terça-feira, 18 de junho de 2013

Quando a lenda nasce

                  Alguém já se perguntou, de onde vem aqueles três personagens da logo dos festejos farroupilhas? Um parece ser um índio, outro um "gaúcho" e outro seria um "lanceiro negro". Mas quem são? De onde vieram? Quem criou?
          Era o ano de 2003. A semana farroupilha que começara, por lei estadual, em 1964, quando o Presidente da Assembleia Legislativa do estado, Francisco Solano Borges sancionou a lei 4850, oficializando o evento. Muitas coisas aconteceram desde 1947, do ato do grupo dos oito, comandados por Paixão Cortes.
           Foi com Euclides Triches (1971/75), no comando do executivo gaúcho, e do intelectual Guilherme Schultz Filho, no comando do MTG, que  a semana farroupilha deu um salto qualitativo enorme. Em 1974, em plenos festejos, era assinada a lei que criava o IGTF, Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
           Em 1977 os festejos da semana farroupilha terminavam no Palácio Piratini, em solenidade que aconteceu com o pronunciamento do Governador Sinval Guazzelli. Haviam pompas, mas somente perto dos dias importantes, mas eram manifestações tímidas.
           Em 1986, por ocasião das festividades do sesquicentenário da proclamação da república Rio-grandense, a semana farroupilha voltou a ser comemorada 13 dias e receber grandes pompas.
           Criado em 1982, idealizado e construído pelo Engenheiro Agrônomo Curt Alfredo Guilherme Zimmermann, o Parque da Harmonia, em Porto Alegre, começou a receber tradicionalistas no ano de 1987 para a realização do 1º acampamento farroupilha. Em 13 anos de existência, o Parque deu um salto qualitativo e quantitativo, sendo que, em 2001 já não existiam mais lonas nos acampamentos e, sim, galpões de costaneira, reproduzindo galpões dos fundos de fazendas, para visitação na capital. era um pedacinho da vida interiorana no coração da capital.
          Em 2003 foi a hora e vez de mudar o desfile na avenida. Até então, o desfile farroupilha, consistia em uma passagem à cavalo, com a presença de veículos decorados, com os tradicionalistas mostrando seu orgulho de ser gaúcho. Tinha, também, o desfile da segurança pública. Naquele ano, através de uma parceria com o SESC/RS, que colaborava com a comissão, foi criada a logo da semana farroupilha, para o tema: "Soldado Farrapo: Herói Anônimo" - produzido pela agencia Parla.
Zé Vitor Castiel, desfilando no temporal de 2004 - Nosso desfile sendo reconhecido.

         A marca ficou registrada dos festejos. Os temas, que já existiam, timidamente, começaram a ser estabelecidos por aqueles que fazem a semana farroupilha, o congresso de entidades tradicionalistas. A chama crioula já tinha local reservado para seu acendimento em sítios históricos pelo RS. Cavalgadas atravessam o estado para levar o símbolo da preservação das tradições. 
        Em 2005 foi a vez da escolha do patrono dos festejos. Luiz Menezes, Paixão Cortes, Nico Fagundes, entre outros, começavam a ter seu trabalho reconhecido, ainda em vida.
Desfile de 2005 - O gaúcho: Usos e costumes - de onde vieram os elementos que formaram nossas tradições.

             Cada ano o esforço para fazer uma semana farroupilha melhor. Para este estágio temos que dar o mérito ao esforço sem igual de Manoelito Savaris, que, junto com a vontade de Luis Augusto Lara e o apoio do governador Germano Rigotto, colocaram o plano, de fazer a semana farroupilha a maior festa popular do Rio Grande do Sul, em prática. Não foi simples. Teve muita resistência.
Tema marcante em 2009: Os Farroupilhas e suas façanhas. Quanto orgulho dos que desfilaram e contaram a história.

    Veio 2010 e os ideais, cidadania e revolução. 2011, nossas raízes, 2012 veio trazer nossas riquezas e, finalmente, 2013, o Rio Grande do Sul no imaginário social. Mas pra resumir... se não fosse dado o primeiro passo, não teríamos chegado onde chegamos. Enfrentar as mudanças, quebrar paradigmas, são coisas fundamentais par chegarmos ao futuro conduzindo nossos valores, usos e costumes.
         Estive lá desde o inicio e digo: Valeu a pena!

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