terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Rio Grande do Sul através do Imaginário Social - Parte I

As mentalidades seriam tudo aquilo que regem os indivíduos, sem que eles percebam, e atua no âmbito do coletivo (grupo), enquanto as idéias se pautam nos estudos do indivíduo. Uma sociedade partilha de conteúdos de pensamentos, interiorizados nos indivíduos, sem que seja necessário explicitá-los



Um ponto importante está na relação do mito com o imaginário social. As narrativas míticas seriam utilizadas pelos atores políticos como uma forma de promover a coesão social. Ao analisarmos a vinculação entre religiosidade humana e o imaginário social, são perceptíveis as diversas práticas utilizadas ao longo da História humana, que visaram legitimar as hierarquizações sociais através da aplicação do sagrado.


Os ritos cívicos, dentro dessa perspectiva, emergem como um mecanismo essencial para reforçar no imaginário social o poder da ordem vigente e as diferenças existentes na sociedade. O imaginário social passou a ser utilizado pelos positivistas para explicar o progresso da civilização e pelos marxistas nas interpretações dos imaginários sociais a partir das análises das ideologias.


“Cada classe social é, ao mesmo tempo, produtora e prisioneira da sua ideologia” (BACZKO, 1984, pp. 304-305). Para complementar podemos admitir que no século XX e XXI, o estudo do imaginário tendeu também a transitar pelo campo histórico, através do desenvolvimento da Nova História Cultural.


O conceito de Imaginário Social foi assim definido por Bronislaw Baczko:


“Trata-se de aspectos da vida social, da atividade global dos agentes sociais, cujas particularidades se manifestam na diversidade do seu produto”. Os imaginários sociais iriam compor uma diversidade de referências, dentro do extenso sistema simbólico que qualquer coletividade seria capaz produzir.”

"De acordo como o desenvolvimento do imaginário social com que um grupo elaborasse, a sua identidade social seria formulada, dessa maneira, uma imagem de si; estipularia a distribuição dos papéis e das posições sociais, assim ratificando a hierarquia social expressa e inserida pela autoridade. As crenças comuns, como forma de controle e coesão social, serviriam para construir uma espécie de código de ‘bom comportamento’ (BACZKO).”

Sobre a formulação das identidades coletivas salientamos que são elas as responsáveis por definir o seu ‘território’ e as suas relações com o meio social e com os ‘outros’. Na ótica do autor, seriam utilizadas na construção de representações dos inimigos e dos amigos, etc. O imaginário social elaborado e consolidado por um grupo poderia possuir como ação elementos de conflito, de divisões e violências reais ou potenciais em relação ao outro (BACZKO, 1984, p. 309).

O autor descreve o imaginário social como sendo um dos mecanismos que iriam regular a vida em sociedade. Assim o imaginário social seria uma forma eficiente de controle da coletividade e também um meio para a legitimação do poder dos indivíduos.


Logo:“Ao mesmo tempo, ele torna-se o lugar e o objeto dos conflitos sociais”. Baczko argumenta que o imaginário social faz parte de todas as sociedades humanas. O filósofo parte do pressuposto que todos os grupos têm necessidade de criar e imaginar, visando, assim, legitimar o poder ( BACZKO, 1984, pp. 309-310).


Em suma, podemos frisar que o imaginário social interage na vida coletiva das sociedades humanas. Sua atuação no meio social se estrutura possivelmente através de uma relação binária e de oposição, como: “legitimar/invalidar; justificar/acusar; tranqüilizar/perturbar; mobilizar/desencorajar; incluir/excluir, etc.” Além disso, o imaginário social dependeria, na visão do autor, dos meios de comunicação para poder difundir as idéias e assim legitimar seu discurso de poder, de acordo com os interesses de um determinado segmento social

Fonte: Site
Historia e historia

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