pires, o Paulinho Pires, 84 anos, faleceu nesta terça-feira, 30 de outubro. 

     Nascido a 18 de março de 1934, na Ilha do Cônsul no Delta do Jacuí, Paulinho Pires, aos três anos, foi morar na Ilha das Flores, onde passou boa parte de sua infância. Aos 5 anos já se iniciava na gaita de boca e aos 10, mudou-se para a outra margem do rio, Picada Sul, entre a Ilha da Pintada e o município de Guaíba.

     Crescendo em contato com a natureza, participava das festas tradicionais onde a música e a poesia faziam parte do convívio popular: eram as procissões religiosas, as quermesses, as reuniões filantrópicas em praças públicas e as folias de carnaval.

     Aos 20 anos, transferiu-se para Porto Alegre, vindo a participar de um grupo ligado a arte nativa, chamado Estância da Amizade. Nesta época começou a tocar serrote. Passou a frequentar o CTG 35, sendo convidado a participar do grupo como peão artístico e acordeonista, viajando pelo Estado e fronteiras do Rio Grande (Argentina e Uruguai).

      Como instrumentista e intérprete, integrou o conjunto vocal Os Carreteiros e o conjunto folclórico da Varig, Pagos da Saudade, onde conheceu o Brasil e boa parte deste mundo velho. Também participou do Conjunto de Folclore Internacional, conhecido, hoje, como Os Gaúchos.

      Do final da década de 60 até início dos anos 90, participou como compositor e intérprete de importantes festivais musicais sendo o autor do tema que deu o primeiro grito ecológico nestes eventos, a canção Súplica do RioParticipou da abertura e encerramento de importantes eventos do RS, executando em solo de Serrote o Hino Nacional e Rio-grandense.

     Em 1963 lançou o Compacto Simples ‘Paulinho Pires’ – Solo de Serrote e Canto, pela Fermata. Em 1984 participou da Coletânea de Músicos de Porto Alegre, o LP ‘POA 84’ , com ‘Exaltação a Porto Alegre’. Em 1993, gravou no estúdio K30, a fita cassete ‘Campo e Cidade’ pelo selo TimbreSul.

     Em 2002 lançou o CD ‘Natureza, Campo e Cidade’ pelo selo Raízes. Atuou como músico violoncelista junto à orquestra exclusivamente montada para o filme Concerto Campestre, de Henrique de Freitas Lima. Em 2013 foi homenageado como patrono do Acampamento de Porto Alegre.

Prêmios e Distinções
1962 - Prêmio Glaucus Saraiva – Câmara de Vereadores de Porto Alegre
2001 - Prêmio Açorianos de Música - Melhor Compositor Regional
2002 - Medalha Simões Lopes Neto – Governo do Estado do RS

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