sábado, 10 de maio de 2014

Feliz Dia das Mães....

             Antes de sair para festejar o dia das mães ao lado da minha, quero , e preciso, deixar este post fazendo menção ao dia delas...
             No quadro acima mostro alguns poucos momentos de muita batalha nessa vida, uma geração sofrida, que teve que batalhar muito para chegar aos dias de hoje. Quero neste post deixar meu carinho a todas aquelas pessoas que, de uma forma ou  de outra, são mães, as vezes mesmo sem ter filhos seus. Aquelas que adotam, aquelas que cuidam, aquelas que criam, ou aquelas que dividem o seu pedaço de pão para que a cria não passe fome. Mãe, sinônimo de amor... Tão importante que até mesmo Deus tem uma.
              
Título: Mãe Crioula
Autor: Jayme Caetano Braun

Mãe crioula do Rio Grande
Sacrossanta criatura,
Olho-d'água de ternura
Na velha várzea pampeana,
Não há rincão de alma humana,
Onde não se erga um altar
Somente pra te adorar
Como Deusa e soberana.

Mãe crioula do Rio Grande,
Legenda de mil amores,
Campo bordado de flores,
Delicadas, sem espinhos
Sombra amiga dos caminhos,
És o sagrado reduto
Onde o xiru, por mais bruto,
Aprende a beber carinhos!

Mãe do piazito dos ranchos
Ao desamparo da sorte
Desses que rolam sem norte
Pelos atalhos da vida;
Mãe que embala comovida
O amado filho campeiro,
Rezando à luz do candeeiro
Pra que ele cresça em seguida.

Mãe do gaudério sem lei
Que um dia se foi embora;
Mãe santa e buena que chora
Antes do filho partir;
Mãe que não sabe pedir
Por ter medo de magoar;
Mãe que de tanto chorar
Desaprendeu de sorrir.

Mãe do pobre peão de estância
Miserável dos galpões.
O paria das solidões
Maltrapilho, analfabeto;
Mãe que sob humilde teto
Pressente o trote do pingo,
Do filho que vem, domingo,
Trazer-lhe um pouco de afeto.

Mãe da chinoca inocente
Que enfrentando um mundo novo
Um dia caiu no povo
Pialada por sorte à-toa;
Mãe Divina, sempre boa,
Que lá ficaste sozinha
Rezando pela chininha,
Pois a mãe sempre perdoa.

Mãe dos tauras que morreram
Em peleias de outras eras;
Mãe que ao cruzar nas taperas
Sente que o peito se inflama,
Porque sofre o mesmo drama
Que alguma outra mãe sofreu
E recolhida ao seu eu
Em lágrimas se derrama.

Mãe que sofre ouvindo guacho
Rinchando, de tardezinha,
Como a chamar a mãezinha
Num triste e longo estribilho,
Por ver no pobre potrilho
O pesar grande e profundo
Do filho sem mãe no mundo
Que o possa tratar de filho.

Mãe gaúcha incomparável,
Rainha do Céu azul
Mãe do Rio Grande do Sul,
Mãe do centaura charrua,
Nem estrelas, nem a Lua,
Jamais te igualam no brilho
Quando a sentença - Meu filho
Entre teus lábios flutua.

Por isso é que, reverente,
Santa mãezinha querida,
Fonte de amor e de vida
Sacrificada aos deveres,
Sinto o maior dos prazeres
Ao beijar-te, Anjo Bendito,
Pois em ti eu beijo contrito

O mais sagrado dos seres.

Feliz dia das mães... queridas mães...

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