segunda-feira, 18 de abril de 2016

Ainda sobre o Impeachment - Ou inicio do rito de impedimento

          Neste domingo, depois das 14h, o Brasil parou para acompanhar os desdobramentos de uma das mais importantes decisões dos últimos tempos: A votação, pela Câmara Federal, do processo de Impeachment que é movido contra a Presidente da República, Dilma Rousseff, (PT).

          Não seria uma coisa muito normal sentar e assistir toda votação, mas me chamou a atenção os votos do Rio Grande do Sul, de arrancada. Entre a bancada gaúcha, 22 votaram a favor e 8 votaram contra o afastamento da presidente, mas talvez o mais polemico voto tenha sido de Pompeo de Mattos. Abstenção.  Acredito que isso tenha causado dor em muitos gaúchos, pois Pompeu  era o homem de botas e bombacha dentro do parlamento.

          Pompeo que enfrentou o desprezo de um Brasil politico na chegada à Câmara, em seu primeiro mandato, pois não aceitavam pilcha lá em Brasília. Orgulhava o povo que o via como um grande representante da região de Santo Augusto e arredores. Mas ontem a decepção foi muito grande. Talvez ele tivesse fortes razões para fazer o que fez. Ele, que lidera um partido e, posicionando-se contra, mostraria que, dali para a frente, qualquer um poderia fazer da mesma forma. Mas o Giovani Cherini, mesmo ameaçado de “excomunhão”, enfrentou o “tribunal da inquisição” dentro do PDT, e votou  pelo sim. O reflexo do voto de Pompeo de Mattos ecoará por muito tempo na cabeça dos gaúchos. Léo Ribeiro de Souza definiu o sentimento neste verso:

BORRAR AS BOTAS NÃO CONDIZ COM A NOSSA HISTÓRIA

"Pelo SIM ou pelo NÃO
o taura tem que votar,
ter posição, opinar
sobre os rumos da nação.
Quem foge da obrigação,
quem se esconde, quem se agacha
é lenha podre que racha
sob o machado dos fatos.
Por isso POMPEO DE MATTOS 
não merece usar bombachas!"

Votos Gaúchos:
Afonso Hamm (PP) – a favor
Alceu Moreira (PMDB) – a favor
Carlos Gomes (PRB) –  a favor
Covatti Filho (PP) – a favor
Danrlei de Deus (PSD) – a favor
Darcísio Perondi (PMDB) – a favor
Giovani Cherini (PDT) – a favor
Heitor Schuch (PSB) – a favor
Jerônimo Goergen (PP) – a favor
João Derly (Rede) – a favor
José Fogaça (PMDB) – a favor
José Otávio Germano (PP) – a favor
Jose Stédile (PSB) – a favor   (Confesso que fiquei pasmo)
Luis Carlos Heinze (PP) – a favor
Luiz Carlos Busato (PTB) – a favor
Mauro Pereira (PMDB) – a favor
Nelson Marchezan Júnior (PSDB) – a favor
Onyx Lorenzoni (DEM) – a favor
Osmar Terra (PMDB) – a favor
Pompeo de Mattos (PDT) – abstenção
Renato Molling (PP) – a favor
Ronaldo Nogueira (PTB) – a favor
Sérgio Moraes (PTB) – a favor

Já de se esperar, os contra:
Afonso Motta (PDT) – contra
Bohn Gass (PT) – contra
Henrique Fontana (PT) – contra
Marco Maia (PT) – contra
Marcon (PT) – contra
Maria do Rosário (PT) – contra
Paulo Pimenta (PT) – contra
Pepe Vargas (PT) – contra

2 comentários:

Neneca disse...

Sinceramente não me sinto a vontade de julgar uma pessoa que tanto fez e faz para o nosso RS e nosso tradicionalismo. Sinto muito quando vejo toda uma história de vida desabar por apenas uma atitude.

Marcelo Teixeira disse...

Assim como a Neneca, concordo que não é justo julgar alguém por apenas uma atitude. Todavia, neste caso, com todo respeito à divergência, a postura do deputado apenas confirmou o mandato apagado que ele teve, de pouca relevância. Lamentável.