segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Sempre vale um pouco de história, diria Manoelito Savaris!

 


    O ano era 1979, quando meu pai adaptou uma bombacha, um cinto e uma bota para eu ter pilcha para ir na escola, quando vencia o meu primeiro concurso de peão farroupilha: Gauchinho mais simpático da escola Santa Rosa (simpatico e bom vendedor de votos). A bombacha caia, pois o cinto não era para meu tamanho, mas eramos bem pobres, e era o que tinha para aquele momento. Em 1985, entramos para o CTG Valentes da Tradição, no Sarandi. O Gildo ainda não tinha a sede no Parque dos Mayas - Só fomos acampar na inauguração do CTG em 1988.

Em 1990, filiamos o Valentes ao MTG e conheci Yeno Severo, coordenador da 1ªRT, depois vice-presidente do MTG. O cara fazia as faixas de prendas mais lindas à mão, sem desenhos por cima... Me ensinou muito. A Lara, do Maragatos que me introduziu no mundo dos jovens da Zona Norte de Porto Alegre. E fui conhecendo gente. 

    Em 1991, fui no 36º Congresso Tradicinalista Gaúcho onde fiz amizade com Barbosa Lessa, pois conversei com ele, sem saber quem era, por 6 horas. Marcirio Carpes (15ªRT), Lessa, Cyro Dutra Ferreira, Sejanes Dornelles, Sonia Abreu, Ordely Antonio Gouvea, e fui abrindo horizontes. Luiz Henrique, do Tiara, que criou o dia do Jovem Tradicionalista. Saí desse congresso extasiado, crente que tinha muito para aprender e que, paredes de costaneira não poderiam me segurar.

    No ano de 1994, conquistei o título de Peão Farroupilha do CTG Valentes da Tradição (Já vinha ganhando os concursos dos rodeios e achei ser a hora de encarar algo maior). Elomir Malta foi meu avaliador. Quanta honra. Ele, a Roseli, o Carlão, do Tiarayu, que faziam as comissões na epoca.

    Nosso regional foi briga de foice no escuro. Eu, o Lairton, o Cristiano do Chaleira e o André, do pioneiro.Não ter chegado ao titulo estadual não me afastou dos meus objetivos. Naquele ano nenhum de nós chegou. Em 97, o lairton conquistou o estado. Um irmão que a vida me deu. O cara que assou o churrasco do meu casamento.

    Vi passarem presidentes, coordenadores, conselheiros, prendas, peões e sempre, mas sempre, tentando ajudar naquilo que fosse preciso. Passei a viajar com o amigo Gerciliano Alves de Oliveira pelo Rio Grande do Sul. Conhecer pessoas e a reconhecê-las. Em 98, ele me levou para ajudar na Fundação Cultural Gaúcha e, em 1999, assumi de secretário da instituição. Ano em que meu filho nasceu. Que meu avô, carreteiro, compeltou 100 anos. Quando me formei, Savaris me convidou para compor o time que ele estava montando para a gestão. Foi então que fui procurar o conhecimento para atuar nas diversas areas que o MTG e a Fundação precisavam.

    Ai, foram os anos passando, as coisas acontecendo no Acampamento Farroupilha, desfiles pelo estado, chamas crioulas, cante e encante, programas de radio, TV, jornais, viagens pelo exterior (Alemanha, espanha, Austria, Holanda, China e EUA - não contei a America do Sul), pelo Brasil e as mais de 870 palestras. Já tinha dado algumas palestras, mas não contei como fiz com a número 01 - o dia em que estive ao lado de Jarbas Lima, em São Francisco de Assis, no 1º Docencontro do tradicionalismo na educação especial.

    Ajudei a compor o CFor no RS, MS (1), Paraná (7) e agora, em Santa Catarina. Ocuparia muito espaço para falar de todo esse tempo. Mas, a grata satisfação de receber a Medalha Lilian Argentina (CGF), de Reconhecimento do Pioneiro 35 CTG, do Festival Hípico Noturno da Brigada Militar, Glaucus Saraiva, da Câmara Municipal de Porto Alegre e a Medalha Barbosa Lessa - a mais alta condecoração do tradicionalismo gaúcho organizado, resumem a trajetória. 

    Resta-me agradecer a cada amigo que me acompanhou ao longo desses anos e me permitiram chegar aqui. Àqueles que dificultaram o caminho, meu agradecimento, sem eles não teria como crescer. Em minha fala pedi "menos ranco, ammarguras, revanchismos e mais compreensão e união". O objetivo é um só. Que não façamos deste espaço de cultura a luta pelo poder, como nas revoluções de 1893 e 1923.

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