terça-feira, 8 de março de 2016

No dia internacional da mulher, nossa homenagem as mulheres gaúchas

“... bendita prenda gaúcha, que és a rainha do pampa... e tens na divina estampa, um quê de nobre e altivo, és perfume, és lenitivo que nos encanta e suaviza... e num instante escraviza o índio mais primitivo (...).”

          A participação da mulher foi de fundamental importância no contexto da formação histórica, social e cultural do Rio Grande.

          A figura feminina, na história do Rio Grande do Sul, é um elemento singular, pois independe da etnia ou classe social, lá está ela, manifestando-se com uma presença forte e batalhadora, que não costuma baixar a cabeça ou submeter-se a situações onde fique rebaixada ou inferiorizada. Acostumada com o sofrimento, causado pelas guerras históricas, jamais se deu por vencida. Ao contrário disso, encontra nas dificuldades motivo de força e resistência.
Calada, a mulher gaúcha suportou mais de duzentos anos de combates e revoltas, vendo partirem para guerras seus pais, irmãos, maridos e filhos. Se os homens estavam envolvidos nas guerras, a quem ficou delegada a missão de manter de pé as estruturas familiares e econômicas do estado? A mulher sempre trabalhou nas estâncias, assegurando a economia do Rio Grande do Sul, enquanto os homens defendiam as fronteiras e os ideais rio-grandenses.
Elenir Winck, Anijane Varela e Iara Rott - A cultura do Rio Grande passa por elas
          Tantas grandes mulheres se destacaram no cenário rio-grandense, em defesa das nossas fronteiras, como a Marquesa de Alegrete: heroína anônima que em janeiro de 1717, na Batalha de Catalan, ao lado do esposo Marques de Alegrete – Luiz Telles de Caminha e Menezes e do filho, ajudou a escrever a história das batalhas entre Portugal e Espanha, servindo como enfermeira, mãe e até soldado. Podemos lembrar ainda Anita Garibaldi (Ana Maria de Jesus Ribeiro). Outra mulher valente, Maria Josefa da Fontoura Palmiro, que promovia reuniões políticas em sua casa, em Porto Alegre, em apoio a Bento Gonçalves e aos Farrapos, era abolicionista.

          A mulher sempre buscou a unidade da sociedade mantendo a  fé e a crença numa sociedade melhor para seus filhos, auxiliou a compor as mais importantes páginas da história gaúcha, em meio a grande destruição provocada pelas guerras, acreditou e fez acreditar num mundo diferente e melhor para as gerações vindouras.

          Quando o "35" CTG foi fundado, não houve a participação das mulheres. Em abril de 1949, a entidade precisou do apoio feminino na recepção à Marina Cunha, Miss Distrito Federal. A missão coube às irmãs, Marília e Ludemilla Zarrans, que representaram a mulher gaúcha e foram consideradas as Primeiras Prendas do "35" CTG e do próprio Movimento.

           Em setembro de 1950, participaram do desfile, montadas a cavalo, as Prendas: Damásia Steinmetz, Nora Dutra Ferreira e Lia Eilert dos Santos. Vera Maria Ramalho Weber foi a primeira mulher a integrar o Conselho Coordenador no ano de 1965. Fundado o Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG em 1966, Lílian Argentina Braga Marques foi eleita para o primeiro Conselho, portanto foi a primeira mulher Conselheira do MTG, já como Federação.
MULHERES EM PATRONAGENS

          A muitos anos as mulheres participam dos cargos das patronagens, inclusive na função de Patroas. Neste ano de 2016 o Jornal Eco da Tradição fez uma enquete, via facebook, e conseguiu contatar 30 mulheres que estão frente à entidades tradicionalistas pelo estado.

          Em junho de 2006, pela primeira vez, uma mulher assume a presidência da Estância da Poesia Crioula: a professora e poetisa Nilda Beatriz de Castro, filha de Edmar Pery Mendes de Castro, que foi Patrão do "35" CTG na gestão 1953/1954. Pery de Castro foi um dos fundadores da Estância, em 30.06.1957, entidade filiada ao MTG, desde a criação do Conselho Coordenador.

CONVENÇÃO DE MULHERES
          Em 1969, na 2ª Convenção Tradicionalista realizada na cidade de Dom Pedrito aconteceu uma importante reunião das Mulheres que participaram da Convenção. Esta reunião contou com esposas de Conselheiros, esposas de Coordenadores, Conselheiras, senhoras da sociedade local, esposa do Prefeito e do Patrão do CTG anfitrião. A esta reunião, denominaram de "Convenção da Mulher Gaúcha".

CONGRESSO FEMININO
          Por ocasião do 18° Congresso Tradicionalista, de Santa Vitória do Palmar-RS, em 1972, as mulheres participantes do conclave reuniram-se no dia 5 de janeiro no Clube Caixeiral da cidade e a esta segunda experiência chamaram, "1° Congresso Tradicionalista Feminino".

DIRIGENTE DE FEDERAÇÃO TRADICIONALISTA
          Em julho de 1998 em Aracruz (Coqueiral), no Espírito Santo, por ocasião do 6° Encontro Tradicionalista do Nordeste, uma mulher assumiu a direção da UTGN União dos Tradicionalistas Gaúchos do Nordeste. Tânia Beatriz da Silva Figueiredo, filha de Guaíba-RS, foi a primeira mulher a dirigir uma Federação Tradicionalista. Hoje, Loiva Lopes Calderan é presidente do MTG do Planalto Central.

CAVALGADAS DAS PRENDAS
          No município de São Francisco de Paula, desde 1993 é realizada a
"Cavalgada das Prendas". As participantes saem da cidade pela manhã e retornam à tarde, quando desfilam pelas ruas.Em 2006 foi realizada a 14ª edição.
Em vários locais do Estado são realizadas cavalgadas exclusivas para Prendas, inclusive na Zona Sul de Porto Alegre.

MULHER DIRIGENTE DE CONGRESSO
          Em janeiro de 2004, o 49° Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado na cidade de Bagé, pela primeira vez teve uma mulher na direção dos trabalhos. Maria Izabel Trindade de Moura. Dinara Xavier da Paixão, em Gravataí, no 53º Congresso, em 2007. Marilia Dornelles, em 2010, em Lagoa Vermelha , Ilva Maria Borba Goulart, em Santa Maria, no 60º Congresso, em 2013, e Iraci Dalla Valle, em bento Gonçalves, 2016, presidiram os conclaves.
Dinara Paixão (E), Marilia Dornelles, Ilva Maria e Iraci Dalla Valle, 4, das 5 presidentes

Por elas surgiu o dia Internacional da Mulher

       
       No Dia 8 de março de 1857, morreram aproximadamente 130 mulheres carbonizadas, quando foram trancadas na fábrica de tecelagem, em Nova York, onde trabalhavam, por estarem em greve. Em homenagem a estas mulheres, em 1910, declarou-se o dia 8 de março como o “Dia Internacional da Mulher"

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