segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Nota de falecimento - O ícone Paixão Cortes foi cavalgar nas alturas

           O Rio Grande enlutou-se. No olhar de cada criança, de cada adolescente, de cada tradicionalista, independente da idade, a dor de ter perdido uma referencia. Nos deixou, nesta tarde de segunda-feira, 27 de agosto, aos 91 anos, o criador do tradicionalismo gaúcho, compositor, folclorista, radialista e pesquisador da cultura gaúcha João Carlos D'ávila Paixão Côrtes. 

           Internado, desde 18 de julho, no Hospital Ernesto Dornelles, onde passou por uma cirurgia após sofrer uma queda e fraturar o fêmur,  veio a  falecer às 16h, em decorrência da saúde fragilizada. 

Uma Paixão que o Rio Grande levará em seu coração

            Paixão nasceu em 12 de julho de 1927, em Santana do Livramento. Seu pai,  Julio Paixão Côrtes, era engenheiro agrônomo. Sua mãe, Fátima D’Ávila, era filha de João Pedro Rodrigues D’Ávila, fazendeiro, comerciante e líder ruralista. Em Santana existe até hoje o Rincão dos Ávila, no Cerro Chato. Em 1948, organizou e fundou o CTG 35 com seus companheiros e, em 1953, fundou o pioneiro Conjunto Folclórico Tropeiros da Tradição.

            Em 1956, Inezita Barroso gravou as músicas tradicionais gaúchas Chimarrita-balão, Balaio, Maçanico e Quero-Mana, Tirana do Lenço, Rilo, Xote Sete Voltas, Xote Inglês, Xote Carreirinha, Havaneira Marcada, recolhidas por ele e por Barbosa Lessa. Serviu de modelo, em 1954, para a Estátua do Laçador, obra do escultor Antônio Caringi instalada na zona Norte da Capital e escolhida, em 1992, símbolo de Porto Alegre. Em 1955 passou a apresentar o Programa Grande Rodeio Coringa e, em 1958, apresentou-se no Olympia de Paris, no palco da Universidade de Sorbonne, no Hotel de Ville, no Teatro Alhambra, além de clubes noturnos e cabarés. No mesmo ano foi convidado por Maurício Sirotsky para apresentar o programa Festança na querência na Rádio Gaúcha, que ficou no ar até 1967

            Paixão teve sua história de vida intimamente ligada ao Sport Club Internacional  pois seu pai foi jogador do clube nos primeiros anos de sua fundação e, posteriormente, seus tios foram jogadores do Clube de futebol em destaque o primeiro goleador do Internacional Belarmino Carlos Leal D'Ávila. Em 2009 foi nomeado cônsul cultural do Internacional.

          

      Velório a partir das 9h, no Salão Negrinho do Pastoreio, do Palácio Piratini. Saída para o cemitério São Miguel e Almas, às 17h. Sepultamento às 18 horas. (Charge do Iotti)


Muito obrigado pelo legado que deixas Mestre. Nosso ídolo maior do tradicionalismo gaúcho. Jamais esquecerei as
palavas neste dia 18 de setembro de 2013, quando lhe entreguei este livro. Fostes um grande incentivador. Vai com Deus!

Um comentário:

Luiz Alberto da Silva disse...


Realmente PAIXÂO CORTES é a cara do nosso tradicionalismo !
Nasci em Formigueiro. Hoje moro em Santo André,no Grande ABC,São Paulo,mas
tenho a alma na querência.