quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Paixão Cortes é o Patrono da Feira do Livro

O tradicionalista Paixão Côrtes foi anunciado como patrono da 56ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Ele foi eleito por um colegiado composto por ex-patronos e ex-presidentes da Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), membros do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho Estadual de Educação, além de titulares de entidades vinculadas ao livro, autoridades, reitores de universidades e representantes dos patrocinadores e apoiadores.
João Carlos D’Avilla Paixão Cortes nasceu em Santana do Livramento, no dia 12 de julho de 1927. Paixão Côrtes tem suas heranças culturais ligadas à agricultura e pecuária. De sua infância no campo veio o interesse pelas coisas rurais, o qual o levou a formar-se em Agronomia, com especialização em Ovinotecnia.
O distanciamento da vida do campo, fez Paixão notar a necessidade de fixar certos valores que havia aprendido de ancestralidade. Em 1947, com Ciro Dutra Ferreira, Cilço Campos, os irmãos Machado Vieira e Orlando Jorge Degrazia, grupo de estudantes secundaristas do Colégio Júlio de Castilhos, e mais tarde Luis Carlos Barbosa Lessa e Glaucus Saraiva, em Porto Alegre, deu origem ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. Nesta mesma época, os rapazes saíram às ruas pilchados e à cavalo para escoltar os restos mortais do herói Farroupilha David Canabarro. Assim, surgiram as Rondas Crioulas, que mais tarde, originaram a Semana Farroupilha, em 11 de dezembro de 1964. Paixão também fundou o primeiro Centro de tradições Gaúchas, chamado de 35, em 24 de abril de 1948.
O primeiro contato de Paixão Cortes com o rádio foi em 1953, na rádio Farroupilha. Ele levou um grupo do Centro de Tradições Gaúchas 35 para uma apresentação ao vivo no programa de J. Antônio D’Ávila . Acabou sendo convidado pelo comunicador para apresentar, em estúdio, Festa no Galpão, programa que ficou no ar até 1957. Em primeiro de maio de 1955, ainda na rádio Farroupilha, Augusto Vampré diretor da emissora, convidou-o a apresentar um programa de auditório de caráter puramente regional. Paixão chamou o amigo Darci Fagundes, com quem formou uma dupla. Juntos lançaram o inesquecível e eterno programa Grande Rodeio Coringa, que foi ao ar até 1957 e reformulou toda a história da fonografia riograndense, na comunicação dos temas regionais, abrindo caminho para músicos, cantores e compositores populares.
No ano de 1968, Paixão estava na Europa, levando o folclore do Rio Grande do Sul. Na ocasião encontrou Flávio Alcaraz Gomes, então diretor da rádio Guaíba. Ele convidou o tradicionalista para apresentar um programa na emissora. Paixão passou, então, a apresentar dois programas na Guaíba; Querência, programa diário de lançamentos musicais, com dez minutos de duração e, Domingo com Paixão Côrtes, programa temático, com meia hora de duração. De acordo com Paixão, a rádio Guaíba, com seu perfil de programação e audiência qualificados, foi importantíssima para a transformação de "grossura em cultura".
O monumento ao Laçador que se tornou símbolo oficial de Porto Alegre em 1991, após consulta popular, foi moldado em bronze em 1954 pelo escultor pelotense Antônio Caringi (1905-1981) e teve como modelo Paixão Côrtes. A escultura tem 4m45cm de altura, pesa 3,8 toneladas e está sobre um pedestal de granito de 2m10cm desde o dia 20 de setembro de 1958, quando foi inaugurada.

Algumas de suas tantas obras, que segundo Juremir Machado, não tem nenhum grande livro publicado:
Folias do Divino; Danças e andanças da tradição gaucha; Gaucho : Danças, trajes e artesanato; Manual das danças gauchas; origem da semana farroupilha (o começo de tudo); O Laçador: A historia de um símbolo; e muitos outros.
Parabéns Paixão. Por tudo que representas para a cultura tradicional de nosso estado. Pelo Turismo voltado às coisas rurais, ao aquecimento da economia interna do RS provocada pelo tradicionalismo que tu criastes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo Bem? interessante este blogue está bem desenvolvido.........bom estilo:)
Amei Continua assim !!