segunda-feira, 14 de junho de 2021

105 anos da morte de João Simões Lopes Neto

      João Simões Lopes Neto nasceu em Pelotas, no dia 9 de março de 1865 e veio a falecer na mesma cidade, no dia 14 de junho de 1916. Escritor e empresário, foi o maior autor regionalista do Rio Grande do Sul, pois procurou em sua produção literária valorizar a história do gaúcho e suas tradições. Simões Lopes Neto só alcançou a glória literária postumamente, em especial após o lançamento da edição crítica de Contos Gauchescos e Lendas do Sul, em 1949, organizada para a Editora Globo, por Augusto Meyer e com o decisivo apoio do editor Henrique Bertaso e de Érico Veríssimo.

     Com treze anos de idade, Simões Lopes Neto foi ao Rio de Janeiro para estudar no famoso Colégio Abílio. Retornando ao Rio Grande do Sul, fixou-se em sua terra natal, Pelotas, uma cidade então rica e próspera pelas mais de cinquenta charqueadas que formavam a base de sua economia.

    Apesar de gostar da vida campeira, foi o prazer das palavras que mais atraiu Simões Lopes Neto. Começa a escrever a partir de 1888. Primeiro, no jornal “A Pátria”, atuando depois no “Diário Popular” (no qual escreveu Balas de Estalo, comentários satíricos sobre a sociedade pelotense em forma de versos) e, posteriormente, no Correio Mercantil.

    Foi, porém, um homem múltiplo também em seus projetos: envolveu-se em uma série de iniciativas de negócios que incluíram uma fábrica de vidros e uma destilaria, além de uma fábrica de fumos e cigarros. A marca dos produtos recebeu o nome de "Diabo", o que gerou protestos de religiosos e que cunhou o termo "marca-diabo" no linguajar gaúcho. Sua audácia empresarial levou-o também a montar uma firma para torrar e moer café e desenvolver uma fórmula à base de tabaco para combater sarna e carrapatos. Fundou ainda uma mineradora, para explorar prata em Santa Catarina.

   No dia 5 de maio de 1892, em Pelotas, Simões Lopes Neto casou-se com Francisca de Paula Meireles Leite, filha de Francisco Meireles Leite e Francisca Josefa Dias. Ele tinha vinte e sete anos de idade e ela, dezenove anos. Não tiveram filhos.

    Em 1893, quando eclodiu a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, Simões Lopes Neto alistou-se no 3º Batalhão da Guarda Nacional.

Entre 15 de outubro e 14 de dezembro de 1893, publica em forma de folhetim, "A Mandinga", poema em prosa, no periódico Correio Mercantil. O texto é apresentado sob o nome de "Serafim Bemol" e em parceria com Sátiro Clemente e D. Salustiano. Entretanto, a existência destes coautores é questionada por historiadores, que consideram os autores uma criação do próprio escritor.

     O autor lança mão deste pseudônimo em suas próximas obras em que se lança como dramaturgo: O Boato (1893/1894), Os Bacharéis (1894), Mixórdia (1894/1895), O Bicho (1896), A Viúva Pitorra (versões de 1896 e 1898) e A Fifina (1899).

     Já empobrecido e alquebrado pelos fracassos empresariais, o escritor entra na década de 1910 em plena atividade intelectual, escrevendo conferências, dando aulas e viabilizando a publicação de seu primeiro projeto na recolha de folclore, o Cancioneiro Guasca.

     Para sobreviver, foi trabalhar como redator remunerado em jornais como Correio Mercantil e A Opinião Pública. É quando publica suas obras maiores, em 1912 e 1913.

    Neste período, entretanto, sente as primeiras dores provocadas pela úlcera duodenal que viria ser a causa de sua morte, em junho de 1916, aos 51 anos.

Fonte: Wikipedia

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