segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um pouco de história do Parque Harmonia

Curt Zimmermann foi o homenageado do Acampamento em 2007

No início de 1981 o engenheiro agrônomo Curt Alfredo Guilherme Zimmermann estava perto de concretizar algo que havia idealizado dez anos antes: a construção de um local para atividades relacionadas à tradição gaúcha, inclusive a lida campeira. Zimmermann passou sua infância e parte da adolescência nas proximidades da rua Barão do Amazonas, no bairro Glória, na época uma área com características rurais.

Ele tinha vizinhos que trabalhavam como carroceiros e que, nas horas vagas, realizavam diversas atividades em sua rua, como cancha reta, carneação e churrascadas em dias de festa. É da afinidade com esse tipo de tradição que surgiu a ideia de criar um local específico para isso, o parque da Harmonia. Apesar de ligado às tradições gaúchas desde a infância, Curt foi saber mais a fundo sobre a cultura e a história do Rio Grande do Sul quando conheceu o tradicionalista Glaucus Saraiva, em 1971.
Neste ano ele foi convidado a coordenar a execução de um gramado, no terreno que envolvia a construção do Galpão Crioulo do Palácio Piratini, projetado e executado por Glaucus. Conheci nesta ocasião este apaixonado e estudioso gaúcho, que explanava a importância da cultura à nossa tradição, frisando ser necessário que os habitantes desta terra tivessem mais informações sobre o assunto, pelo fato de nossos antepassados terem deixado fartos rastros de bravura, gravados neste solo, caracterizando a história de um povo guerreiro e defensor deste sul desta grandiosa nação.

Foi nesse encontro com Glaucus Saraiva e nas conversas que travou com ele, que surgiu a idéia de se criar um lugar que representasse tudo isso. Curt Zimmermann, engenheiro da divisão de parques e praças da Secretaria Municipal de Obras e Viação de Porto Alegre (Smov), concluiu a construção do Parque Marinha do Brasil em 1981. Neste mesmo ano, relatou ao então secretário, Renzo Francischini, sua preocupação com o descarte indiscriminado de caliças nas calçadas. Lembra que este mesmo material já havia sido usado para a construção de parques como o próprio Marinha do Brasil e o Moinhos de Vento, o Parcão.

Foi quando o secretário Francischini pediu que Curt o acompanhasse para conhecer uma área que ficava em frente ao prédio da Smov, que ia da Avenida Ipiranga até a Usina do Gasômetro. Depois de analisar a topografia, viu que era possível fazer o aterro para abrigar o novo parque. Recebeu todo o apoio da prefeitura com máquinas para fazer o trabalho e materiais da CRT (antiga estatal de telefonia), CEEE e Brigada Militar. Além da caliça, recebeu doações de telhas, capim santa fé, saibro e brita fina. A execução desta obra em tempo recorde, foi algo realmente surpreendente, pois não havia verba prevista no orçamento do município para a execução do parque da Harmonia (Maurício Sirotsky Sobrinho).


Fonte: Fabiano Cardoso - Assessoria de imprensa no Acampamento Farroupilha
Fotos: Rogério Bastos

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