terça-feira, 31 de maio de 2016

Domingos José de Almeida e a República das Carretas

           Nos anos que ocupou os ministérios da Fazenda e do Interior, Almeida preocupou-se em organizar as finanças e a estrutura da República Rio-grandense.

           No dia 12 de novembro de 1836 em um decreto assinado pelo Presidente Interino, Gomes Jardim, foi criada a bandeira farroupilha. A moeda utilizada era a mesma do império, divididas ao meio e cunhada com um novo valor, determinado pela República. Os habitantes de outras províncias eram tratados como estrangeiros, podendo transitar pelo território rio-grandense, quem tivesse passaporte fornecido pela República. O Ministério da fazenda organizou a cobrança de impostos e taxas e também a administração das fazendas expropriadas. Sua organização metódica e habilidade em administrar os poucos recursos deram segurança e condições para que o presidente Bento Gonçalves e seus generais se dedicassem à guerra.

           Domingos José de Almeida era mineiro, charqueador, que levava tropas de mulas do sul para vender em São Paulo, homem culto, fixou residência em Pelotas. Empresário bem sucedido, tornou-se um dos homens mais ricos do Rio Grande e possuiu um dos maiores acervos bibliográficos da província. Era proprietário de uma charqueada e de uma empresa naval de transporte.  Incentivou a industrialização e a busca de novas alternativas, como a exploração da erva-mate na serra do Herval.

         Em 1840 determinou a criação de uma planta para uma nova povoação na fronteira com a Argentina, que mais tarde veio a se tornar Uruguaiana. O objetivo era estabelecer uma vila de apoio ao comércio com Bueno Aires, já que as forças imperiais haviam tomado Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre.

           Toda vez que as capitais farrapas mudavam de lugar, lá ia o Ministro Almeida com suas carroças abarrotadas de documentos oficiais, foi o tempo da “República andarilha”.

Fonte: Os Farroupilhas e suas façanhas

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