terça-feira, 4 de junho de 2013

Pagando o devido valor

           Um homem havia reunido seus amigos para jantar e estava cozinhando um suculento pedaço de carne. De repente, percebeu que o sal havia terminado.
Chamou seu filho:
- Vá até a aldeia e compre sal. Mas pague um preço justo por ele: nem mais caro, nem mais barato.
O filho ficou surpreso:
- Compreendo que não deva pagar mais caro, pai. Mas, se puder barganhar um pouco, por que não economizar algum dinheiro?
- Numa cidade grande, isto é aconselhável. Mas, numa cidade pequena como a nossa, toda a aldeia perecerá.
         Quando os convidados, que tinham assistido à conversa, quiseram saber por que não se devia comprar o sal mais barato, o homem respondeu:
- Quem vender o sal abaixo do preço, estará agindo porque precisa desesperadamente de dinheiro. Quem se aproveitar desta situação, estará mostrando desrespeito pelo suor e pela luta de um homem que trabalhou duro para produzir algo.
- Mas isso é muito pouco para que um aldeia seja destruída.
- Também, no início do mundo, a injustiça era pequena. Mas cada um acrescentava alguma coisa a mais, sempre achando que aquele pouquinho não tinha muita importância, e vejam aonde terminamos chegando hoje.

Autor Paulo Coelho 
Histórias para pais, filhos e netos

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