segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Mausoléu do General Antônio de Souza Netto - Turismo cemiterial em Bagé

 

    Em Bagé, encontra-se o mausoléu do General Antônio de Souza Netto, um dos locais mais visitados no Cemitério da Santa Casa de Caridade. 

    Ele foi um importante protagonista da história do Rio Grande do Sul, com destacada atuação na Revolução Farroupilha e na Guerra do Paraguai.

    Em Rio Pardo, em 30 de abril de 1838, junto a Davi Canabarro, Bento Manuel e João Antônio da Silveira, derrotou os legalistas, comandados por Sebastião Barreto Pereira Pinto e os brigadeiros Francisco Xavier da Cunha e Bonifácio Calderón. Em 18 de junho de 1840, acampado perto do Arroio Velhaco, foi atacado de surpresa por Francisco Pedro de Abreu e perdeu diversos homens, inclusive o coronel José de Almeida Corte Real, um dos melhores oficiais farroupilhas. Abolicionista ferrenho, foi morar no Uruguai após a guerra, com os negros que o acompanharam por livre vontade e onde continuou com a criação de gado. Retornou à luta em 1851, na Guerra contra Rosas, com sua cavalaria na brigada de Voluntários Rio-Grandenses, organizada inteiramente à sua custa, o que lhe valeu a promoção a brigadeiro Honorário do exército, e a transformação de sua brigada em Brigada de Cavalaria Ligeira.

    Voltou ao combate na Guerra contra Aguirre e depois, juntamente com seu exército pessoal, na Guerra do Paraguai. No comando em brigada ligeira fez a vanguarda de Osório na invasão do Paraguai, na Batalha do Passo da Pátria, em 16 de abril de 1866. Sua brigada ostentava sempre, ao lado da bandeira do Brasil Imperial, o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense. Na batalha de Tuiuti, foi importante na defesa do flanco da tropa brasileiro, mas foi ferido a bala e mandado para um hospital em Corrientes, Argentina, onde morreu e foi inicialmente sepultado.        

    Tantas vezes entrei naquele cemitério para visitar o túmulo de meus avós e aos poucos ia turistando lá pelo interior e me deparava com mausoléus e sepulturas pequenas mas que eram muito frequentadas pelos fiéis.

Mão Preta - Maximiliano Domingos do Espírito Santo, conhecido como Preto Caxias, foi soldado, enfermeiro e destaque por suas ações de caridade na Santa Casa de Bagé. Reconhecido pela Princesa Isabel, seu túmulo simboliza um aperto de mãos entre uma figura negra e uma branca, representando sua contribuição e reconhecimento. Ele é o único afrodescendente sepultado na divisão nobre do cemitério.

Visconde Ribeiro de Magalhães; (Antônio Nunes Ribeiro de Magalhães) - O Visconde Ribeiro de Magalhães, imigrante português de destaque, teve grande influência na história de Bagé/RS, sendo responsável por divulgar a cidade em todo o país e contribuir para seu crescimento. Em reconhecimento, recebeu um imponente jazigo no cemitério, considerado um dos mais belos exemplos de arquitetura tumular sacra.

Visconde de Cerro Alegre (João da Silva Tavares) - Silva Tavares foi um militar que participou tanto da Revolução Farroupilha quanto da Guerra do Paraguai, desempenhando um papel de grande importância em ambos os conflitos. Curiosamente, no cemitério, seu adversário de campo (1836), o General Netto, está sepultado ao seu lado, em túmulos localizados na mesma área.

Mãe Luciana (Luciana Lealdina de Araújo) - Luciana Lealdina de Araújo, conhecida como Mãe Preta e Mãe Luciana, foi reconhecida por seu trabalho filantrópico em Bagé e Pelotas, especialmente em apoio a crianças órfãs. Ela fundou o Instituto São Benedito em Pelotas e o Orfanato São Benedito em Bagé.

Fonte: Maysa Segalla e Tiago Costa Martins
O Cemitério Da Santa Casa De Caridade De Bagé (RS): A Produção de Artefatos para aprimorar a Experiência do Visitante

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