quarta-feira, 3 de julho de 2019

Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte XLVIII

Resumo 48 - por Jeandro Garcia
Junho de 1821

De volta a Porto Alegre - Planejamento da viagem para o Rio de Janeiro

          A seis léguas de Porto Alegre há um grande número de casas a margem do rio, mais perto já é possível ver as luzes da cidade e os sons de uma festa, possivelmente é a festa de juramento da constituição. Devido o vento contrário lançamos âncora e pernoitamos na margem.

     Desembarca em Porto Alegre e se dirige diretamente ao sargento-mor, lhe recebe muito bem, tendo já alugado uma pequena casa para Saint Hilaire e o convida para fazer as refeições em sua casa.

     Aceito o convite, passa muitas horas com o sargento-mor, que lhe oferta muitas gentilezas bem assim como sua esposa Gertrudes.

     Solicitou ao coronel que enviasse uma carta ao comandante da Freguesia de Santo Antônio, onde residem os carreteiros, ordenando-lhes a enviar duas carroças. 15 dias depois o comandante responde que não há bois e carros capazes de empreender uma viagem até Laguna, onde desejava ir Saint Hilaire. 

     Possivelmente acostumados a simplesmente terem seus bens requisitados, acharam que não seriam pagos pelo serviço. Então enviou outra carta aos carreiros da Freguesia da Serra, para evitar atrasos enviou através de Matias a recomendação de que seriam devidamente pagos.

     Após oito dias Matias regressou com o carreiro que se prontificou a alugar pelo valor ofertado duas carroças até Laguna. Mas ao saber que nesta época as terras encontram-se alagadas e com isso pondo em risco a sua bagagem, já que uma das carroças não era coberta, Saint Hilaire desiste. 

     Acredita que por mar será mais seguro do que por terra, são rios para transpor e serras onde a bagagem deve ir nas costas dos empregados. 

      Disseram-lhe que uma embarcação partiria rumo a Santa Catarina, então teve a ideia de aproveita-la para de lá seguir a Santos, onde havia enviado 20 caixas com material de pesquisa e dali seguir ao Rio de Janeiro.

     Ao conversar com o caixeiro descobre que ela está fretada até Rio Grande, por tanto teria de pegar um lancha até a cidade e de lá seguir sua viagem. Teme muito a barra de Rio Grande, se tivesse um empregado de confiança enviaria tudo por terra. 

      Mas se sente mais tranquilo após o aviso do fechamento da barra do Norte e que as saídas estavam muito boas. Então escreve ao comandante para que alugue uma casa e reservasse uma passagem, contando com a Providência que sempre o protegeu de tantos perigos, para o bem de sua mãe.

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