sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Mês Farroupilha...O cavalo

Fiel Companheiro...O cavalo no Rio Grande do Sul

         A atividade pastoril e as guerras de fronteiras fizeram com que o rio-grandense, das primeiras épocas, contraísse uma espécie de elo com o cavalo, e, em virtude da qual o cavalo é feito auxiliar indispensável da vida do homem e cooperador assíduo de quase todos seus movimentos. O gaúcho estima o cavalo como o constante companheiro de suas viagens, de seus trabalhos e de seus perigos, ele tira do cavalo uma parte da sua força e, com ele, consegue domar todos os demais animais de suas planícies.

       Nos caminhos abertos por Cristóvão Pereira de Abreu (considerado o 1º tropeiro) e Francisco Souza Faria (1727) desfilaram, quase dois séculos, as tropas do Sul para São Paulo. O cavalo, junto ao tropeiro, passou a desempenhar importante função econômica.

Nas áreas rurais, é comum a utilização do cavalo como montaria para passeio, missa (zona de imigração); para fazer compras no armazém ou venda de campanha; para conduzir crianças à escola; para acompanhar acontecimentos mais alegres ou mesmo tristes, como, por exemplo, ir a um fandango (baile rural) ou um enterro.

Além de ser usado como montaria, o cavalo é utilizado para tração de carroças, jardineiras, charretes.  O gaúcho de campanha considera o cavalo um animal nobre e raramente o utiliza para trabalho de engenho, atafona, etc, mas sim, o boi e o muar.
O gaúcho dá preferência ao cavalo crioulo, o qual transformou em símbolo do estado, que se chama “crioulo”, aquele que descende dos trazidos pelos conquistadores da América e que, aqui aclimatados, vieram a construir uma raça zootécnica com características bem definidas.

          Nas fazendas, o cavalo é domado, num processo que, normalmente, acontece no início do verão. Cada domador tem sua maneira peculiar de domar e preparar o animal. Existem várias formas de domar o cavalo, mas é normal o animal ficar na mangueira alguns dias, depois é pealado, colocam-lhe o buçal e maneiam-lhe as patas, finalizam colocando o bocal. Tironeiam a rédea “para quebrar o queixo” (ato de quebrar uma cartilagem na boca do cavalo), apresilham o laço no buçal e fazem ele levantar. Finalmente encilham e desmaneiam o animal.


          Ainda poderíamos falar nas pelagens (Zaino, Tordilho, Bragado, Baio, Gateado, Mouro...) ou nos tipos manhosos (Tafoneiro, Caborteiro, Veiaco, Corcoveador, Baldoso...), nas denominações dadas a eles (bagual, xucro, redomão, potro, potrilho, potranca, matungo, haragano...), na idade, vista pela dentição (o curumilho, entre dois e meio e cinco anos –as éguas não possuem – e depois dos 5 anos o nascimento de um risco preto e a perda do fio...), nas doenças como o garrotilho, broca ou mal de vaza, mas vamos encerrando pois já estamos “com o pé no estribo” (pronto pra sair) pois “Não monto em pêlo” (pessoa que está sempre preparada para o que der e vier). 

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