quarta-feira, 12 de junho de 2019

Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte XLV

Maio de 1821 - por Jeandro Garcia

Missões prósperas - Decadência das aldeias - Estrutura de Rio Pardo - Veranico - Embarcações

     Conforme ouviu dizer, quando os portugueses conquistaram a Província das Missões, elas ainda estavam longe da decadência. Haviam 14 mil índios bem nutridos e bem vestidos, vastos terrenos cultivados, casas de comércio abarrotados de gêneros e estâncias repletas de gado. Os índios caçavam animais selvagens e deixavam em suas terras para engordar.

      Com a vinda dos espanhóis foram obrigados a deixar a caça, pois não eram mais suas terras. Não mais abateram seus gados, pois os portugueses utilizavam para abastecer suas necessidades, e os administradores vendiam conforme a sua vontade. Em pouco tempo as povoações já haviam perdido essa rica fonte de recursos.

      O couro e o trigo são os principais gêneros vendidos ao Rio de Janeiro em Rio Pardo, ao qual compra quase todas as suas mercadorias.

      Saint Hilaire desde que esta na cidade o tempo se mantém magnífico, lhe informaram que esta época chamam de verãozinho de maio, ou veranico de maio.

       A rua principal é pavimentada, as casas de Rio Pardo geralmente são telhadas, algumas grandes e bem construídas, muitas de um e até dois andares. Quase todas que pertencem a famílias ricas possuem sacadas de vidro.

      Há um grande comércio de lojas e armazéns comestíveis na rua principal, embora a cidade seja rica e comercial nada foi feito para facilitar o desembarque de mercadorias, rebaixando as margens do rio e pavimentando as ruas de acesso.

       As embarcações que transportam mercadorias de Porto Alegre a Rio Pardo são chamadas de pirogas ou canoas. São pontudas, no centro um mastro e possuem em torno de 55 palmos de comprimento por até 20 de largura. Geralmente nunca há mais que dez no porto, mas gastam poucos dias para carregar e descarregar.

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