quarta-feira, 2 de março de 2016

Como comunicar na geração “Google”

          Nosso desenvolvimento vem sendo marcado por algumas características peculiares de nosso tempo. Entre elas podemos citar a velocidade, a inovação e a mudança. Todas essas características influenciam a comunicação, isto é, os novos meios de expressão, o que nos permite uma percepção quase instantânea dos acontecimentos globais. Em apenas algumas décadas, testemunhamos mudanças bastante significativas no progresso dos meios de comunicação.

          Por milênios, as únicas formas de trocar informações e atualizar fatos eram demoradas. Isso implica dizer que a novidade mais recente poderia levar dias, semanas ou até mesmo meses para ser atualizada pelos interessados. Tomemos como exemplo um fato histórico: a morte de Napoleão Bonaparte em 1821 na Ilha de Santa Helena, onde estava exilado; a notícia levou dois meses para chegar ao Rei George, em Londres. No Brasil, durante o período colonial, a comunicação entre os colonizadores e suas famílias na Europa, feita através de cartas, levava igualmente meses para atravessar o oceano. Hoje esta comunicação pode se dar em tempo real.

          Para termos uma noção da velocidade com que estas transformações vêm se configurando, basta compararmos a capacidade de difusão e popularização das mídias. O rádio levou 34 anos para alcançar 50 milhões de ouvintes. A televisão, apenas 17 anos; e a internet, não mais do que quatro anos, enquanto o Facebook levou apenas dois anos para reunir 50 milhões de usuários. Evidentemente que a população também triplicou em menos de um século, e a educação ampliou a base de acesso às tecnologias a milhões de pessoas ao redor do mundo. Ainda assim, os números revelam que o ritmo de expansão das mídias é proporcionalmente muito maior.

          A cada geração que se sucede, as influências de seu tempo marcam de forma particular sua história. Até a chamada geração X (nascidos entre a segunda guerra mundial e os anos 1980), o livro e os bancos escolares eram a fonte primordial da informação. O conhecimento passava por uma fragmentação que se intensificou por conta dos múltiplos meios de produção e difusão da informação. Esta geração vivenciou algumas quebras de paradigmas e rupturas com modelos tradicionais que norteavam a humanidade por milénios. Como exemplos dessas mudanças, verificam-se alterações no formato de família, no poder da Igreja e na hierarquia empresarial.

           A partir da geração Y (nascidos entre os anos 80 e 90), a exposição aos múltiplos estímulos promovidos pelos recursos da internet trouxe uma transformação na forma de produzir e gerar comunicação e conhecimento. A nova geração já nasceu cercada de aparatos tecnológicos. A Neurociência atesta que as conexões cerebrais destes jovens são mais intensas do que as observadas na geração de seus pais. Espertos e ousados, os “Ys” são despojados, ouvem iPods e são avessos a formalismos e hierarquias. Eles têm pressa para progredir e são competitivos.

           A chamada geração Z (nascidos no início do século XXI) tem como característica o hábito de "zapear". Por isso a denominação Z. Outra característica desta geração é a constante troca que se faz entre os canais de interatividade, zapeando de um a outro, da internet ao telefone, ao videogame, à internet novamente etc. Para eles, o mundo é totalmente tecnológico e virtual, pois nasceram em meio a esse mundo. São os chamados “Nativos Digitais”.

          A união destes três tipos de gerações é indispensável para o futuro de organizações de todos os tipos. Saber lidar com a diversidade de experiências e perfis é o grande e essencial desafio para o sucesso em um futuro muito próximo. E a convivência de gerações, promovida pelo tradicionalismo gaúcho pode unir essas diferentes formas de ver o mundo, buscando os benefícios que ela oferece.

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