quinta-feira, 6 de junho de 2019

Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte XLIV

Maio de 1821 - (por Jeandro Garcia)

Falta de infraestrutura - Rio Pardo - Características 

     Relata que andou em torno de 600 léguas (2900km) e não encontrou uma só ponte. Para transpor os rios é obrigado a descarregar toda carga e transpo-la em pirogas, atividade que demanda muitas horas.

      Constrói-se lentamente uma ponte de pedra sobre o Rio Pardo, mas ainda assim não se prontificaram a fazer um galpão para guardar as mercadorias enquanto se faz a passagem. O povo daqui não lástima, são também bons nadadores, além de resistentes as intempéries do tempo, mas por certo a demora na travessia causa prejuízos ao comércio, além da perca considerável de bois e cavalos afogados.

     Na cidade de Rio Pardo decide seguir viagem pelo rio Jacuí até Porto Alegre. Vende seus bois, cavalos e carroça, pegando um baixo valor em relação a compra, mas satisfeito pelos benefícios trazidos pela carroça comprada em Montevidéu.

     Em sua última conclusão sobre as índias, antes de partir da província, constata que as índias revelam que se entregavam aos índios por dever, ao branco por interesse e ao negro por prazer.

     Informado por dois mineiros de uma embarcação que partiria para Porto Alegre, solicitou o direito especial, dado a oficiais do governo, para ser recebido pelo capitão do barco e embarcar com seus empregados e cargas.

     A pequena insurreição que aconteceu em Porto Alegre sem derramar um gota de sangue, me faz admirar a sabedoria deste povo para uma revolução. Os brasileiros são naturalmente frios e lentos, pouco demonstram entusiasmo, assim como as crianças que mais se parecem mini homens. Com esta cega submissão, devem ainda manter certo respeito pela autoridade, mesmo quando se revolta contra ela.

Nenhum comentário: