quarta-feira, 17 de julho de 2019

Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte L (50)

Resumo 50 - por Jeandro Garcia
Junho de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire

Chegada a Porto Alegre - Lago Guaiba - Construções urbanas

        Ancoraram próximo a Pedras Brancas, próximo a Casa de Pólvoras, onde fica o depósito de pólvoras de Porto Alegre. Dali há um magnífico panorama onde é possível ver a colina onde está construída a cidade, os campos circunvizinhos e a embocadura dos rios em que juntos formam o lago.

       No ano passado, relatou que o Guaíba se estendia até Itapuã, mas neste retorno ao observar sobre as colinas mudou totalmente de ideia. Percebeu que a junção do Rio Gravataí, Sinos e Caí formam um reservatório maior que o Guaíba. Já no outro ponto, alguns se referem a Lago de Viamão. Com isso acredita que o lago Guaíba estende-se somente em frente a cidade de Porto Alegre.

        Saint Hilaire deita-se com outros dois passageiros no quarto do patrão e, seus empregados, dormem no porão. Firmiano fez a janta, sinal de que será salgada e detestável.

       O patrão e seus marinheiros são de uma honestidade rara, o primeiro veio de Portugal e assim como a maioria dos europeus enriqueceu, o que torna-se relativamente fácil em uma terra de homens que temem o trabalho, não pensam muito no futuro e não tem método nem espírito de economia.

        Anteriormente, Saint Hilaire se referiu a um prédio muito feio feito na rua da Praia próximo ao cais, onde seria a alfândega. Felizmente este prédio foi demolido e foi recomeçado outro projeto melhor.

        Entretanto acha que ao invés de encobrir o cais de Porto Alegre com prédios deveria ser criada uma espécie de grande praça. Logo que o Conde de Figueira partiu, as obras na praça na frente da igreja e palácio (hoje Praça da Matriz) foram interrompidas, com valas sendo abertas por enxurradas, tão logo tudo será perdido.

        Em frente a igreja das Dores um cais para o arsenal também teve sua construção descontinuada, mas este estava sendo construído de barro e pedras, com as águas logo nada restará.

        Tudo isto é em face do poder absoluto atribuído, onde capitães-generais, sem nenhum obstáculo podem seguir todas as suas ideias, e seus subalternos se extasiam, por mais absurdo que seja. Mas quando parte um General, eles se vingam do seu despotismo, depreciando suas obras, o seu sucessor abandona e inicia outras, que também serão negligenciadas.

Um comentário:

Gilson Passos disse...

Uma história e tanto!
Viagem ao passado.