domingo, 28 de fevereiro de 2021

A Paz de Ponche Verde

   

  Está lá, gravada em um obelisco de granito, nos campos localizados há mais de 30 km de Dom Pedrito, onde se lê a seguinte inscrição: "Nestes Campos de Ponche Verde, em 1º de marços de 1845, os defensores do  Império e os Republicanos de Piratini asseguraram a unidade nacional, com a pacificação do Rio Grande do Sul".

     Já se vão 176 anos da assinatura da paz, que não foi uma coisa muito simples de acontecer. Impasses não permitiam que, Império e República, chegassem a um acordo. A habilidade de negociação de Caxias era de usar uma linguagem dupla, que evitasse o conflito e aproximasse o acordo: Uma que satisfizesse os brios e interesses dos farroupilhas e outro que evitasse condições que não fossem aceitas pelo Império.

     Caxias assumiu o compromisso de fazer cumprir as condições acertadas no tratado de Ponche Verde sem parecer vitórias ou derrotas, mas que todos saíssem satisfeitos. os Imperiais argumentavam que tratados se faziam entre nações e a república rio-grandense não era reconhecida por eles. Ao mesmo tempo em que aqui era plantada uma sementinha para que anos mais tarde o Brasil se tornasse uma República, também.

     A pacificação foi assinada em 1º de Março de 1845 em Ponche Verde, e tinha como principais pontos:

     O Império assumia as dívidas do governo da República;

     Os farroupilhas escolheriam o novo presidente da província - Caxias;

     Os oficiais rio-grandenses seriam incorporados ao exército imperial nos mesmos postos, exceto os generais;

     Todos os processos da justiça republicana continuavam válidos;

     Todos os ex-escravos que lutaram no exército rio-grandense seriam declarados livres;

     Todos os prisioneiros de guerra seriam devolvidos à província.

     Além do mais, o charque importado foi sobretaxado em 25%.

Nenhum comentário: