quinta-feira, 30 de abril de 2020

Data Comemorativa - 47 anos do lançamento do filme: "A morte não marca Tempo"

          Iniciado em 20 de agosto de 1972, o filme A Morte Não Marca Tempo ficou pronto em poucos dias úteis de trabalho. O orçamento chegou a casa dos 40 mil cruzeiros. A dublagem foi feita nos estúdios da Herbert Richers, no Rio de Janeiro e foi lançado em 30 de abril de 1973.

            No elenco, além de Pereira Dias e José Mendes, há de se destacar os trabalhos de Darcy Fagundes, Clarice Nogueira, Carlos Castilhos, Alice Aveiro, Alex Garcia, Mano Bastos, Teimo Oliveira, Sérgio Larca, Ester Schiaffino.

            A trilha sonora é do maestro Alfred Hulsber, tema de apresentação inicial, A Balada da Solidão foi composta por Mendes e Pereira Dias.

             Este filme tem uma particularidade — a ação desenrola-se toda num único dia, um claro domingo de sol. E vai das nove da manhã até o crepúsculo, quando o filme termina. Claro que há muitas cenas evocativas em que são focalizadas outras épocas. Mas isso são apenas parênteses construídos dentro da estrutura do filme. Segundo os produtores é uma estória fácil de entender, pois não tem pretensões de alcançar altos lances intelectuais, mas ao mesmo tempo é uma estória universal.
José Mendes com Os Milongueiros | Cenas do Filme rodado em Taquara/RS, em 1973
            O assunto principal entre os jogadores de bochas e de canas que se reúnem no bolicho de uma pequena cidade do interior gaúcho é o assassinato de António, jovem recém chegado da capital e filho do principal estancieiro da região. Todas as opiniões convergem para Julião, famoso bandido que nos últimos vinte anos, vive refugiado naquelas redondezas.

             A debandada é geral quando alguém chega correndo para avisar que Julião se aproxima da Vila. Apenas o Padre João resolve enfrentar o bandido. E da conversa dos dois surge a prova de que, forçosamente, o assassino de Antônio deve ser outro: Julião vem trazer o cinto do morto, que encontrou por acaso, inclusive com dinheiro em uma das bolsas.

            Diante da decisão do sargento do destacamento policial em prender Julião como assassino do rapaz, o padre faz com que o bandido se refugie na igreja e começa uma série de investigações com a intenção de descobrir o verdadeiro criminoso.
José Mendes ao lado de Darcy Fagundes - trabalho do livro José Mendes Vida & Obra, de Ajadil Costa
           Partindo desse ponto, o destino deflagra uma série de acontecimentos inesperados envolvendo todos os personagens do filme, até um final imprevisto e inesquecível.

            A Morte Não Marca Tempo tanto poderia se passar no Rio Grande do Sul quanto nos Estados Unidos ou na Europa. Os conflitos são de natureza universal e, com isso, pretendia-se buscar um novo caminho para o cinema do Rio Grande do Sul.

           Tentando escapar das críticas, o Diretor procura um novo caminho, sem perder as características regionais. Os atores estavam vestidos a maneira gaúcha, sem significar, no entanto que fosse um filme nos moldes de outros, feitos anteriormente.

            Em primeiro lugar, Pereira Dias, o diretor, tratou de tirar de José Mendes o máximo em interpretação. Não foi levado em conta se ele era um artista de nome, um cantor que vendia muitos discos. O que se considerou é que, no momento em que Mendes se propôs a atuar, ele teria que saber representar, dando o máximo da potencialidade interpretativa.

Fonte: José Mendes
Vida & Obra de Ajadil Costa

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