domingo, 13 de setembro de 2020

Não devemos festejar? Texto de Léo Ribeiro de Souza

 

 Domingo passado um professor da UFCSPA, através da ZH, veio expor sua inconformidade contra as comemorações farroupilhas (nesta época é comum a vontade de aparecer) Embora todos tenham o direito de ser contra, o que não pode é jogar com as palavras para denegrir um movimento histórico tão importante.   

     Então eu pergunto: - Esta alusão de que somos o único povo no mundo que comemora uma "guerra que perdemos" é verdadeira?

    Vou citar três exemplos (podia citar mais) que contrapõe esta secla de alguns de  "nossos" estudiosos.

1 - BATALHA DAS TERMÓPILAS: Cerca de 500 anos antes de Cristo, 300 mil persas invadiram a Grécia. Para dar tempo da população ateniense fugir 300 soldados gregos se postaram na boca de um desfiladeiro para atrasar por mais tempo possível a passagem dos inimigos. Após sete dias de lutas todos morreram mas conseguiram dar vasa a fuga de sua gente. Perderam a guerra mas até hoje a Grécia festeja a data.

2 - GUERRA DA SECESSÃO: Aconteceu nos Estados Unidos entre 1861 e 1865 e deixou cerca de 620 mil mortos. Este confronto ocorreu entre os civis sulistas (confederados) e nortistas (união). A guerra terminou quando o general Confederado Robert E. Lee se rendeu ao general da União Ulysses S. Grant na Batalha de Appomattox Court House. A guerra impôs fragorosa derrota e liquidou economicamente com o Sul. Entretanto, até os dias de hoje os sulistas comemoram esta guerra na chamada “Festa Confederada” (ou “Confederate Party”).

(Wikipédia/Wikimedia Commons)

3 - REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA de 1932 também conhecida como Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido entre 9 de julho e 2 de outubro e tinha por objetivo derrubar o governo de Getúlio Vargas que colocou fim a chamada Política do Café com Leite onde São Paulo e Minas se revezavam no poder. Após apenas 3 meses a revolta foi encerrada com a rendição do exército constitucionalista impiedosamente derrotado. E o que acontece atualmente? Com muito orgulho os paulistanos comemoram o 9 de julho como o maior feriado estadual de São Paulo, em louvor a Revolução Constitucionalista.

     E nós que, com menos gente, armas, cavalos, mas sobrando valentia e determinação sustentamos por 10 anos uma revolução, sem se subjugar aos desmandos do império não podemos festejar?

     Se perdemos logisticamente, ganhamos uma identidade até hoje preservada e o respeito do resto das províncias. 

     Como diz o pessoal por aí: - "Professor. Vá rachar uma lenha que ainda tem um resto de inverno pela frente".    

Fonte: Blog do Leo Ribeiro de Souza
blogdoleoribeiro.blogspot.com.br

Um comentário:

ESTIVALETE disse...

Buenas.....Grande texto e explanação super didática do nosso Irmão Léo Ribeiro....Devemos comemorar sim.... Viva o Rio Grade do Sul...viva A República Riograndense....