domingo, 1 de novembro de 2020

Terremoto em Lisboa destrói grande parte da capital portuguesa no ano de 1755

Por Lourenço Lusitano
Publicado no facebook por Valter Fraga Nunes

O terremoto de Lisboa foi a primeira e até agora maior catástrofe natural europeia devidamente registrada
O terremoto de Lisboa (1755) foi a primeira e até agora maior catástrofe natural europeia
 devidamente registrada
 

     Às 9h35 do dia 1 de Novembro de 1755, no dia de Todos-os-Santos, o chão de Lisboa tremia e a catástrofe que se seguiu marcou para sempre a capital de Portugal.

     Um terremoto de força descomunal arrasou a cidade, uma catástrofe que matou milhares de pessoas e sacudindo muito mais do que apenas prédios e palacetes.

    Se estima que 85% dos prédios, incluindo marcos públicos, como o Palácio Real, palacetes, conventos, mosteiros e igrejas, cheias de fiéis por causa do feriado santo, foram abaixo.

     Cientistas que reconstituíram os eventos geológicos de 1º de Novembro, acredita-se que o terremoto tenha atingido uma magnitude entre 8,7 e 9 pontos na escala Richter. O tremor de terra foi seguido por uma tsunami que segundo alguns historiadores as ondas alcançaram 20 metros de altitude. Lisboa também sofreu com vários incêndios que seguiram ao tremor. 

      Outras cidades portuguesas sofreram graves danos. Mas nenhum lugar foi tão devastado quanto Lisboa.

      A tragédia foi maior ainda porque muitos habitantes de Lisboa correram para a beira do Rio Tejo com a intenção de fugir dos desabamentos e dos incêndios que se alastravam pela capital. A região, porém, foi atingida por uma série de tsunamis gerados em decorrência do terremoto. As ondas destruíram o porto e toda a parte baixa da cidade. O que não caiu ou ardeu em chamas acabou carregado pelas águas, um desastre até então inédito na Europa moderna de então.

      Há época Portugal era reinado por D. José I, Lisboa e Portugal ficaram de joelhos após a catástrofe, os escombros do Palácio Real servindo de símbolo. 

      O rei e sua família escaparam da tragédia por estarem fora da cidade, mas viveram como refugiados comuns numa cidade de tendas nas colinas da Ajuda(nos dias atuais conhecido por Alto da Ajuda uma zona da cidade de Lisboa), o soberano ficou traumatizado e se recusou a dormir sob um teto.

RECONSTRUÇÃO de LISBOA

      Portugal não ficou acéfalo porque tinha um primeiro-ministro de nome Sebastião José de Carvalho e Melo (*1699, Lisboa - ✞1782, Pombal) que chamou a responsabilidade para si.  

   Sebastião era nem mais que o Marquês de Pombal (seu título de nobreza).

     Marquês de Pombal comandou esforços de reconstrução impressionantes mesmo nos dias de hoje. A começar pela determinação em mostrar a mão forte do Estado.

      Reis não se envolviam na administração, e as circunstâncias deixaram Pombal ainda mais poderoso. Ele era autoritário, mas é difícil não ter respeito pelo que fez para tentar trazer Portugal de volta à normalidade.

      Pombal convocou batalhões para ajudar no combate aos incêndios e no resgate das vítimas e impôs Lei Marcial para conter saqueadores. Contrariando a doutrina católica, ordenou que cadáveres fossem recolhidos depressa para evitar doenças e atirados ao mar.

      Em 4 de dezembro de 1755, pouco mais de um mês depois da catástrofe, o engenheiro-chefe da corte, Manuel da Maia, já apresentava os planos de reconstrução. Eram cinco alternativas, do abandono da cidade a uma reforma completa. Pombal aprovou a quarta opção, que propunha um radical redesenho da Parte Baixa da capital.

      Lisboa ganhou padronização na construção de casas e edifícios, nos aspectos estético e estrutural: uma trama de vigas de madeira conhecida como "gaiola pombalina", para melhor resistir a sismos, e mais espaçamento entre edificações para prevenir incêndios. Para testar a segurança dos prédios, Pombal criou um "simulador de terremotos"  tropas marchavam ao redor das edificações, criando pequenos temores.

Baixa Pombalina - Assim ficou Lisboa após terramoto, com traçado geométrico

Dos escombros, surgiu a Baixa Pombalina. 

      Seus mais de 235 mil m² viraram um dos mais estudados casos de projetos urbanísticos de larga escala no mundo. Pombal também tomou a decisão de fazer um censo da tragédia: questionários foram enviados a todas as paróquias pedindo informações sobre o terremoto.

      Além de detalhes como rachaduras e intensidade dos tremores, o questionário de Pombal pedia observações sobre o comportamento de animais e mesmo sobre reduções de volume de água em poços. 

"Lisboa capital de Portugal, a mesma Lisboa onde eu nasci 200 anos depois" - Lourenço Lusitano.


Estátua de D. José I - Praça do Comércio (Terreiro do Paço) - D. José I , era o rei de Portugal quando ocorreu o terramoto de 1 de Novembro de 1755.

Por Lourenço Lusitano

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