terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A mãe desnecessária

"A BOA MÃE É AQUELA QUE VAI SE TORNANDO DESNECESSÁRIA COM O PASSAR DO TEMPO."

              Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. Mas chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. 
          Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós. lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária, eís uma verdade. Difícil, mas verdade. Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso. 
            Ser "desnecessária" é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vicio e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
          A cada fase da vida. vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vinculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomecem o ciclo.
          O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
         Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser "desnecessários", nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.
       "Dê a quem você Ama: Asas para voar... Raízes para voltar... - Motivos para ficar..."


                                   AUTORA DESCONHECIDA

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